Artesão recria a Antiga Jerusalém no quintal de casa, em Goiânia

Quem passa na porta da sua casa na Avenida T-7, tem a atenção conquistada pelos prédios e figuras em miniatura que compõem a paisagem bíblica de uma Jerusalém

Postado em: 28-12-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Quem passa na porta da sua casa na Avenida T-7, tem a atenção conquistada pelos prédios e figuras em miniatura que compõem a paisagem bíblica de uma Jerusalém

Igor Caldas

O quintal do artesão Paulo Lima, de 52 anos, não é muito grande. No entanto, tem espaço suficiente para abrigar uma cidade. Quem passa na porta da residência, na Avenida T-7, tem a atenção conquistada pelos prédios e figuras em miniatura que compõem a paisagem bíblica de uma Jerusalém atemporal, que saiu de sua mente criativa. “Não foi nada planejado. Eu comecei com um presépio e fui criando o resto da obra aos poucos”, explica o artista. A mini cidade bíblica tem 17 anos.

As referências para suas criações não têm precisões históricas ou documentais. Elas vêem da sua imaginação, de filmes e  de imagens mentais sobre histórias da bíblia gravadas em sua memória. Essa bagagem traz um caráter popular evidente na sua obra. A cidade construída por Paulo não é estática. Além de crescer e se modificar, de acordo com o processo criativo de seu autor, nela acontecem eventos bíblicos que passaram por toda vida de Jesus Cristo.

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“Ao longo de todo ano, eu vou colocando e retirando elementos para compor os acontecimentos que integram os Mistérios do Rosário, divididos em gozosos, dolorosos, gloriosos e luminosos”. Alguns desses acontecimentos representados na Jerusalém de Paulo são o nascimento do Filho de Deus (Mistério Gozoso); A crucificação e morte de Cristo (Mistério Doloroso); A Ressurreição do Senhor (Mistério Glorioso) e o Batismo de Jesus, no Rio Jordão.

Alguns pontos na obra de Paulo são emblemáticos e foram feitos com minucioso detalhamento. Os elementos parecem ser dotados de um movimento tão evidente que fazem o espectador imergir na produção do artista como se tivesse diante de um filme bíblico.  Soldados Romanos rondam as pequenas ruas da cidade. O mercado ferve na feira do pátio do templo onde Jesus se zangou com o comércio no sagrado. O movimento de dançarinas espalhafatosas na torre do palácio de Herodes acompanham o som das águas do Rio Jordão.

Durante a entrevista, Paulo percebeu que um mini pilão hidráulico não estava funcionando. “Olha ali, o pilãozinho parou de bater. Mas funciona, quer ver?”. O contraste do artesão que mede mais de um 1,80 m de altura entrando sobre os pequenos muros de uma Jerusalém revela o cuidado que o artista tem com sua obra. Com alguns toques no pequeno equipamento, ele faz com que o pilão movido a um curso d’água volte com seu movimento pendular.

Paulo afirma que passa pelo menos 2 horas por dia fazendo a manutenção da cidade. “O cuidado com essa Jerusalém requer atenção diária. Como é ao ar livre, alguns passarinhos podem pousar e derrubar alguma coisa. A poeira que se acumula nas peças também precisa ser retirada”. Todos os objetos da cidade são feitas de barro e pintados à mão. O artista também necessita retocar a pintura de alguns objetos regularmente.

Paulo trabalha com argila desde os 12 anos de idade. Ele acredita que seu dom artístico foi uma dádiva de Deus. “Sou católico e creio que essa habilidade de modelar a argila foi um presente dos céus”. O artista vende santos e presépios fabricados à mão. Ele foi criado na casa onde construiu sua Jerusalém. Outros membros de sua família também têm dons artísticos. “Meu pai era músico e meu sobrinho e afilhado também. Mas o único artesão sou eu”.

 

Maior mini cidade do mundo fica na Alemanha 

A maior cidade em miniatura do mundo se chama Miniatur Wunderland e está localizada em Hamburgo, na Alemanha. Ela é um dos pontos turísticos mais visitados da província alemã. A obra conta com réplicas de cidades europeias e americanas. Pela quantidade de mini ferrovias que interligam as cidades, eles se definem como a “maior composição de ferromodelismo do mundo”.

A obra é dividida em sete regiões que representam tanto lugares fictícios quanto réplicas de cidades que existem, cadeias montanhosas e até fragmentos de alguns países. Os diversos setores em Wunderland faz com que a ferrovia que as liga tenha quase 16 quilômetros de extensão, passando por uma área total de 6.400 m².

A primeira parte construída foi a cidade fictícia de Knuffingen com área de 120 m²; Em seguinda, Harz e Alemanha Central foram construídas entre 2000 e 2001 com área 120 m²; Áustria e Alpes, com 60 m²; A réplica de Hamburgo foi construída com 200 m²; América, que contém a cidade de Las Vegas, o Grand Canyon, a Área 51 e até o Monte Rushmore em apenas 100 m²; Escandinávia, 300 m²; Suíça com 250 m² e Aeroporto, que fica entre Knuffingen e a Suíça, tendo 150 m² de área.

Todo complexo possui um sistema de automatização que movimenta os veículos pessoas e controla toda as 335 mil luzes das estruturas. A décima parte da iluminação fica instalada na mini Las Vegas. Na região da mini Escandinávia, América, Aeroporto e na cidade ficcional de Knuffingen se concentram as maior parte das atividades controladas por computador. Incluem mais de 250 veículos em movimento, incluindo  trens de até 14 metros de comprimento.

Um dos destaques da obra é o Aeroporto, que possui  40 aeronaves que fazem pousos e decolagens. O custo do mini aeroporto foi de 3,5 milhões de euros para ser construído, quase 30% dos 12 milhões de euros do custo total do projeto.

Ao redor da Wunderland, várias atividades cotidianas também são replicadas. Festivais, viagens de trem, funerais, tardes na praia, caça de animais e até jogos de futebol acontecem na mini cidade. Os visitantes podem interagir com botões eletrônicos e controlar algumas ações dentro da Wunderland.

Para o controle de todo esse complexo esquema de computação, uma equipe passa o dia na sala de controle e monitora 40 computadores, além de controlar o software desenvolvido pela própria empresa proprietária da cidade. (Especial para O Hoje) 

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