MP-GO denuncia envolvidos em esquema de adulteração de remédios para emagrecer

Com a venda criminosa dos remédios, os denunciados usavam laranjas e empresas de fachada para movimentar e lavar dinheiro| Foto: Reprodução/MP-GO

Postado em: 20-01-2020 às 11h00
Por: Redação
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Com a venda criminosa dos remédios, os denunciados usavam laranjas e empresas de fachada para movimentar e lavar dinheiro| Foto: Reprodução/MP-GO

Eduardo Marques

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) ofereceu denúncia contra 30 pessoas envolvidas nos crimes apurados pela Operação Dieta Sadia, deflagrada no início do mês passado, no Sudoeste do Estado. Segundo o órgão, foi apurado que a associação criminosa fabricava, distribuía e revendia remédios para emagrecer sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A operação foi realizada em conjunto com a Polícia Civil (PC). Detalhes do caso foram explicados à imprensa na manhã desta segunda-feira (20). 

Entre os investigados estão um vereador de Paranaiguara, onde a investigação começou, e os apontados como líderes do esquema. Uma adolescente também participava da produção dos medicamentos, em Cachoeira Alta, cidade que abrigava uma das fábricas, conforme o MP-GO. Dos 30 denunciados, 13 seguem presos até esta segunda-feira (20). 

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“Não há indícios da participação dela na fabricação ou venda dos produtos. Ela é casada com um dos denunciados, mas prestou depoimento se passando por esposa de outro denunciado para tentar beneficiá-lo”, explicou promotor Fabrício Lamas 

Conforme apurado na Operação Dieta Sadia, foram constatadas a produção e a comercialização ilegal de medicamentos para emagrecimento, sem registro, nas cidades de Cachoeira Alta, Paranaiguara e São Simão, ficando configurada a existência de uma organização criminosa, estruturada desde, pelo menos, 2013. O grupo contava ainda com a colaboração de uma adolescente, um servidor público e policiais militares não identificados.

De acordo com o MP-GO, a organização produzia e comercializava remédios à base de anfetamina, inibidora de apetite, sibutramina, e dos depressivos fluoxetina e diazepam, cujo uso é condicionado à prescrição médica, além de remédios para dor e estimulantes sexuais, o que rendia lucros exorbitantes, que foram lavados por meio de empresas de fachada e operações de compra e venda por laranjas.

O grupo era dividido em quatro grupos: intelectual, de produção, de compra de matérias-primas e distribuição, venda e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público, as matérias primas eram adquiridas de maneira clandestina com laboratórios nacionais. Os remédios eram preparados em laboratórios improvisados em Cacheira Alta, Paranaiguara e Quirinópolis. 

Lavagem de dinheiro

Com a venda criminosa dos remédios, os denunciados recebiam altíssimos lucros, sendo que eles ocultaram e dissimularam sua origem, usando de laranjas e de empresas de fachada para movimentar e lavar, por meio da compra e venda de imóveis e veículos.

“Essa movimentação de carros de luxo e um padrão de vida muito elevado de algumas pessoas em uma cidade pequena, sem nada que justificasse um salto na renda, nos chamou a atenção e, a partir daí, começamos a investigar”, disse a promotora Daniela Lemos. 

Todos os denunciados responderão por participação na organização criminosa; e pelo crime hediondo de falsificação, adulteração e venda de remédios destinados a fins terapêuticos ou medicinais sem registro no órgão de vigilância sanitária, sem características de identidade e qualidade para comercialização e de procedência ignorada, à exceção de Daniella Morais, que responderá pelo crime de falso testemunho.

 

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