Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Canteiros de obras sofrem alterações frente a pandemia do coronavírus

Empresas e instituições classistas se movimentaram para atender às diretrizes estabelecidas pelo Governo| Foto: Wesley Costa

Postado em: 04-05-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Canteiros de obras sofrem alterações frente a pandemia do coronavírus
Empresas e instituições classistas se movimentaram para atender às diretrizes estabelecidas pelo Governo| Foto: Wesley Costa

Pedro Moura

O cenário de obras no Estado também sofreu alterações frente a pandemia do Coronavírus. Empresas e instituições do setor se movimentam para atender às diretrizes estabelecidas pelo governo, que liberou o retorno das atividades da construção civil, mas estabeleceu regras como forma de preservar a saúde e segurança de todos os trabalhadores. Para ajudar no combate ao Covid-19, o Serviço Social da Indústria da Construção (Seconci) desenvolveu uma série de ações de suporte.

A instituição elaborou um guia para o trabalhador da construção civil, com orientações preventivas, e o plano de contingência do Seconci, para servircomo modelo para as empresas de construção se adequarem às medidas adotadas pelo decreto e aos documentos oficiais do Ministério da Saúde (MS). Também está sendo oferecido às empresas associadas ao Seconci o canal disque dúvidas, uma linha telefônica específica para auxiliar os administradores de obras, engenheiros, técnicos em segurança do trabalho e demais profissionais responsáveis pelas orientações aos trabalhadores nos canteiros.

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O presidente do Seconci, engenheiro Yuri Vaz de Paula, diz que este é o momento em que todos devem unir esforços para promover a conscientização e as boas práticas em saúde e segurança. “O Seconci assume seu papel como serviço social da indústria da construção ao elaborar todo este programa. Todos podem ajudar sendo multiplicadores de informações que promovem saúde e salvam vidas”, disse.

As empresas associadas à instituição também podem ter acesso gratuito ao modelo de plano de ação para controle da Covid-19 e boletim informativo prevencionista semanal. Que está sendo produzido para auxiliar as empresas na realização do Diálogo Semanal de Segurança (DSS). 

A organização também oferece serviços de assistência social, saúde e segurança do trabalho para colaboradores de mais de 200 empresas de construção no Estado, providenciando kits contendo produtos de higiene para distribuição aos parceiros do Seconci, que forem atendidos na sede da entidade, no Jardim América, em Goiânia.

Guia e Plano 

O Guia, voltado para o trabalhador, apresenta e explica o que o Covid-19, suas formas de transmissão e sintomas. Além de esclarecer sobre as diferenças entre a enfermidade, gripe comum e dengue. Também orienta sobre como é possível proteger a si mesmo e as pessoas ao redor, com uma série de informações sobre higiene, etiqueta respiratória, distância mínima, entre outras. 

No Guia existe um capítulo direcionado ao trabalhador da construção com orientações sobre compartilhamento de objetos, higienização das mãos, do uniforme, ferramentas de trabalho e equipamentos de proteção. A publicação inclui também o uso e cuidados necessários com as máscaras e com os meios de transporte, destacando a importância de ter atenção quanto a informações inverídicas, procurando sempre fontes confiáveis para tirar dúvidas. 

Já o Plano de Contingência orienta as empresas sobre como colocar em prática medidas de prevenção e proteção nos ambientes de trabalho, que incluem monitoramento da saúde do trabalhador (aferição de temperatura, verificação de sintomas gripais),ações para propiciar lavagem das mãos e evitar aglomerações.

O Plano ainda orienta sobre a disponibilização de materiais (álcool em gel e outros), reorganização e limpeza geral dos ambientes da obra, informações sobre higienização, uso e compartilhamento de uniformes, objetos, máscaras, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e instrumentos de trabalho. 

O documento também aborda medidas de orientações, treinamentos e transporte dos trabalhadores, referentes aos visitantes (público externo), locais de refeições, horários de trabalho, grupo de risco, medicina ocupacional e segurança do trabalho.

Trabalho de conscientização passou a ser rotina

O trabalho de conscientização e distribuição de equipamentos para proteção individual contra a doença como máscaras, passou a fazer parte do cotidiano dos trabalhadores do setor. Algumasempresas, como a Consciente Construtora, investem em treinamento, escalonamento de horários e reforço na assepsia geral, álcool em gel em todos os cantos da obra, pontos de assepsia espalhados pelo canteiro, escalonamento para entrada e saída do trabalho, máscaras e aferição da temperatura no início do trabalho. 

Essa tem sido a rotina dos trabalhadores da construção civil após retornar às atividades após a autorização do retorno desse setor seguindo métodos de segurança para evitar o contágio e a propagação do Coronavírus.Segundo o engenheiro mecânico e coordenador de segurança do trabalho de uma construtora, Erly Marques Rodrigues, as medidas de segurança começaram a ser adotadas já no retorno do trabalho.

Como distribuição de máscaras de algodão, aferição da temperatura com termômetros infravermelhos e colocação de pontos de higienização com álcool em gel em diversos pontos do canteiro de obras. Quem apresentar estado febril ou qualquer outro sintoma da doença é impedido de entrar no local de trabalho e afastado das funções até a recuperação.“Cada trabalhador tem a temperatura medida antes do início do trabalho e recebe seis máscaras de pano que podem ser reutilizadas. Além disso, receberam panfletos com orientações sobre as medidas que devem ser adotadas para higienização das máscaras e para evitar o contágio e a propagação da doença”, explica Erly. 

O coordenador ainda destaca que cartazes e banners também foram espalhados pelas obras para conscientizar sobre as medidas de prevenção.Outro cuidado adotado pela construtora é evitar a aglomeração dos trabalhadores dentro da obra. Na hora de entrada e saída do trabalho, além dos intervalos para lanche e almoço, são feitos escalonamentos para diminuir o número de pessoas no refeitório. 

Além disso, para garantir a orientação e segurança, os lugares foram demarcados no refeitório, para que os colaboradores respeitem o distanciamento. “O nosso espaço, antes da doença, recebia cerca de 120 funcionários. Hoje, recebe 50, menos da metade”, explica Erly.

Treinamento e prevenção

Os funcionários das obras também recebem treinamentos da equipe de técnicos de segurança do trabalho com informações para evitar o contágio no local de trabalho e em casa. A maioria das funções administrativas da construtora continua sendo executada em home office e a sede da construtora passa por adaptações para proporcionar um ambiente mais arejado.

“A limpeza do espaço foi intensificada e contratamos uma pessoa justamente para ficar responsável para desinfetar locais que são tocados frequentemente, como maçanetas, interruptores, janelas, telefones e corrimãos. Além disso, vamos implantar um sistema de assepsia de calçados para dar mais segurança a quem estiver na obra”, concluiu o coordenador. (Pedro Moura é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

  

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