No Brasil, ritmo de mortes por Covid-19 segue trilha dos países mais atingidos

Após escalada rápida, número de vítimas fatais dá leve sinal de desaceleração| Foto: Reprodução/ Amanda Perobelli/Reuters

Postado em: 17-04-2020 às 10h53
Por: Redação
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Após escalada rápida, número de vítimas fatais dá leve sinal de desaceleração| Foto: Reprodução/ Amanda Perobelli/Reuters

Da Redação*

Passado um mês da primeira morte por Covid-19 registrada no Brasil, o país já tem 1.924 óbitos pela doença, segundo o boletim do Ministério da Saúde, divulgado nessa quinta-feira (16). Após escalada rápida nas duas primeiras semanas, o ritmo das mortes dá leve sinal de desaceleração agora, mas segue a mesma trilha de alguns países onde o vírus já matou mais do que na China.

Bélgica, Alemanha, Holanda e Irã experimentaram um aumento acentuado, por volta de 30% ao dia, nas duas primeiras semanas em que começaram a registrar mortes pela doença, e agora reduziram o ritmo para uma média mais próxima dos 20%, ou abaixo. Todas essas nações já contabilizam mais de 3.300 mortes, nível em que os chineses conseguiram estabilizar sua crise.

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O que preocupa a leitura da tendência para o Brasil é que não há ainda testagem de todos os casos suspeitos, o que implica em tamanho subestimado da epidemia. Países que com a Covid-19 incorporada há mais tempo, como o Reino Unido, tinham número de mortes na mesma ordem de grandeza do Brasil no primeiro mês a partir do primeiro registro de óbito. Em duas semanas, os britânicos saltaram de 2.300 para 13.600 mortes.

É difícil dizer se esse é o destino do país, mas poucos especialistas acreditam que o Brasil possa frear a epidemia com menos mortos do que a China registra agora.

“É muito provável que a gente vá atingir as 3 mil mortes, porque a epidemia no Brasil ainda está na ascendente”, afirma Aluísio Dornellas de Barros, epidemiologista da Universidade Federal de Pelotas que integra um projeto nacional para avaliar a real incidência da Covid-19 no Brasil.

A despeito de uma curva aparentemente em desaceleração, ele pondera que o problema com testagens no Brasil ainda compromete avaliar a situação.

“Esses números todos são muito difíceis de interpretar, porque dependem de quantos testes são feitos, dependem do momento em que você está na epidemia”, diz Barros.

*Com informações da Agência O Globo

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