Mais de 16 mil empregos de carteira assinada foram gerados em Goiás no último ano

Segundo dados do Caged, no ano passado houve um aumento de 20,58% em relação à geração de empregos de 2018 que fechou com 13.342 vagas de trabalho formal| Foto: Victor Souza

Postado em: 28-01-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo dados do Caged, no ano passado houve um aumento de 20,58% em relação à geração de empregos de 2018 que fechou com 13.342 vagas de trabalho formal| Foto: Victor Souza

Igor Caldas

Foram gerados 16.089 empregos de carteira assinada em Goiás no último ano. Este foi o maior índice de geração de emprego formal no Estado em cinco anos. O número representa um aumento de 20,58% em relação à geração de empregos de 2018, que fechou com 13.342 vínculos.  O vídeo maker Diogo Fleury, 27 anos, assinou sua carteira de trabalho no dia 28 de outubro de 2019. O profissional tem bacharelado em Ciência Política, mas optou por trabalhar com produção audiovisual assim que pegou seu diploma. Há cerca de três anos, ele começou a atuar como freelancer na área.

Diogo executava todas as etapas de produção de vídeos direcionados para publicidade, marketing e cobertura de eventos. “O vídeo não é só chegar e filmar com uma câmera profissional. Para ser um trabalho profissional, tem de haver um planejamento, redação de roteiro de filmagem, produção e edição na pós-produção. É preciso ter tato para entender o que cada cliente deseja ver na versão final do produto”.

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Ele ainda afirma que depois da primeira apresentação de um vídeo pronto para o cliente, é necessário fazer inúmeras alterações até que o contratante fique satisfeito com o vídeo. É um trabalho que demanda várias horas em frente ao computador. Em 2017, o vídeomaker teve uma surpresa que mudou sua vida por completo. Sua filha Alice veio ao mundo e trouxe mais responsabilidade para ele e sua esposa.

Diogo teve que dar um jeito de aumentar o volume de trabalho para o sustento da família e a rotina começou a apertar. Ele explica que o trabalho de freelancer envolve ações em áreas diferentes de atuação. “Você precisa ser empresário, publicitário, entender de marketing e redes sociais. Eu tinha certa dificuldade para fazer isso”. Ele expõe que o investimento para alguém trabalhar nessas áreas era impossível porque seus rendimentos não eram suficientes. A maioria dos trabalhos que ele realizava não emitia nota fiscal, então continuava na informalidade.

No ano passado, o produtor audiovisual teve outra surpresa, sua segunda filha, Maria nasceu e aumentou ainda mais sua necessidade de cuidado com a família. Ele percebeu que sua rotina sem horários fixos estava se tornando uma dificuldade. “Os horários estavam muito bagunçados. Eu trabalhava em casa com duas filhas pequenas. Na maioria das vezes, eu tinha que trabalhar apenas de madrugada, depois que elas dormiam”. O trabalho noturno estava fazendo Diogo perder o sono e o rendimento.

Outra dificuldade enfrentada pelo profissional era aumentar sua carteira de clientes. “Como o rendimento estava prejudicado, acabava tendo menos tempo para investir em marketing e estratégias para aumentar meus clientes. Estava emperrado”. Devido a isso, Diogo começou a buscar um emprego de carteira assinada. “Já estava com essa ideia há algum tempo e comecei a mandar currículos em agosto do último ano”.

Ele ainda afirma que se impressionou com a rapidez que conseguiu arrumar um emprego. “Assinei minha carteira de trabalho dois meses depois de começar a enviar currículos. O melhor foi que eu continuei a trabalhar na minha área de interesse”. Diogo não tem curso de comunicação ou audiovisual.

A falta de formação em audiovisual foi uma questão limitante no processo seletivo para uma vaga de vídeomaker em um sindicato em Goiânia, mas seu portfólio foi determinante para a conquista do emprego. No entanto seu diploma também ajudou. “A formação em Ciência Política ajudou também porque me dá uma base de entendimento dos processos políticos que acontecem dentro do sindicato”, explica.

O profissional afirma que sua vida mudou para melhor. Ele não precisa mais se preocupar com clientes, aumentou sua produtividade, passa mais tempo com a família e até consegue espaço na agenda para estudar. “Agora consigo ter produtividade maior e uso o tempo livre para estudar dentro da área que eu trabalho. Então é algo bem proveitoso pra mim”.

Brasil gera 644 mil novas vagas de trabalho 

O Brasil registrou a criação de 644 mil vagas de emprego formal no último ano, 21,63% a mais que o registrado em 2018. Segundo o Ministério da Economia, é o maior saldo de emprego com carteira assinada em números absolutos desde 2013. Números divulgados na última semana pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o estoque de empregos formais chegou a 39 milhões de vínculos. Em 2018, esse número tinha ficado em 38,4 milhões.

Todos os oitos setores da economia registraram saldo positivo no último ano. O destaque ficou com o setor de serviços, responsável pela geração de 382,5 mil postos. No comércio, foram 145,4 mil novas vagas e na construção civil, 71,1 mil. O menor desempenho foi o da administração pública, com 822 novas vagas.

As cinco regiões geográficas do país fecharam o ano com saldo positivo em geração de emprego formal. O melhor resultado absoluto foi o da Região Sudeste, com a criação de 318,2 mil vagas. Na Região Sul, houve abertura de 143,2 mil postos; no Nordeste, 76,5 mil; no Centro-Oeste, 73,4 mil; e no Norte, 32,5 mil. Considerando a variação relativa do estoque de empregos, as regiões com melhores desempenhos foram Centro-Oeste, que cresceu 2,30%; Sul (2,01%); Norte (1,82%); Sudeste (1,59%) e Nordeste (1,21%).

O saldo foi positivo para todas as unidades da federação no ano passado, com destaque para São Paulo, com a geração de 184,1 mil novos postos, Minas Gerais, com 97,7 mil, e Santa Catarina, com 71,4 mil.

Segundo os dados do Caged, também houve elevação real no valor dos salários. Em 2019, o salário médio de admissão foi de R$ 1.626,06 e o salário médio de desligamento, de R$ 1.791,97. Se for considerado o deflacionamento pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), houve registro de crescimento de 0,63% para o salário médio de admissão e de 0,7% para o salário de desligamento, na comparação com novembro do ano passado. (com Agência Brasil) 

  

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