PM-GO celebra 162 anos com mais educação e tecnologia para atuar

Igor Caldas

Em 28 de julho de 1858, o então
presidente da província de Goiás, Dr. Januário da Gama Cerqueira criou a Força
Policial de Goiás. Vários civis foram contratados para integrar o policiamento
do Estado. A corporação completa 162 anos na próxima terça-feira (28)
com muitas mudanças. Mais formação, educação e tecnologia integram as forças
policiais do Estado que, em tempos de pandemia, também estão na linha de frente
no combate à Covid-19.

Chefe da assessoria de
comunicação, Tenente Coronel Cardoso, lamenta que este ano não haja evento
comemorativo como ocorreu no ano passado. “A festa de 2019 foi linda e contou,
inclusive, com a presença do presidente da república, mas este ano a pandemia
obriga que as comemorações aconteçam de outras formas”, declara.

De acordo com o Tenente Coronel,
as comemorações vão ser guiadas pela tecnologia nas redes sociais. “Já temos
vários vídeos de pessoas que têm destaque na sociedade parabenizando a
corporação”, afirma. A Polícia Militar também produziu uma revista comemorativa
dos 162 anos da instituição que será lançada na próxima terça-feira (28).

Outro projeto tecnológico da PM é
a composição de vídeos que mostram o trabalho da corporação. “A tecnologia é a
mudança para os novos tempos e estamos usando ela para mostrar nosso trabalho”.
O tenente coronel relata que antes, para conhecer um setor específico da
polícia, era necessário ir pessoalmente até um batalhão. Com a gravação de
vídeos e publicação nas redes, a realidade é outra. “Temos milhares de
seguidores que nos acompanham”, relata.

Nas ruas

As ações da PM-GO também cresceram
em relação ao ano passado. No primeiro semestre deste ano foram apreendidos
mais de três mil foragidos e 22 toneladas de drogas. Houve uma redução de roubo
de veículos em 30%. “Essa é a prova que também estamos na linha de frente da
pandemia e trabalhando muito”, relata Cardoso. Ele ressalta que a PM-GO faz
cumprir os decretos, tanto a nível municipal quanto estadual. “Fazemos cumprir
a legislação que visa diminuir os casos de infecção e contribuir com a melhora
do quadro de saúde em Goiás”, conclui.

Veterano

Em entrevista à edição de uma
revista comemorativa de 168 anos da instituição em Goiás que será lançada na
próxima terça-feira (28), o soldado da
reserva da PM-GO, Justyiniano Ribeiro da Costa, 86 anos, lembra-se dos
tempos da ativa. “A gente tinha muito entusiasmo, fazia o serviço por
amor, independente de qualquer coisa”, recorda.

Ele conta como ingressou na
corporação em 1956. O veterano relata que estava servindo ao exército quando
manifestou o desejo de entrar para a Polícia Militar e se dirigiu ao comando da
PM. Ele revela que, na época, a polícia militar era muito rígida na questão da
ordem, mas a união era presente.

Ele afirma que já nasceu com o dom
do militarismo e esse foi o motivo de escolha da profissão. “Foi Deus que
me deu este dom e sempre foi o meu sonho”, declara. Cansado de sua antiga
profissão de servente de pedreiro no estado do Pará, o veterano se demitiu e
viajou para Goiânia “direto para o quartel da Polícia Militar”.

O soldado relata que ao demonstrar
interesse em entrar para a polícia, foi orientado a pedir autorização para seus
superiores no Exército Brasileiro ao qual estava comprometido na época. Com o
aval de seu comandante, Justyniano se tornou policial. O soldado da reserva
avalia que a maior diferença na corporação nos dias de hoje é que a Polícia
exige mais estudo e formação. “Na época, a gente não estudava muito e não
tínhamos oportunidades para isso”, recorda.

Formação

Em 1970, foi implantado o
Regulamento Disciplinar do Exército na Polícia Militar de Goiás (PM/GO)
direcionando as normas de ensino do Exército para o Departamento de instrução
da PM, pela recém-criada Inspetora Geral das Polícias Militares (IGPM). Em 1981
houve reorganização da logística e pedagogia da PM, proporcionando mudanças nas
normas internas do Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA).

A IGPM controlou
o ensino das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares no período de
anos entre 1983 a 1990 e depois foi repassado ao Comando de Operações
Terrestres (COTER). A partir de então, surge a Academia de Polícia Militar
(APM), sediada na Capital, responsável pela formação, instrução e
aperfeiçoamento de oficiais: aspirantes, tenentes capitães, majores, tenentes e
coronéis.

Covid-19 afeta a corporação

O chefe da assessoria de comunicação da Polícia
Militar do Estado de Goiás declara que a pandemia fez com que a instituição se
reinventasse. Foi criado um gabinete de estudo de crise para tomar medidas que
aumentassem a proteção individual da tropa em operações. O setor também
acompanha os policiais e familiares que foram contaminados com o novo
Coronavírus. A corporação conta com 614
casos da doença confirmados, com 509 policiais curados e 96 em tratamento
domiciliar. Foram cinco óbitos de integrantes da ativa e três na reserva.

O chefe da assessoria de comunicação destaca as
mudanças que vieram para ficar no contexto pandêmico. “Houve aumento no volume
de trabalho remoto e isso gera economia de tempo e dinheiro ao Estado. Com uso
da tecnologia, a polícia pode continuar a realizar seu trabalho de forma
otimizada”, garante. Outra mudança que vai permanecer é o aumento nos cuidados
da saúde.

“Vamos manter o hábito do uso luvas, máscaras e
higienização das mãos. Quando prendemos algemamos ou tocamos alguém, a gente
não sabe se pessoa pode estar infectada com a Covid-19 ou outra doença
perigosa”, defende. Cardoso declara que a crise pandêmica veio para aumentar
ainda mais os cuidados com o público interno da instituição. Ele ressalta a
questão do uso de EPIs e higienização das viaturas.

Outras ações destacadas pelo policial são as de conscientização com os policiais da reserva, publicações com dicas de prevenção nas redes sociais, incentivo ao isolamento, um número de telefone exclusivo para responder dúvidas dos integrantes da PM e seus dependentes sobre a Covid-19 e o atendimento do Hospital da Polícia Militar. “O HPM está 24 horas em funcionamento para atender toda corporação e seus familiares”. (Especial para O Hoje)