Justiça concede prisão domiciliar a João de Deus

Esta nova condição impõe algumas restrições, como: a entrega do passaporte ao Judiciário e o uso de tornozeleira eletrônica - Foto: Reprodução

Postado em: 30-03-2020 às 17h25
Por: Redação
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Esta nova condição impõe algumas restrições, como: a entrega do passaporte ao Judiciário e o uso de tornozeleira eletrônica - Foto: Reprodução

da Redação

A juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da Comarca de
Abadiânia, concedeu prisão domiciliar a João Teixeira de Faria, o
João de Deus. O advogado de defesa, Anderson Van Guarlberto pediu o cumprimento
da pena em casa em razão da idade avançada e dos problemas crônicos de saúde do suposto médium.

A decisão é da última quinta-feira (26), mas ainda não foi cumprida. Esta nova condição impõe
algumas restrições, como: a entrega do passaporte ao Judiciário, uso de
tornozeleira eletrônica, proibição de frequentar a casa Dom Inácio de Loyola em
Abadiânia e manter contato com as vítimas e testemunhas dos processos de crimes
sexuais.

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O líder religioso tem 78 anos e já saiu algumas vezes
do Complexo Prisional, em Aparecida de Goiânia, para realizar exames. Quando a medida for cumprida, João de Deus não poderá sair de Anápolis, onde reside, e deve
comparecer ao Judiciário todo mês para informar as atividades exercidas na
prisão domiciliar.

Memória

Em 14 de dezembro de 2018, o Tribunal de Justiça de Goiás
(TJ-GO) acatou a decisão do Ministério Público de Goiás e determinou a
prisão de João de Deus. O goiano foi acusado por abuso
sexual e as denúncias começaram a vir a público no dia 7 de dezembro, quando o
programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou as primeiras
denúncias. A partir daí, outras mulheres que afirmam ser
vítimas do suposto médium começaram a procurar as autoridades e a imprensa.

As vítimas revelaram um processo sistemático e padronizado,
em que João usava à Casa de Dom Inácio de Loyola, o “hospital
espiritual” em Abadiânia, para realizar abusos sexuais. Todas as primeiras denúncias vieram de mulheres entre 30 e 40 anos. Desde então, muitas outras mulheres o denunciaram.
Inclusive, a própria filha de João de Deus, afirmou em entrevista à revista
“Veja” que foi abusada pelo pai pela primeira vez com 10 anos de
idade.

Depois das diversas denúncias e a repercussão internacional do caso, em janeiro deste ano, João de Deus foi condenado a 40 anos de prisão em
regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável contra cinco pessoas. A
decisão é da juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia, que determinou
a pena de 8 anos para cada uma das vítimas.

Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás foram proferidas três sentenças de um total de 13. São 50 vítimas e os casos de
nove delas já foram julgados. A primeira foi referente a abusos cometidos
contra outras quatro mulheres que dizem ter sofrido os abusos entre abril e
outubro de 2018. O total das penas aplicadas nos três processos chega a 63 anos
e quatro meses. Restam outras dez ações penais. Contudo, esse número pode
subir.

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