Juiz autoriza pai e filho plantarem maconha para fins medicinais, em Goiânia

Família poderá ainda cultivar, consumir e portar a planta cannabis e os derivados dela - Foto: Divulgação

Postado em: 15-01-2020 às 16h20
Por: Redação
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Família poderá ainda cultivar, consumir e portar a planta cannabis e os derivados dela - Foto: Divulgação

Igor Afonso

Filipe Barzan Suzin ficou conhecido após gravar um vídeo em
que conta o resultado positivo do tratamento do pai, Ivo Suzin, que tem
Alzheimer, a base de um óleo extraído da maconha.

Pai e filho conseguiram liberação da Justiça para plantar,
consumir e portar maconha para fins medicinais. Com a decisão, eles não podem
ser presos nem enquadrados criminalmente.

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Os benefícios do tratamento foram percebidos rapidamente
após o seu início. Ivo, está mais calmo e com uma qualidade de vida melhor, se
alimentando e descansando mais, o que era muito difícil anteriormente, como
explica o filho.

“Não sei nem descrever o que estou sentindo com essa
decisão. Tirou um peso das costas, porque eu e meu pai dependemos desse remédio
e, a qualquer momento, a gente poderia ser abordado. Isso mostra que a Justiça
está evoluindo em relação ao assunto. O juiz foi muito sensível à nossa
situação”, disse Filipe.

Em 2009, Filipe foi diagnosticado com leucemia mieloide
crônica, que causa enjoos, dores, ansiedade e insônia, constantemente. Para
minimizar os sintomas, ele também começou a fazer o tratamento a base de
maconha.

Os dois fazem acompanhamento médico e os exames mostram uma
melhora considerável no quadro de saúde, após o início do tratamento. Mas, como
os dois precisam e a associação que faz o fornecimento em Goiânia, não produzia
o suficiente, além do fato de ser caro para importar, Filipe entrou com uma
ação para que fosse autorizado o plantio e o consumo da planta.

A Justiça liberou uma sentença na última segunda-feira, 13,
para que além da liberação de importação, pudessem cultivar, consumir e portar
a planta e seus derivados. Assim como, concedeu um salvo conduto para que
policiais civis, federais ou militares “se abstenham da prática de atos de
prisão, apreensão ou investigação que tenham por objeto o cultivo, uso e porte
de cannabis (maconha), sementes e derivados pelos pacientes”.

A decisão também proíbe a venda de cannabis e seus
derivados. Filipe afirma que já fez várias cópias do documento para
apresentá-lo ao ser abordado por algum policial.

“Demoramos
para montar o processo porque estávamos juntando vários documentos, fizemos
vídeos mostrando os relatos, melhoras, para não ficar nenhuma dúvida sobre os
benefícios. É o único remédio que funciona para o meu pai e, agora, tenho esse
acesso garantido”, disse Filipe.


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