Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Goiânia terá novos corredores de ônibus

Os novos corredores devem seguir o mesmo modelo da Avenida T-7 - Foto: Wesley Costa

Postado em: 31-10-2019 às 06h00
Por: Leandro de Castro Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiânia terá novos corredores de ônibus
Os novos corredores devem seguir o mesmo modelo da Avenida T-7 - Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

A prefeitura de Goiânia marcou novas datas para a concorrência de licitações para o projeto de quatro corredores de ônibus na Capital. As datas foram fixadas em 17 de dezembro para os corredores da Avenidas 85 e 24 de outubro e 18 de dezembro para as Avenidas Independência e T-63. A obra do corredor exclusivo da T-7 está em execução, com conclusão prevista para março do próximo ano. De acordo com o Secretário de Infraestrutura e Obras Públicas, Dolzonan Mattos, os novos corredores devem seguir o mesmo modelo da Avenida T-7.

O único corredor exclusivo que está em execução é o da Avenida T-7. No entanto, ele já estava previsto no Plano Diretor em vigor e começou a ser construído em 2015. A fase de execução da obra chegou à Praça Tamandaré, onde o calçamento está sendo trocado. A previsão para o término do corredor da T-7 é em março do próximo ano. “É uma obra que vem se arrastando há muito tempo, mas conseguimos convencer a empresa a continuar na empreitada”. Dolzonan afirma que as obras de drenagem e ciclovias do canteiro central da T-7 estão concluídas.

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O novo calçamento da Praça Tamandaré é composto por ladrilhos hidráulicos de alta resistência. O piso pigmentado de vermelho, de dimensões 40×40 cm, será instalado em todo entorno da praça. A nova calçada do espaço terá paraciclos, novas lixeiras, novos abrigos nos pontos de ônibus e rampas de acesso para cadeirantes, além de piso tátil para deficientes visuais. A inclusão do pedestre faz parte do projeto do corredor para o transporte coletivo.

Segundo o coordenador do eixo de Mobilidade, Acessibilidade e Transporte da elaboração do Novo Plano Diretor de Goiânia, Sérgio Wiedehecker, a previsão é que o corredor da T-7 seja exclusivo para ônibus, mas no início de sua implantação ele poderá funcionar apenas como preferencial. “Acontece que a implementação do Plano Diretor depende também das condições orçamentárias do município. Ele funciona apenas como uma orientação de como as obras devem seguir na cidade”, afirma Sérgio.

O novo calçamento, além da função estética, vai auxiliar na elevação da umidade do ar no espaço. A substância usada para assentar o piso tem alta capacidade de retenção de água e deve criar um clima mais ameno, principalmente no longo período de estiagem, quando a umidade relativa do ar se torna prejudicial à saúde.

O corredor deve surtir efeito para 182 mil pessoas moradoras dos bairros Vila Alpes, Vila União, Vila Lucy, Jardim Ana Lúcia, Setor Sudoeste, Jardim América, Setor Bueno, Setor Oeste, Setor Sul, Setor Central e Jardim Europa. Ele deve passar pela Rua Dona Gercina Borges Teixeira, no Centro, Avenidas Assis Chateubriand, T-7, C-4, C-12, C-17, Araxá, Avenida Belo Horizonte, Terminal das Bandeiras e Vila União.

Obras se arrastam

As obras do corredor da T-7 começaram em 2015 com previsão inicial para serem concluídas em fevereiro de 2016. O prazo venceu sem que as obras tivessem sido concluídas e passou a ser prevista para ser finalizada em fevereiro de 2018. Com apenas 37% das obras executadas, a terceira previsão está para março do próximo ano. A obra está sendo realizada com recursos do governo federal, no montante de R$ 30.475.085,25, o corredor tem uma extensão de 10,5 km, num trajeto que atinge 12 bairros da Capital.

O projeto, que prevê a implantação de ciclovias no canteiro central (já concluídas), ciclofaixas e ciclorrotas no leito das vias, onde carros vão compartilhar a via com ciclistas. Os dispositivos de mobilidade e integração de transportes serão executados na extensão que vai da Praça da Bíblia até o Terminal Bandeiras. Para evitar alagamentos e assoreamentos, o sistema de drenagem está sendo executado no Córrego Vaca Brava com a Avenida C-12, no Setor Sudoeste.

Revisão de Plano Diretor prevê 15 corredores de ônibus 

O novo Plano Diretor, que será votado na Câmara em 4 de dezembro, prevê a implantação de 30 quilômetros de corredores de ônibus. Eles seriam construídos no Campus UFG; Anhanguera; Goiás BRT Norte-Sul; Leste/Oeste; Marginal Leste; Mutirão; Noroeste; Perimetral Oeste; Pio XII; Santa Maria; Avenida T-7; Avenida T-8; Avenida T-9; Avenida T-63; e corredor da Avenida 85. Pelo menos cinco deles já foram construídos: nas Avenidas Anhanguera, Goiás, Goiás Norte, 84 e Rua 90.

O coordenador do eixo de Mobilidade, Acessibilidade e Transporte da elaboração do Novo Plano Diretor de Goiânia, Sérgio Wiedehecker, afirma que a melhor implantação de corredores para transporte coletivo foi na extensão entre a Avenida 82 até a Praça da Bíblia. Ele afirma que todos os outros a serem implantados deveriam seguir o modelo deste. “A via contou com reconfiguração do passeio público com acessibilidade e monitoramento por câmeras. Elas ajudam a garantir que o corredor tenha o funcionamento correto para o transporte coletivo”.

Outro conceito que Sérgio destaca na revisão do Plano Diretor e que também está sendo implementado no Corredor da T-7 é o de Cidade Inteligente.ç Uma área urbana que utiliza tipos diferentes de sensores eletrônicos, da Internet e de dispositivos para coletar dados e usá-los para gerenciar recursos e ativos eficientemente. “Esse conceito abre espaço para a utilização de dispositivos tecnológicos que vão facilitar a fluidez do trânsito e a mobilidade na Capital”, afirma o coordenador.

O corredor da T-7 terá um sistema semafórico inteligente para dar mais fluidez ao trânsito de pessoas e veículos e evitar congestionamentos. O dispositivo será gerenciado pela Secretaria Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade (SMT) e pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (SEDETEC). Os dutos para a instalação de fibra óptica, para fazer a conexão do sistema de monitoramento e semáforos inteligentes já foram implantados. 

A tecnologia inteligente será feita através de câmeras com a função de laço detector virtual, verificando a contagem de veículos e sua ocupação em 37 cruzamentos em toda extensão do corredor. Todas as informações e dados coletados vão ser enviadas para o controlador e repassadas à central de semáforos, onde todos os verdes serão disponibilizados por essa central.

O coordenador explica que a tecnologia dos semáforos inteligentes permite, por exemplo, que a central controle o tempo de mudança de cor de acordo com o fluxo de trânsito, integrando o funcionamento dos dispositivos à realidade do fluxo de veículos em tempo real. O Plano Diretor de Goiânia, aprovado em 2007, enfatiza a importância da fluidez do transporte coletivo como peça chave para facilitar o deslocamento de bens e pessoas na Capital, mas teve problemas em sua implantação.

Doze anos depois, a houve a revisão do atual Plano Diretor para adequá-lo a uma cidade que cresceu em número de carros e de habitantes. Goiânia, com 1,5 milhão de habitantes possui em torno de 1,2 milhão de veículos circulando nas ruas. A proporção fica em 0,8 veículo para cada habitante da Capital. Ao longo de dez anos, a cidade aumentou sua frota em 51,82%, significa que 407.480 novos veículos circulam nas ruas em comparação com 2009. A população teve o crescimento de 18,26% no mesmo período, com 234.138 pessoas a mais.

Sérgio explica que a nova perspectiva do Plano Diretor de Goiânia inclui os corredores exclusivos para ônibus para priorizar viagens da população entre os bairros. No entanto, também foi pensada uma integração de outros meios de transportes alternativos ao carro e a motocicleta, como a bicicleta.

O pedestre também foi contemplado no projeto. “Em todos esses corredores deve-se ajustar o calçamento para garantir a caminhabilidade da população, pensando também na acessibilidade e inclusão de pessoas com limitações de mobilidade, como idosos, por exemplo”, ele ainda afirma que o calçamento deve estar nivelado, sem buracos, rachaduras ou avarias que possam dificultar a caminhada. “Esse modelo de passeio público deve ser implementado em todos os corredores de transporte coletivo”.

 

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