Pontes seguem interditadas em Goiânia e Região Metropolitana

A infraestrutura nos setores Recreio Panorama, Bairro Goiá e Goiânia Viva estão interditadas há quase seis meses - Foto: Wesley Costa

Postado em: 12-06-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A infraestrutura nos setores Recreio Panorama, Bairro Goiá e Goiânia Viva estão interditadas há quase seis meses - Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

As tempestades que caíram na Região Metropolitana de Goiânia no início do ano deixaram estragos cujos reparados não foram concluídos até hoje. Duas pontes danificadas nos setores Recreio Panorama, Bairro Goiá e Goiânia Viva estão interditadas há quase seis meses. Moradores sofrem com o isolamento que a região passa após o bloqueio de uma das avenidas mais movimentadas do setor Panorama. As obras devem estar prontas apenas em agosto, cerca de oito meses após os incidentes.

Sebastião Custódio mora ao lado da ponte sobre o córrego Caveirinha, no Sítio Recreio Panorama. Ele afirma que as obras demoraram a acontecer após os danos na infraestrutura viária. “Eles começaram há pouco menos que 60 dias. Ouvi dizer que o prazo para a conclusão é até o fim deste mês, por isso estão correndo”, afirma. Morador da região há mais de 30 anos, Sebastião duvida que os trabalhos sejam concluídos no prazo. “Eles estão trabalhando dia e noite para concluir, mas acho que está meio apertado para terminar até o fim do mês”.

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A Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) afirmou por meio de nota que as obras tiveram início apenas em abril por causa dos prazos das normas legais da licitação que foi feita de forma emergencial. E que o prazo para a conclusão dos trabalhos é de 120 dias.

O morador do Sítio Recreio Panorama diz que a interrupção do fluxo da avenida da ponte foi danosa para muitas pessoas do bairro. “Aqui era bastante movimentado, o fluxo de carros era muito grande”. Ele diz que a falta de movimento fez com que muitos negócios fechassem as portas, inclusive uma borracharia da qual ele era proprietário. “Eu tinha meu negócio ali em cima, mas tive que fechar porque a rua ficou um deserto. Muita gente foi prejudicada por causa desse estrago”, lamenta.

Sebastião ainda diz que as chuvas dos últimos anos causaram enchentes na região nunca antes vistas por ele. “O volume de água descendo nessa rua aqui é muito grande, vai arrebentando tudo por onde passa”. Ele ainda revela que não foi a primeira vez que a ponte foi danificada pelas águas de chuva. “O aguaceiro já quebrou essa ponte uma vez, a prefeitura veio e fez um reparo, mas ele não aguentou a outra chuva que partiu ela no meio”.

O morador do bairro diz que o volume das enxurradas foi aumentando à medida que o bairro começou a se urbanizar. “Quando aqui era mato, as árvores conseguiam conter as águas, mas elas foram desaparecendo e dando lugar as casas. Aí não tem jeito, a água da chuva tem que correr na rua”. Ele está observando de perto o andamento da obra e afirma que as galerias pluviais abaixo da ponte foram aumentadas para receber um volume maior da água da chuva.

Em abril, a Prefeitura de Goiânia concluiu licitações para contratação de empresas que ficaram responsáveis por reconstruir as pontes que foram destruídas pelas fortes chuvas do início do ano. As obras começaram no último mês. A empresa Duna Engenharia ganhou a licitação para reconstrução da ponte sobre o córrego Caveirinha, no Sítio Recreio Panorama, na Região Noroeste de Goiânia. A estrutura foi totalmente danificada pelas enxurradas do córrego no dia 22 de janeiro. O contrato foi orçado em R$ 1,73 milhão.

Em atendimento a Seinfra, a empresa TCMA Tecnologia em Construções e Meio Ambiente ficou responsável pelo serviço de execução de terraplenagem, pavimentação, galerias de águas pluviais, estrutura de lançamento, calçadas e obra de arte especial emergencial sobre o Córrego Taquaral, localizada na Avenida Padre Monte, Bairro Goiá.  O valor do contrato foi orçado em R$ 3,36 milhões.

Os dois contratos têm prazo de até 180 dias e as obras tiveram início em abril deste ano. O trabalho deve executar estruturas em reparo aos danos causados durante forte temporal ocorrido na noite do dia 21 de janeiro. No Córrego Caveirinha, a nova composição da ponte terá largura de 9,60 metros e 26,13 metros de extensão, a do tabuleiro e a elevação da pista ficarão a 1,25 metros acima do que era antes para atender o novo nível de inundação atual.

A ponte da Avenida Padre Monte, sobre o córrego Taquaral, no Bairro Goiá, construída com tabuleiro apoiado sobre o córrego Taquaral, teve as fundações dos encontros solapadas pelas fortes chuvas de janeiro, que causaram o desabamento de parte do tabuleiro, comprometendo sua estrutura e inviabilizando a sua recuperação. Os danos da ponte ocorreram quando a água do Córrego Taquaral transbordou e uma lateral de outra ponte foi carregada pela enxurrada na Avenida Padre Monte.

Estruturas não suportam volume de chuvas na Capital  

A ponte sob o córrego Caveirinha desabou na ocasião em que um veículo a atravessava durante a tempestade que atingiu a Capital no dia 22 de janeiro. O motorista foi tirado do veículo a salvo. Segundo o Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás (Simehgo), as chuvas daquele dia, na região Noroeste, atingiram um volume de 72 milímetros em apenas uma hora, o mesmo volume esperado para um período de cinco dias de chuva.

O acumulado das chuvas do primeiro mês deste ano é o maior registro para janeiro dos últimos três anos na Capital. A pesquisa do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo) revelou que das oito estações de monitoramento existentes na cidade, apenas uma não houve acúmulo acima da média climatológica, que é de 247,8 milímetros (mm). A medição da estação do Jardim Olinda, na região Leste de Goiânia, atingiu à marca de 434,8 mm, 75% acima do nível esperado para o período.

As fortes chuvas de janeiro também causaram estrago pelo interior do Estado. No município de Catalão, Região Sudeste de Goiás, a chuva que caiu no dia 25 de janeiro abriu uma grande cratera na Avenida Margon, no Setor Vila Liberdade. Parte da via desabou durante a madrugada em meio à chuva e ficou parcialmente interditada. Também em janeiro, no município de Hidrolândia, a 35 quilômetros de Goiânia, uma árvore desabou sobre uma casa residencial localizada em um condomínio às margens da rodovia BR-153. Outra árvore obstruiu parcialmente a GO-241, em Minaçu, no Norte de Goiás na mesma ocasião. (Especial para O Hoje) 

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