Atrasada, obra da Prefeitura de Goiânia só teve 16% construída

Construção da ponte da Avenida dos Alpes, região Sudoeste de Goiânia, foi iniciada em setembro de 2019 e seria concluída em fevereiro deste ano - Foto: Reprodução.

Postado em: 17-06-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Construção da ponte da Avenida dos Alpes, região Sudoeste de Goiânia, foi iniciada em setembro de 2019 e seria concluída em fevereiro deste ano - Foto: Reprodução.

Pedro Moura

A construção da ponte da Avenida dos Alpes, região Sudoeste de Goiânia, está atrasada há quatro meses. As obras foram iniciadas em setembro de 2019, com previsão de conclusão em fevereiro de 2020. Porém, apenas 16% da obra foram concluídos. Assim como a expectativa da construção da ponte, a estrutura é vista como uma promessa para desafogar o problema antigo do trânsito na região que circunda as avenidas T-7, T-9 e T-63.

Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), a obra foi licitada por R$ 6.256.932,12 e a previsão de entrega é no terceiro trimestre deste ano. A Seinfra explicou que as obras da ponte da Avenida dos Alpes, iniciadas em 19 de setembro de 2019, não sofreram nenhuma paralisação. “Os dois vãos das extremidades da laje da ponte já foram totalmente concretados e falta o acabamento da sobrelaje. No vão central estão sendo confeccionadas as vigas longarinas”. 

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Aditamentos ao contrato

Ainda de acordo com a Seinfra, os aditamentos ao contrato relativos à prorrogação no prazo de entrega se devem a alguns fatores. “As fortes chuvas do início do ano dificultaram a execução dos escoramentos. Devido ao tamanho, foi necessária a alteração do projeto para moldagem das vigas no próprio local. Houve também problemas no processo de desocupação de posseiros estabelecidos no local onde será executada a alça de ligação da ponte”, disse.

Em maio do ano passado as obras de prolongamento da Avenida dos Alpes passaram a ser responsabilidade da Seinfra. O projeto de uma obra que forneça um fluxo rápido para diminuir o congestionamento na região Sudoeste da Capital nasceu em 1991 e foi batizado de Marginal Cascavel. A proposta inicial era a ligação entre a Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia e a Leste-Oeste, na Capital. 

O trabalho tinha o objetivo de ser levado adiante ao longo dos anos 1990, mas apenas as obras entre a Avenida Castelo Branco e a Avenida T-2 foram concluídas. A totalidade da obra seria a construção de duas pistas com 2,2 km de extensão, além da canalização do leito do Córrego Cascavel. O objetivo era fazer uma ligação entre a Avenida Castelo Branco e a Avenida Leste Oeste, na Vila Santa Helena, a um custo estimado de R$ 40 milhões provenientes, posteriormente, do Programa Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

A obra não foi concluída por que a empresa Delta, contratada para a realização do empreendimento, estava envolvida em escândalo de corrupção denunciado por meio da Operação Monte Carlo. A operação denunciou envolvimento de políticos goianos em esquemas corruptos que visavam contratos com o Governo do Estado em troca de benefícios. A Construtora Delta teve o contrato para a construção da obra suspenso devido ao envolvimento do empresário Carlinhos Cachoeira em pagamento de propina para que contratos fossem liberados.

Desde então, a expectativa de que a obra fosse finalizada desapareceu.  No entanto, no ano passado, a esperança de que o fluxo de trânsito na região melhore ressurgiu com o anúncio de que a obra de prolongamento da Avenida dos Alpes com ponte sobre o Córrego Cascavel deveria ser iniciado em julho.

Recuperação de pontes

A prefeitura também está realizando obras em pontes que cederam durante as fortes chuvas que atingiram a Capital em janeiro. As obras estão sendo feitas nas pontes sobre o Córrego Taquaral, no Bairro Goiá, e sobre o Córrego Caveirinha, no Recreio Panorama, que tiveram início em 13 de abril com prazo de 120 dias para serem concluídas.

A previsão para o termino das obras está agendada para agosto. Para realizar a ação, a prefeitura concluiu licitações visando a contratação de empresas que ficaram responsáveis por reconstruir as pontes. A empresa Duna Engenharia venceu a licitação para reconstruir a ponte sobre o córrego Caveirinha, no Sítio Recreio Panorama. O local foi destruído pela correnteza do manancial, na chuva do dia 22 de janeiro. O valor do contrato é de R$ 1,73 milhão.

Já a empresa Tecnologia em Construções e Meio Ambiente (TCMA) ficou responsável pela execução de terraplenagem, pavimentação, galerias de águas pluviais, estrutura de lançamento, calçadas e obra de arte especial emergencial sobre o Córrego Taquaral, na Avenida Padre Monte, Bairro Goiá, para atender a Seinfra. O valor do contrato é de R$ 3,36 milhões.

A Secretaria esclareceu que desde o dia do acidente a área foi isolada e devidamente sinalizada com barreiras de concreto para impedir o trânsito de todo tipo de veículos e pessoas. O local também recebeu sinalização noturna para alertar motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres sobre o isolamento.

Com estruturas problemáticas, pontes são vistoriadas 

No final de maio, a Defesa Civil, por meio da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC), vistoriou várias pontes de Goiânia, entre elas as pontes das avenidas T-63 e T-09 sobre o Córrego Cascavel, no Setor Jardim América. A finalidade deste monitoramento é o trabalho preventivo quanto à segurança dos transeuntes, pois a vistoria acontece na parte inferior das pontes, onde a equipe verifica as cabeceiras, os pilares e as vigas de toda a estrutura.

De acordo com o coordenador da COMPDEC, GCM Francisco Vieira, os agentes verificaram a estrutura inferior das pontes, onde estão as bases, as partes que ficam dentro do córrego e observaram que estes pontos necessitam de monitoramento contínuo.“A vistoria consiste na verificação das condições das estruturas das pontes, a fim de verificar algum dano. Observada a ocorrência de quaisquer irregularidades, as autoridades competentes são imediatamente informadas”, explicou.

Já no ano passado, a prefeitura, por meio da Seinfra, realizou uma ação para prevenção de erosões e trabalho contínuo de manutenção de travessias (pontes, bueiros e viadutos). Entre setembro e dezembro de 2018, um estudo realizado pela secretaria levantou um diagnóstico de 72 pontes e bueiros e indicou as ações para solucionar os problemas encontrados.

Na Marginal Botafogo, por exemplo, embora as obras de recuperação dos 17 pontos críticos foram solucionados, o problema antigo e recorrente com enchentes. No ano passado, uma empresa privada fez um diagnóstico de toda a bacia do Botafogo. A pretensão da Prefeitura era promover novas intervenções, com bacias de contenção e jardins de chuva para aplacar o volume exagerado de água que desce para o córrego. 

Segundo o secretário da Seinfra, Dolzonan da Cunha Mattos, a pasta usou toda a tecnologia e experiência dos profissionais para solucionar os problemas na Marginal Botafogo. “Nas últimas chuvas já não tivemos nenhum problema com enchente ou alagamento, mas continuaremos promovendo intervenções que garantam a segurança para os usuários”, disse.

Outro córrego fiscalizado em toda a sua extensão foi o Cascavel, que teve o fundo do canal totalmente recuperado, melhoramento do sistema de drenagem, contenção dos taludes, com a revegetação das margens para proporcionar maior estabilidade, limpeza dos bueiros e construção de bocas de lobo onde foi necessário. Nas diversas pontes sobre o Córrego em que o estudo diagnosticou problemas foram feitos os trabalhos indicados, como contenção de processo erosivo, recuperação do guarda corpo e instalação de guardrail e grade de proteção no canteiro central da via. (Pedro Moura é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

  

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