Lava Jato: aviso de ex-secretário permitiu fuga de empresário para os EUA

Conhecido como Rei Arthur é ligado a esquemas de corrupção no Rio de Janeiro; informante foi preso nesta quinta (5) – Foto: Reprodução.

Postado em: 05-03-2020 às 18h45
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Lava Jato: aviso de ex-secretário permitiu fuga de empresário para os EUA
Conhecido como Rei Arthur é ligado a esquemas de corrupção no Rio de Janeiro; informante foi preso nesta quinta (5) – Foto: Reprodução.

Da Redação*

O empresário Arthur Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, considerado um dos principais personagens da corrupção da Operação Lava Jato no Rio, poderia ter sido preso em 2017, se não tivesse recebido uma informação vazada pelo então secretário nacional de Justiça Astério Pereira dos Santos, preso nesta quinta-feira (5). 

Após receber a informação de que poderia ser detido, Arthur viajou de Portugal, onde estava, para os Estados Unidos, onde se encontra em liberdade até o momento. A avaliação é dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF), responsáveis pela denúncia que motivou a Operação Titereiro, que resultou na prisão de nove pessoas.

Continua após a publicidade

Propinas

O Ministério Público denunciou 15 pessoas suspeitas de envolvimento em esquema de pagamento de propinas a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para beneficiarem as empresas Denjud e JB Alimentação em contratos com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). Entre elas, Astério Pereira que, antes de assumir a secretaria nacional de Justiça, durante o governo de Michel Temer, foi secretário da SEAP, no governo de Sérgio Cabral.

O valor da propina, segundo a denúncia do MPF, chegava a 15% dos recebíveis pelas empresas. O grupo, que faz parte da organização criminosa comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral, ainda de acordo com os procuradores, era liderado por Astério e por seu sócio, Carlson Ruy Ferreira, também denunciado.

A Polícia Federal (PF) cumpriu mandado para prender seis denunciados preventivamente. Houve ainda três pedidos de prisão temporária. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em pelo menos 31 endereços. Além da denúncia, das prisões e da busca e apreensão, o MPF requereu à Justiça Federal que o patrimônio dos denunciados fosse bloqueado, somando mais de R$ 140 milhões de pessoas físicas e mais de R$ 676 milhões de 31 empresas. (Agência Brasil)

 

Veja Também