Entidades recorrem da liminar que derruba a reabertura do comércio em Goiânia

Todos seguem obedecendo a medida judicial de fechamento do comércio e aguardam novas decisões do recurso - Foto: Reprodução

Postado em: 03-07-2020 às 10h00
Por: Redação
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Todos seguem obedecendo a medida judicial de fechamento do comércio e aguardam novas decisões do recurso - Foto: Reprodução

Marcella Vitória

Após a publicação na madrugada desta sexta-feira (3) da liminar que derruba a reabertura do comércio em Goiânia, entidades que representam os
comerciantes ficaram indignados e se manifestaram. Em conjunto, eles alegaram que
vão obedecer a Justiça, porém recorrem da decisão.

O presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO),
Marcelo Baiocchi, relata que irá recorrer a decisão do desembargador até as 12
horas desta sexta-feira (3), mas que até o momento não haverá abertura do
comércio. “Temos que cumprir decisão e não pregamos desobediência civil.
Estamos aguardando a decisão do recurso, mas enquanto isso estaremos
fechados”, disse.

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A assessoria de imprensa da Associação Empresarial da Região 44
(AER44) informou que, apesar do prejuízo ao empresariado da região, os
estabelecimentos seguirão fechados. “A 44 nunca orientou o descumprimento
de qualquer norma judicial ou legal”, alegou. Além disso, a AER44 estuda a
possibilidade de propor uma liminar. 

Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas) se manifestou por
meio de nota alegando que as inconstantes decisões judiciais tem mostrado o
descaso do governo com o setor produtivo. Segundo a associação, os índices de
contágio ao coronavírus tem se multiplicado independente do funcionamento do
comércio. Acompanhe a nota completa:

“O Sindilojas-GO (Sindicato do Comércio Varejista no Estado
de Goiás), em ação conjunta com a Fecomércio-GO (Federação do Comércio do
Estado de Goiás) vai recorrer nesta sexta-feira (3) da decisão da Presidência
do TJ-GO de fechar novamente o comércio de Goiânia. A ação das duas entidades
será protocolizada ainda na manhã de hoje. 

Para o Sindilojas-GO, o vai e vem de decisões judiciais para
mandar abrir e fechar o comércio, muitas vezes no mesmo dia, é estarrecedor.
Isso evidencia o descaso das autoridades públicas com o setor produtivo, que é
o maior gerador de empregos da capital e do estado. 

“O sindicato acredita que essa batalha jurídica gera insegurança
para os empresários, que acabam não tendo outra alternativa a não ser demitir,
já que, de portas fechadas, o faturamento das empresas é reduzido a zero. O
comércio fica sem receita para honrar seus compromissos”. 

Para o Sindilojas-GO, a queda de braço pela reabertura ou não do
comércio é infrutífera. “As estatísticas oficiais mostram que, mesmo com o
comércio fechado há mais de 100 dias, os índices de contágio do novo
coronavírus se multiplicam a cada dia. Portanto, para o Sindilojas-GO, o
comércio não é o principal vetor de contaminação da doença. Ao contrário, as
lojas do ramo varejista são ambientes controlados, que foram preparadas para
reabrir com segurança”. 

O Sindilojas-GO alerta para a possibilidade de desobediência
civil, já que os empresários, os trabalhadores, o consumidor e a própria
sociedade em geral agora dormem sem saber se vão poder trabalhar ou não no dia
seguinte. “Por que não atacar a raiz do problema, ou
seja, criar leitos e melhorar o aparato da saúde pública para combater a
Covid-19”? 

No entendimento do Sindilojas-GO, é um erro grave também permitir
a operação do transporte público do modo como está. “Há aglomerações cada vez
maiores nos terminais e nos ônibus, e nenhum esforço aparente do poder público
para salvaguardar as vidas dos milhares de usuários do transporte coletivo e das
pessoas que têm contato com que é obrigado a viajar em pé, sem distanciamento
social e suscetível ao contágio dessa terrível doença”. 

 

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