Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Escolas começam a elaborar mudanças para se adaptar ao novo normal

Instituições de ensino da rede particular e pública estão elaborando protocolos para garantir a segurança dentro do ambiente escolar| Foto: Wesley Costa

Postado em: 22-07-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Instituições de ensino da rede particular e pública estão elaborando protocolos para garantir a segurança dentro do ambiente escolar| Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

Apesar de não haver uma previsão de data para o retorno às aulas presenciais nas redes pública e privada de educação, as escolas já começam a elaborar mudanças para se adaptar ao novo normal trazido pela pandemia de Covid-19. Instituições de ensino da rede particular e pública estão elaborando protocolos para garantir a segurança dentro do ambiente escolar. A data de retorno às aulas vai depender da evolução dos casos e curva epidemiológica na Capital, mas há expectativa que as atividades retornem na segunda quinzena de agosto. 

Seja na rede pública ou privada, a rotina das aulas presenciais vai ser diferente. A distância social mínima deve ser obedecida. Álcool em gel e máscaras deve ter presença obrigatória em todos os ambientes. As carteiras deverão ser mais espaçadas dentro da sala de aula e algumas escolas pensam em aderir ao escalonamento de alunos, com horários diferentes de entrada e saída.

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Titular da Secretaria Municipal de Educação, Marcelo Costa, detalha a elaboração dos protocolos de retorno às aulas presenciais da rede pública de ensino mesmo sem as datas confirmadas. Segundo Costa, os protocolos devem obedecer quatro pilares: operacional, administrativo, pedagógico e comunicacional. O secretário destaca que a gestão se preocupa, majoritariamente, com a segurança dos alunos, servidores e familiares. Por isso, aponta que, até o início do próximo semestre, caso haja queda nos casos, seja possível pensar em uma volta gradativa.

“Talvez isso se dê após a segunda quinzena de agosto, se houver condições epidemiológicas. Mas, torno a destacar que essa volta só ocorrerá mediante condições seguras. Não conhecemos esse vírus o suficiente para nos darmos o direito de colocar a comunidade escolar em risco”, frisa Marcelo Costa.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) diz que protocolos de atendimento pedagógico, administrativo, comunicacional e de acolhimento já estão sendo finalizados, levando em consideração diferentes cenários de retorno. Neles, estão estabelecidos critérios de funcionamento das instituições, orientações de higiene para alunos e servidores, regras de distanciamento, adequação física e conteúdo pedagógico.

Escolas particulares

Uma das instituições particulares de Goiânia adotou protocolos de saúde para um possível retorno das atividades escolares foi o Colégio Integrado. Logo na entrada, as catracas serão liberadas e os alunos passarão por aferição de temperatura. Só vão entrar na escola se estiverem usando máscaras de forma correta. O diretor-geral do Colégio Integrado, Thiago Oliveira, está com grande expectativa para o retorno das aulas para a segunda quinzena de agosto.

No entanto, a visão do diretor converge com o posicionamento da SME. Ele afirma que no primeiro momento, o principal cuidado será com a segurança sanitária e a saúde emocional dos alunos e professores. “Acredito que as aulas devem voltar de forma gradativa a partir da segunda quinzena de agosto, seguindo a tendência do que está ocorrendo no Rio de Janeiro e na Capital Federal”, defende Thiago.

O diretor destaca que o diálogo com as famílias dos estudantes é fundamental. Ele afirma que desde junho vem fazendo pesquisas para avaliar se os pais são a favor do retorno as aulas. “Se, de acordo com nossas pesquisas, mais de 50% dos pais forem a favor da volta às aulas, vamos adotar um sistema de rodízio de alunos”, garante. 

Desde o início da pandemia, a escola organizou um comitê que possui reuniões frequentes apoiadas por um médico infectologista contratado para essa finalidade. Nas últimas semanas, foi realizado um trabalho de pesquisa para estruturar os protocolos de volta às aulas. Mesmo sabendo que cada região brasileira possui especificidades, o grupo buscou referências de outros países que retomaram as atividades, e os principais foram Dinamarca e algumas regiões da China.

Distinto do plano da rede pública, os protocolos elaborados na escola particular para o retorno às aulas seguirão os pilares de segurança e rotina preventivas, saúde emocional e acolhimento, adequação do calendário acadêmico, diagnóstico de aprendizagem do modelo remoto e processo avaliativo. 

Como medida de segurança dos alunos e funcionários, o Colégio vai fazer a aferição da temperatura das pessoas diariamente. Além disso, deve solicitar, dos responsáveis, a declaração de saúde dos estudantes. Todos os funcionários e alunos vão receber máscaras e orientações sobre a importância da higienização das mãos de evitar qualquer tipo de aglomeração. A entrada da escola terá tapetes sanitizantes, que são barreiras de contenção de sujeira e partículas, ajudando a promover a proteção contra a contaminação microbiológica que pode estar presente nas solas dos calçados.

Outra escola particular que elaborou protocolos para retomada das aulas presenciais foi o Colégio Externato São José. Entre as medidas e readequações na estrutura feitas pela instituição estão o distanciamento social seguro entre os estudantes por meio do afastamento das carteiras a um metro e meio de distância, uso obrigatório de máscara, sinalização por todas as áreas da instituição de ensino; a desativação do espaço de bebedouros, substituídos por pias com água e sabão, tapetes sanitizantes e totens com álcool em gel pelas dependências do colégio.

Primeiro fazer uma pesquisa com as famílias retorno facultativo. Pesquisa que fez em junho.  Dois segmentos primeiro ensino médio. 

Escolas apostam em escalonamento e rodízio para reduzir fluxo de pessoas  

Os estudantes do Colégio Integrado serão divididos para reduzir a circulação de pessoas, enquanto metade assiste às aulas presenciais, a outra vai acompanhar o conteúdo virtualmente. Os grupos serão alternados a cada semana. A ida à escola será facultativa, pois há alunos que fazem parte do grupo de risco ou que residem com pessoas do grupo de risco. “O aproveitamento das aulas online tem sido satisfatório e por isso ficamos mais tranquilos em relação ao rodízio”, explica o diretor. 

Como forma de garantir que todos os alunos tenham acesso às aulas, elas serão transmitidas em tempo real para os estudantes que ficarem em casa. Já nas salas de aula, as cadeiras serão posicionadas com um metro e meio de distância. Para evitar o ar-condicionado, as janelas e portas serão mantidas abertas. Os horários de entrada, saída e intervalos serão alterados para evitar aglomeração. Os profissionais que são do grupo de risco, não voltarão ao trabalho presencialmente neste primeiro momento.

No Colégio Externato São José, a diretora pedagógica Tatiana Santana afirma que esse possível retorno também será realizado de forma escalonada, com as salas de aula recebendo uma menor quantidade de alunos por dia. Horários de lanche e descanso também devem ser alternados. O  colégio também fará um diagnóstico do que foi assimilado e bem aprendido durante o período de aulas on-line, e, se necessário, retomará o conteúdo e a prática para preencher possíveis lacunas de aprendizagem. 

“Diante desse novo momento, precisamos estar cientes de que se trata de uma nova realidade, à qual precisaremos estar atentos, de forma proativa e paciente, para nos adaptar da melhor maneira possível. O nosso compromisso é com a segurança, integridade e aprendizado dos nossos alunos”, complementa Tatiana.  (Especial para O Hoje)

 

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