Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Incêndio próximo a rio assusta pescadores no Pantanal (MT)

O vídeo e imagens foram feitas por pescadores em Cáceres (MT), no início da noite de sábado (15), na margem do rio Paraguai; a região já registra recorde histórico de queimadas, com perda de 10% do território no ano | Foto: Divulgação.

Postado em: 20-08-2020 às 16h00
Por: Nielton Soares
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O vídeo e imagens foram feitas por pescadores em Cáceres (MT), no início da noite de sábado (15), na margem do rio Paraguai; a região já registra recorde histórico de queimadas, com perda de 10% do território no ano | Foto: Divulgação.

Nielton Soares

Um grupo de pescadores foram
surpreendidos com um incêndio às margens do Rio Paraguai, em Cáceres (MT), no
início da noite de sábado (15). O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) registrou 4,2 mil focos de queimadas de janeiro a julho.

A quantidade já é o maior da
séria histórica, iniciada em 1998. De acordo com o instituto, os incêndios na
zona pantaneira saltaram 240% este ano, e o bioma já perdeu cerca de 10% de sua
área.

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“Foi muito triste e
desesperador ver tudo isso. Estou sem chão ainda. Só quem está vendo de perto
para ter noção”, conta a pescadora Enilza Silva, que estava presente
quando o fogo se alastrou pela mata.

Rio comprometido

O grupo desenvolvia uma atividade
na região, onde possui uma base de apoio localizada em um rancho nas
proximidades. Segundo eles, chegam a pescar durante 5 a 7 dias ou até atingir a
cota máxima permitida, que é de 125 kg de peixes por pessoa, por semana.

Os pescadores relatam que
ultimamente não estão conseguindo atingir essa cota. “O rio já está quase
atingindo a maior baixa dos últimos 50 anos. E no mês de fevereiro ocorreu um
fenômeno chamado decoada exatamente porque o rio não encheu o suficiente, o que
causa a decomposição de matéria orgânica, como folhas e galhos. Isso tira o
oxigênio da água, matando muitos peixes no rio. E ainda tem o
assoreamento”, explica Joari Costa de Arruda, professor da Universidade do
Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

O professor é especialista em
biodiversidade e biotecnologia e atua no projeto “Corredor ecológico,
econômico e cultural do Rio Paraguai” junto a pescadores e comunidades
ribeirinhas da região. “Este ano não está favorável para o rio e para quem
depende dele para tirar o sustento da família”, lamenta o pesquisador.

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