Defesas alegaram que bens são investimentos da Afipe

Nielton Soares

A defesa da Associação Filhos do
Pai Eterno (Afipe), Klaus Marques, afirmou que os recursos da entidade feitas
pelo padre Robson de Oliveira são para bens da associação e de uso da própria
entidade.

A sede da entidade e a residência
do padre Robson, diretor-presidente, foram alvos do Ministério Público de Goiás
(MP-GO), nesta sexta-feira (21), com a deflagração da Operação Vendilhões, que
investiga suspeita de desvios doados por associados à Afipe.

Segundo os promotores, em 15 anos
a Afipe arrecadou aproximadamente R$ 2 bilhões. Os investigaram contaram que entre
os bens encontrados, existem fazendas, gado e imóveis em geral.

O advogado da Afipe disse que a
criação de gado é um investimento da instituição para aplicação financeira. Já
a defesa do padre Robson, Pedro Paulo de Medeiros, frisou que a figura do padre
Robson se confunde com a da associação e negou que haja apropriação indevida de
recursos.

Representantes do Vaticano

Em 2019, representantes do Vaticano
vieram a Goiás para apurar a associação e as suspeitas sob padre Robson. De
acordo com o secretário de Segurança, Rodney Miranda, a cúpula da Igreja tinha
a intenção de verificar a arrecadação que era acima do habitual.

Naquela época, já havia a suspeita
acerca do volume de recursos financeiros que a entidade arrecadava. “A
assessoria do papa entrou em contato diretamente com a gente”, revelou o
secretario, durante entrevista coletiva.

“Se juntar tudo isso (bens)
certamente vai passar de vários bilhões. Não tem doação no mundo de igreja
nenhuma que chegue em patamares parecidos”, disse Miranda, informando que os
membros do Vaticano ficaram impressionados com a arrecadação do Santuário de Trindade,
sendo muito superior com o registrado pelo Santuário de Aparecida do Norte (SP).
E, que eles demostraram preocupação com o desvio de finalidade da instituição católica.