Galeria comercial de Goiânia sofre de descaso da prefeitura com limpeza pública

Administrador de uma galeria comercial afirma que já abriu protocolo na prefeitura, por meio de ligações telefônicas e pelos aplicativos para recolhimento do resíduo| Foto: Wesley Costa

Postado em: 19-02-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Administrador de uma galeria comercial afirma que já abriu protocolo na prefeitura, por meio de ligações telefônicas e pelos aplicativos para recolhimento do resíduo| Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

A galeria comercial Casablanca Center, localizada na Av. Mutirão esquina com a Av T-8, no Setor Bueno, sofre com descaso com a limpeza pública que deveria ser feita pela prefeitura. Há quase 15 dias a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) não recolhe o lixo do local. A galeria abriga clínicas, restaurante, escola e escritórios diversos. O lixo gerado por estes estabelecimentos se acumula e gera mau cheiro.

O administrador da galeria, Vinícius Caetano de Farias, informa que já abriu protocolo na prefeitura, por meio de ligações telefônicas e pelos aplicativos. “A resposta da Comurg é a mesma: Que eles vão resolver o problema em até 24 horas”. Vinícius afirma que abriu protocolo com o órgão da prefeitura na tarde desta segunda-feira (17) novamente, mas o lixo ainda não foi recolhido. 

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O administrador ainda afirma que esteve pessoalmente na sede dos órgãos da Administração para tentar achar uma solução. “Eu já estive inclusive no Paço Municipal e, além do protocolo registrado, abri reclamação pelo aplicativo oficial da prefeitura e nada”, lamenta o administrador. Ele constata que há discrepância entre o valor cobrado nos impostos e o serviço obrigatório da prefeitura. “O nosso IPTU, eles dobraram. O serviço fica a desejar. É um absurdo isso”, relata.

Vizinhos têm o serviço 

Um fato que chama atenção é que as lixeiras de todos os vizinhos da galeria comercial estão vazias. Ela permanece como o único local que está com falta de recolhimento de resíduos. “Esse problema gera uma situação constrangedora para a gente. Temos clínicas e unidades de saúde como vizinhos. Fica parecendo que a culpa é nossa”, defende o administrador do condomínio comercial.

Vinícius diz não entender porque o resíduo não é recolhido na galeria. “A padaria ao lado gera bastante lixo e ele é recolhido regularmente. Do outro lado, uma clínica também gera grande quantidade de resíduos, mas eles não se acumulam”. O administrador aguarda ação e uma resposta dos órgãos competentes.

Caetano alega que apesar da maior parte dos resíduos gerados pelos estabelecimentos da galeria ser reciclável, como papel e plástico, o lixo oriundo do restaurante exala mau cheiro quando fica exposto às intempéries do tempo. “A chuvas e o sol fazem com que surja o chorume que fede por todo quarteirão”. Há uma peixaria e um restaurante japonês na galeria.

O administrador do prédio fica constrangido porque teme que as empresas vizinhas ao prédio culpem o próprio prédio comercial pela falta do serviço em coleta de lixo. “Temos muitas empresas grandes e sérias aqui, o lixo tem causado constrangimento nos clientes e nos empresários. Fica muito feio para nossos vizinhos, inclusive perante clínicas e unidades de que tratam pessoas que com problemas de saúde”.

Edson Pereira Pinto leva sua esposa para fazer processo de hemodiálise à clínica que fica ao lado da galeria, pelo menos três vezes por semana. Ele assegura que desde a última sexta (15) o lixo do local não é recolhido. “Na semana passada eu trouxe uma marmita para almoçar aqui com minha esposa, mas o cheiro de peixe podre estava tão forte que não dei conta de comer”, o aposentado descartou a marmita por se sentir indisposto a comer.

A Comurg afirmou no fim da tarde de ontem já havia feito a coleta orgânica no local. No entanto, a Galeria Casa Blanca Center foi notificada por ser grande gerador, segundo a Companhia, e tem até 15 dias para contratar uma empresa especializada para realizar o serviço. Durante este período, a Comurg garantiu que vai continuar fazendo a coleta. 

Grandes geradores de lixo têm que contratar serviço 

De acordo com o decreto municipal Nº 2.639, Art. 3º, o gerador de 200 litros de resíduo sólido por dia tem a obrigação de contratar uma empresa privada a coletar esse tipo de lixo. Além disso, deve fazer o devido descarte em aterros sanitários. No entanto, Vinícius Caetano garante que a galeria não se enquadra nos grandes geradores de resíduos. “A Comurg sempre fez o recolhimento dos resíduos aqui e nunca fomos notificados sobre sermos grandes geradores de lixo”.

Ele ainda defende que seus vizinhos geram mais lixo que a galeria e, mesmo assim, recebem o serviço da Comurg. Ainda segundo a legislação, proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais de prestação de serviços, comerciais e industriais, terminais rodoviários, ferroviários e aeroportuários, eventos públicos e privados, entre outros, cujo volume de resíduos sólidos gerados seja em quantidade igual ou superior à média semanal de 1.400 litros são considerados grandes geradores de resíduos sólidos.

Condomínios de edifícios não residenciais ou de uso misto, horizontais e verticais, cuja soma dos resíduos sólidos gerados seja em volume médio semanal igual ou superior a sete mil ou mil litros diários também são considerados grandes geradores. A regra também se aplica aos condomínios horizontais que geram resíduos caracterizados como classe 2, que é o lixo comum.

Fiscalização

O coordenador de fiscalização da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Renato Medeiros, afirma que a fiscalização de grandes geradores de resíduos é feita em parceria com a Comurg. “Nós cedemos alguns fiscais da Amma para lá para ajudar nesse serviço”. De acordo com ele, os fiscais fazem a medição dos resíduos produzidos pela empresa e para depois protocolá-los como grande gerador de resíduo.

O responsável pela fiscalização dos grandes geradores de resíduos da Comurg, Gilson Luis da Silva, explica como a fiscalização é feita. “Fazemos a medição por meio de trenas e de sacas de lixo, recolhendo os resíduos do local durante sete dias”. Após a medição do material recolhido ele é dividido por sete para se ter uma média de quanto resíduo é produzido por semana. (Especial para O Hoje) 

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