Relaxamento no isolamento social aumenta casos de Covid-19 em 11 estados

Brasil tem registrado uma média diária de 1 mil óbitos por dia causado pela doença. Segundo especialistas, a falta de coordenação do governo federal contribuiu para estes números - Foto: Reprodução

Postado em: 27-07-2020 às 10h15
Por: Redação
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Brasil tem registrado uma média diária de 1 mil óbitos por dia causado pela doença. Segundo especialistas, a falta de coordenação do governo federal contribuiu para estes números - Foto: Reprodução

Marcella Vitória

A pandemia da Covid-19 bateu um novo recorde neste fim de semana no Brasil. Os números mostram um platô demasiadamente alto, que desde o início do mês se mantém acima de mil mortes diárias. No último sábado (25), a média móvel indicou 1.097 óbitos por dia ao longo de uma semana. 

Onze estados teve aumento no número diário de mortes pela doença, em um cenário definido por muitos especialistas com afrouxamento excessivo e desobediência das regras de isolamento social, além da falta de coordenação pelo governo federal. 

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O Ministério da Saúde está sem titular desde meados de maio. Desde então, a média móvel diária de mortes aumentou 52%. Em estados como o Rio de Janeiro, a situação é agravada pela falta de diálogo também entre prefeituras e o governo estadual. 

Segundo os pesquisadores, a propagação da pandemia cumpre hoje uma terceira etapa. A primeira concentrou-se no Rio e em São Paulo, as principais portas de entrada do país. Depois expandiu-se para capitais mais pobres, como Manaus e Belém. Agora, o contágio migra para a faixa oeste do território nacional, do Rio Grande do Sul a Rondônia. 

O país registrou neste domingo (26), 23.467 novos casos e 556 novos óbitos por Covid-19, segundo um consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, Extra, G1, UOL, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. No total, o Brasil registra 2.419.901 infecções e 87.052 mortes. 

Desde 24 de março, uma semana após a primeira morte no Brasil, o país ficou em um nível superior a mil óbitos, em 41 dias. A faixa não abaixa desde 3 de julho, o que representa 33% dos 124 dias em que o cálculo foi realizado. 

O números mostram com clareza o avanço da doença sobre o país, que tem tendência de estabilidade no número de óbitos, mas permanece muito alto. O índice atual confirma mais 7 de mil novas mortes por semana, ou 30 mil por mês. 

Segundo o pesquisador da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Gabriel Maisonnave Arisi, é provável que cheguemos à 200 mil até o final do ano. As regiões Sul e Centro-Oeste sentem o impacto com maior força atualmente, mas o contágio e os óbitos não sobem apenas nestas localidades.  

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