Pastor é acusado de assédio sexual contra fiéis de sua igreja em Goiânia

Em vídeo veiculado nas redes sociais, o pastor alega ser inocente e disse que a igreja não tem nada a ver com o crime - Foto: Reprodução

Postado em: 31-03-2020 às 12h26
Por: Redação
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Em vídeo veiculado nas redes sociais, o pastor alega ser inocente e disse que a igreja não tem nada a ver com o crime - Foto: Reprodução

Igor Afonso

Um pastor evangélico é suspeito de assédio sexual contra uma
das frequentadoras da igreja onde liderava, em Goiânia. A fiel, que não teve o
nome revelado, denunciou através de uma rede social uma conversa onde Davi
Passamani, perguntou sobre sua vida sexual e afirmou querer sentir seu beijo.

O caso ganhou repercussão quando a estudante de veterinária,
relatou em rede social toda a conversa que teve com o pastor e que ele a
procurou porque “queria se abrir” e ser olhado como “ser humano e não como
pastor”.

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Ela diz que Passamani pediu para não ser chamado de pastor e
que ela fosse até a casa dele. A estudante sugeriu que fosse juntamente com o
namorado, mas o pastor disse que queria vê-la sozinho.

Os relatos da jovem, contam que o pastor a questionou sobre
sua vida sexual, disse que queria sentir o beijo dela e contou um sonho que
teria tido com ela. A fiel, conta que o sogro dela que é pastor e policial,
pediu para que ela continuasse a conversa a fim de descobrir o intuito de
Passamani.

Segundo ela, depois disso, o pastor fez uma chamada de vídeo
e pediu para que ela passasse a mão no pescoço e na barriga, porém, quando ele
pediu para que ela tirasse a blusa, a mulher afirmou não aguentar mais a
situação.

Quando procurou um outro pastor da igreja para contar o que havia
ocorrido, a estudante recebeu orientações para apagar as mensagens e esquecer
tudo o que havia acontecido. Afirma ainda que eles teriam pedido para que ela o
perdoasse porque “o diabo teria usado a boca dele para tentar destruir a igreja”.

Pastor nega o crime

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o pastor Davi
Passamani apareceu chorando e alegando ser inocente. Falou ainda que a igreja
não tem nada a ver com o crime. “Vi essa moça dizer que queria acabar coma igreja.
Você não vai conseguir. A igreja não é minha, você vai conseguir acabar comigo,
mas com a igreja você não acaba”, afirmou.

Ele pede perdão para a igreja, sua família e seus filhos. “Estou
com muita vergonha de todos vocês. Me perdoe, não é fácil. Não quero que vocês
me amem, não estou pedindo que vocês me absolvam das culpas. Eu só não quero
ser abandonado (…). Meu erro não anula meus acertos”, afirmou.

Ele negou o crime, mas disse que “vai se tratar” e afirmou
que a igreja onde ministra, A Casa, não tem culpa da situação.

A igreja, por sua vez, afirmou através de uma publicação em redes sociais que
está acompanhando, apurando e tomando as devidas providências jurídicas e
eclesiásticas que o caso requer. A publicação da vítima que viralizou nas redes sociais foi feita no dia 28 de março deste ano, o caso registrado na última segunda-feira (30), mas a igreja afirmou que o pastor e os outros envolvidos e apontados pelo caso “já se encontram há semanas afastados de suas funções ministeriais para tratamento médico especializados e cuidados em família”. 

O caso foi registrado na Delegacia Especializada no
Atendimento à Mulher (DEAM). A vítima conta que o crime aconteceu há quase dois
anos, mas só agora resolveu denunciá-lo porque outra mulher alegou que também
passou pela mesma situação.

A delegada responsável pelo caso, Paula Meotti, informou que
o caso está sob segredo de Justiça, mas revelou que a investigação já foi
iniciada, outras pessoas serão chamadas a depor nos próximos dias e que o
intuito é concluir o inquérito nos próximos dez dias.


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