Operações deflagradas em Goiás devem recuperar mais de R$ 250 milhões

Além do dinheiro que será devolvido, a previsão de economia pode superar o montante de R$ 750 milhões aos cofres públicos até 2022| Foto: Divulgação/ Governo de Goiás

Postado em: 09-01-2020 às 12h15
Por: Redação
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Além do dinheiro que será devolvido, a previsão de economia pode superar o montante de R$ 750 milhões aos cofres públicos até 2022| Foto: Divulgação/ Governo de Goiás

Da Redação*

Fruto de ações de combate à corrupção realizadas em 2019, mais de R$ 250 milhões desviados dos cofres públicos, ou obtidos de forma fraudulenta nos últimos anos, estão em fase de recuperação. Tudo isso é resultado do trabalho desenvolvido pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), em cumprimento às determinações do governador Ronaldo Caiado.

Desde que assumiu a gestão, o governador garantiu que as forças policiais tivessem total liberdade para trabalhar, o que permitiu que elas desarticulassem quadrilhas envolvidas em casos de corrupção e lavagem de dinheiro em todo o Estado. “Nós não interferimos no trabalho das nossas polícias. Todas as ações de combate a este tipo de crime são absolutamente transparentes”, destaca Caiado.

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Do montante em fase de recuperação judicial, R$ 158,5 milhões são objeto de ressarcimentos, retenção de pagamentos, suspensão e anulação de contratos, bem como renegociações. A Justiça autorizou o sequestro de R$ 44 milhões durante a Operação Cegueira Deliberada, deflagrada pela Polícia Civil para apurar fraudes em licitação e desvio de recursos no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), ocorridos entre 2015 e fevereiro de 2019. A medida faz com que o valor fique indisponível aos investigados. Também permite que possíveis reparações ao Tesouro Público fiquem resguardadas.

Um bloqueio de R$ 50,5 milhões também foi concedido durante a Operação Metástase, que investiga uma associação criminosa formada por antigos profissionais ligados ao Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado (Ipasgo) e ao Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh). O grupo é suspeito de ter desviado R$ 50 milhões do Ipasgo, entre 2013 e 2018.

Na operação, deflagrada em dezembro, foram apreendidos uma aeronave, carros de luxo e obras de arte. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra 19 alvos. As investigações apontaram que o superfaturamento foi feito por diversos meios, entre eles, a criação e a utilização de um robô para auditoria automática das contas do Ingoh, o que resultava na ausência de valores indevidos.

“Nós estruturamos uma equipe que tem trabalhado de forma conjunta com muita inteligência e mecanismos técnicos para combater esse tipo de crime. Dinheiro desviado é dinheiro que poderia ser usado para investimentos em saúde, educação, emprego, assistência social e na própria segurança da população. Ao coibirmos esses crimes, além de desarticular aqueles que acreditam estar acima da lei, estamos ajudando todas essas áreas”, afirma o secretário de Segurança Pública Rodney Miranda.

Inquéritos apuram mortes

Na Operação Metástase, também foi constatado que tratamentos quimioterápicos inadequados foram prescritos e aplicados para garantir vantagens indevidas. A Polícia Civil já instaurou três inquéritos para apurar mortes de pacientes. Outros casos neste sentido também já estão sendo apurados.

“Se o médico sabe que o remédio não fará efeito e reduzirá a sobrevida do paciente, não é dolo eventual, mas sim direto. Isso é gravíssimo e revoltante. É uma situação que causa indignação a toda a sociedade”, ressalta o secretário Rodney Miranda.

Os policiais encontraram medicamentos vencidos na farmácia do Ingoh. Para a Polícia Civil, a medicação – que inclui tratamentos de quimioterapia – estava sendo utilizada. “Estamos falando de câncer, uma doença muito grave e que deveria ser motivo dos mais absolutos cuidados por parte dos responsáveis por tratar os pacientes”, ressaltou o delegado Luiz Gonzaga.

Cortando na carne

A orientação do governador Ronaldo Caiado é de que ninguém está acima da lei e, portanto, não importa quem seja o investigado. As operações são realizadas, inclusive, em órgãos do governo, e são sempre pautadas com base em três eixos: integração, inteligência e integridade, pilares da gestão da Segurança Pública de Goiás.

O governador defende que “o dever do Estado é oferecer saúde, educação e boas oportunidades à população e isso só é 100% possível se a corrupção for combatida de forma incisiva”. Segundo Caiado, a prática é responsável por desviar recursos que fortaleceriam essas áreas e beneficiariam o povo. “Vamos continuar atuando fortemente neste sentido. Nenhum órgão do governo é poupado nessas operações”, garante.

Em julho, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), com o apoio da Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da SSP, desarticulou um esquema fraudulento no Ipasgo. As irregularidades tiveram início em 2011 e, até o mês da deflagração da operação, gerou um prejuízo de mais de R$ 500 milhões.

Somente com as ações realizadas no Ipasgo e no Detran, a projeção de economia para os cofres públicos até 2022 é de R$ 752 milhões. A economia será possível graças ao trabalho investigativo que impediu a continuidade de realização de práticas fraudulentas nos dois órgãos.

Em três fases de operação, um esquema de fraudes em licitações em obras públicas da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) foi desarticulado. Servidores da pasta foram afastados e diversos mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra empresários ligados à construção civil. As irregularidades começaram há cerca de oito anos.

*Com informações da Governadoria 

 

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