Via de acesso bloqueada causa transtornos na GO-020

Congestionamento em horário de pico na rodovia chega a até cinco quilômetros de extensão. / Foto: Wesley Costa.

Postado em: 28-11-2019 às 08h15
Por: Redação
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Congestionamento em horário de pico na rodovia chega a até cinco quilômetros de extensão. / Foto: Wesley Costa.

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Igor Caldas

Desde que o posto de gasolina localizado na saída da rodovia GO-020, em confluência com a Avenida Diógenes Sampaio, começou a funcionar a cidade perdeu uma via pública. Uma das saídas da rodovia que dá acesso ao Parque Atheneu e a inúmeros condomínios da região foi fechada e fez com que o trânsito convergisse para o único acesso disponível, na rótula do Alphaville. Moradores relatam que o congestionamento em horário de pico na rodovia pode chegar até o cinco quilômetros de extensão, alcançando o supermercado Carrefour.

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O casal Walter Peixoto e Rosana Melo usavam a via, agora bloqueada, para chegar em casa todos os dias. “Depois que tiraram o acesso desta via, está congestionando todo fim de tarde. É um transtorno grande aqui no trânsito da região em horário de pico porque a gente tinha uma alça que ia direto para rotatória da GO-020 e outra direto para quem vai pro Jardins, Parque Atheneu e Mariliza. Hoje não temos opções e todo mundo tem que pegar a mesma via”, afirma Walter.

Rosana Melo afirma que o culpado dos transtornos seria o proprietário do posto de gasolina. “Ele que tomou a frente do processo para fechar essa via e causou esse impacto no trânsito. Um congestionamento que nunca existiu está acontecendo agora. Por causa disso, a Secretaria Municipal de Trânsito [SMT] tem que vir todos os dias para fazer o controle do tráfego porque aumenta a possibilidade de acidente na rodovia”, afirma Rosana.

Gerente da rede de postos gasolinas Z+Z, da qual o posto em questão faz parte, Marcelo Carvalho, afirma que o protagonismo da rede de postos de gasolina em relação ao fechamento da via é uma falácia. “Isso está gerando muitos problemas para nós porque não é verdade. Não fomos nós que solicitamos que essa via fosse bloqueada. Na verdade, seria bem melhor para nós que ela voltasse a ser como era antes”. Ele ainda afirma que, pelo código de conduta, é necessário que exista uma entrada para o posto de gasolina, que foi retirada.

O Secretário Municipal de Trânsito, Fernando Santana, diz que a questão do fechamento da via não foi causada pelo proprietário do posto de gasolina. De acordo com ele, ela foi motivada por uma determinação do Ministério Público de Goiás. “Desde o início da implantação daquele posto de gasolina, começamos a ser citados pelo MP-GO. Eles externavam a preocupação com a segurança das pessoas que estariam circulando por lá durante o funcionamento do posto por causa da existência daquela alça”.

O secretário ainda alega que foi identificado falta de segurança para quem trafega na confluência da Avenida Diógenes com a GO-020 e por isso a alça foi retirada. “O local foi palco de inúmeros acidentes pequenos e que poderiam evoluir para um acidente mais grave”. Além disso, o secretário afirma que a alça dava uma exclusividade de acesso aos condomínios e gerava certo conforto aos moradores. De acordo com ele, o atual “desconforto” teria motivado o questionamento da retirada da alça.

Ele afirma que um estudo técnico foi feito e o projeto foi enviado para a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas que fez intermediação com a Goinfra, responsável pela rodovia. O projeto foi aprovado e foi firmado um convênio entre o estado e o município de Goiânia que entrou com o maquinário para fechar a via, buscando mais segurança e evitando acidentes que estavam se agravando”, afirma Fernando.

Em reportagem publicada em outro veículo, o MP-GO afirmou que o estabelecimento comercial foi orientado a procurar os órgãos de trânsito do município, mas que não expediu nenhuma orientação envolvendo a questão do trânsito. Procurada, a assessoria de comunicação do órgão não confirmou o teor da nota.

Audiência Pública gera grupo de trabalho

O vereador Carlin Café (PPS) realizou uma audiência pública no dia 11 de novembro para discutir a retirada da via de acesso da GO-020 à Avenida Diógenes Dolival Sampaio. De acordo com o vereador, a via leva também a outros bairros, como o Parque Atheneu, que tem mais de 40 mil moradores. Ele afirma que não foi realizado estudo de impacto para a retirada da via. De acordo com o gerente da rede de postos de gasolina Z+Z, os representantes responsáveis pela implantação do posto no local não foram chamados à audiência pública.

Segundo Fernando Santana, após a audiência pública, um grupo de engenheiros composto pela SMT, GOINFRA e um engenheiro civil representante da comunidade estão realizando mais estudos para elaborar alguma alternativa que venha contemplar a questão da circulação para os moradores da região. Porém, levando em conta o aspecto da segurança do pessoal.

“Depois da audiência, recebi vários grupos de moradores. Alguns entenderam, outros não. Eles acham que isso ficou muito desconfortável para eles, mas é uma questão de tempo e de segurança de trânsito. Então firmamos esse compromisso que nós formaríamos esse grupo para elaborarmos mais estudos sobre alternativas para minimizar esse pequeno congestionamento”. Ele ainda afirma que já existem propostas sendo debatidas.

Os secretários municipais de Infraestrutura, Dozalnan da Cunha Matos e de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Fernando Santana, representantes dos condomínios fechados Housing Flamboyant, Jardins Atenas, Jardins Munique, Jardins Verona, além dos vereadores Anselmo Pereira (PSDB), Denício Trindade (SDD), Álvaro da Universo(PV), Zander (Patriota), Cristina Lopes (PSDB), Paulinho Gralus (PDT), Gustavo Cruvinel (PV e Lucas Kitão (PSL) estavam presentes.

Na oportunidade, o vereador Denício Trindade revelou imagens dos locais e afirmou que o projeto original do posto deveria ter tido um espaço fechado na confluência da rótula com a avenida, além de faixas de pedestres. “Eles fizeram até a vistoria, depois retiraram e rebaixaram toda a extensão, o que levou alguns motoristas a preverem risco de acidente, alegação da Prefeitura para fechar a alça”, conta.

Também na audiência, Dolzonan confirmou que as obras foram feitas após solicitação do vereador Kleybe Moirais, sob alegação de que o lugar havia se tornado perigoso após a inauguração do posto de gasolina, com risco de acidentes graves. “O termo de cooperação entre Prefeitura e Estado passou por todos os departamentos jurídicos e o termo de doação do material também. Nossa secretaria apenas executa as obras”, afirmou o secretário.

Em resposta ao O Hoje, a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) esclarece que “a obra foi realizada pela Prefeitura de Goiânia. Conforme artigo 3º, parágrafo 3º, da Lei estadual nº 14.408 alterada pela Lei nº 19.743, as construções existentes e as futuras edificações ao longo dos segmentos rodoviários, dentro dos perímetros urbanizados, obedecerão as orientações dos respectivos municípios por meio do plano diretor, código de posturas, dentre outros”, diz a nota.

 

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