Treino ao ar livre vira alternativa em Goiânia

O projeto já teve aula inaugural como teste, mas precisa do aval da Prefeitura de Goiânia para funcionar nos parque e praças - Foto: Reprodução.

Postado em: 13-06-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O projeto já teve aula inaugural como teste, mas precisa do aval da Prefeitura de Goiânia para funcionar nos parque e praças - Foto: Reprodução.

Igor Caldas

Goianos têm buscado alternativas aos exercícios realizados dentro de academias. Parques continuam sendo bastante frequentados pela população, bem como as academias ao ar livre. Um empreendedor no ramo de academias trouxe para Goiás um projeto de levar uma estrutura móvel para realizara aulas ao ar livre. O projeto já teve uma aula inaugural como teste, mas precisa do aval da Prefeitura de Goiânia para a devida autorização e checagem de obediência aos protocolos de prevenção da Covid-19.

O projeto de academia itinerante foi criado pelo ex-atleta profissional Leonardo Lívio e foi lançado nesta semana com foco na saúde e para quem quer empreender na ideia por meio de franquias. O lançamento aconteceu com a realização de um aulão que, segundo o idealizador, cumpriu com as medidas de prevenção da Covid-19.

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Leandro afirma que pensou no empreendimento antes da pandemia, como uma alternativa para sanar o custo alto de investir em uma academia. “Na verdade, eu pensei nisso em fim dos anos de 2017 e 2018 porque sempre empreendi no ramo de academias, mas tive problemas de custo elevado dos negócios”, conta. O empresário diz ter somado à inovação ao baixo custo baixo de instalação dos negócios.

Ele afirma que além da questão da mobilidade, a inovação está no modelo de treinamento que mistura exercícios de academia com aulas de treino funcional baseado em queima de gordura e condicionamento. Leandro explica que resolveu colocar o projeto em prática em contexto de pandemia por acreditar que ele seria uma possível alternativa às academias fechadas. “Pensei na possibilidade de treinos ao ar livre e criei uma estratégia na qual atendêssemos todas as necessidades do isolamento social”, afirma.

Mudança de hábito

Outro ponto forte do projeto apontado por ela é a possível mudança de hábitos que o fator Coronavírus deve causar em toda sociedade. “Acredito que mesmo se tivessem liberado o funcionamento das academias, essas pessoas não voltariam a treinar por medo do contágio”. Leandro criou círculos de treinamento que mantém a distância mínima de 3 metros entre os alunos. Além disso, todo mundo tem que usar máscaras e luvas.

O fator pandemia impede as pessoas de irem a locais fechados e despertou a necessidade de recriar hábitos. Dessa forma, o projeto de Leandro pode ser uma academia móvel ou fixa, com os diferenciais de aulas ao ar livre, palestras quinzenais com orientações alimentares, por aplicativo para agendamento das aulas e treinos com método próprio.

Os planos serão de atividades em três vezes na semana, porque a academia itinerante vai se deslocar para outros pontos da cidade em dias opostos. Terá a possibilidade de aulas avulsas compradas por meio de um aplicativo. Quanto mais aulas o cliente comprar, mais barato sairá o valor individual da compra.

As estações de treinamento criadas pelo empreendedor usam revezamento de equipamentos. Por isso, a cada rodada, o usuário faz a higienização do equipamento com álcool 70% e uma flanela disponibilizada para cada participante. Paula Roberta de Araújo participou da aula inaugural e se diz satisfeita com o treinamento.

Ela afirma que já tinha uma rotina de treinos que foi alterada pela pandemia. “Hoje eu treino nos parques. Mas me senti muito segura ao usar o método do Leandro porque cumpre medidas de segurança e é muito semelhante ao treino de academia”, declara.

O idealizador do projeto afirma que ainda não está oficialmente em plena atividade por depender de emissão de alvarás de funcionamento junto à prefeitura de Goiânia. Além disso, afirma ser necessário dialogar com a administração municipal para averiguar se os métodos que ele utiliza seguem às medidas de prevenção do novo Coronavírus.

A reportagem tentou falar com a coordenação da Central de Combate à Covid-19 do município para questionar sobre a possibilidade do funcionamento do empreendimento citado na matéria, mas não conseguiu respostas até o horário de fechamento.

Instituição alerta sobre exercícios durante pandemia 

Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, por meio da página “Notas da SBMEE sobre Coronavírus e Exercício Físico” afirma que diferentes instituições no país e no mundo têm orientado uma distância mínima de 1 a 2 metros. No entanto, não há uma recomendação consensual e específica sobre distanciamento mínimo para exercícios físicos ao ar livre. O empreendedor adotou a distância de três metros entre as pessoas que estiverem realizando os exercícios físicos durante as aulas. Além disso, alerta que todas elas devem utilizar máscaras.

Dessa forma, SBMEE alerta que em localidades onde não haja proibição legal decretada por autoridade competente para prática de exercícios ao ar livre, a melhor recomendação é a realização individual da atividade, de preferência, isoladamente, sempre evitando aglomerações e com o maior distanciamento social possível.

A instituição ainda faz considerações sobre a utilização da máscara durante a prática de atividade física. Ao usar uma máscara facial, está sendo colocada uma barreira física entre a via respiratória e o ar ambiente. Isto deve criar uma dificuldade maior para fazer a mobilização do ar, tanto na inspiração quanto na expiração, que pode ter variação conforme o material usado na confecção da máscara.

Por causa disso, é necessário um esforço aumentado da musculatura ventilatória, levando a um desconforto para se realizar um mesmo nível de atividade física, prejudicando o rendimento. A SBMEE ainda indica que a máscara molhada perde efetividade e que esta situação pode ocorrer de forma bem mais fácil quando em prática de exercício físico, tanto pela transpiração, quanto pelo aumento do fluxo de ar através da mesma.

Além disso, alerta que durante a prática, a maior movimentação aumenta a chance de desajustes da máscara em relação ao nariz e boca e exige um manuseio mais frequente, o que é contraindicado por possibilitar a contaminação da própria máscara ou das mãos na parte externa do equipamento de proteção. (Especial para O Hoje) 

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