Padre Robson é suspeito de pagar policiais para destruir provas

A força-tarefa do MP-GO apontou que religioso movimentou sozinho R$ 1,9 bilhões e teria pago por extorsões, com dinheiro de fiéis para a construção de nova Basílica em Trindade | Foto: Reprodução.

Postado em: 31-08-2020 às 16h35
Por: Nielton Soares
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A força-tarefa do MP-GO apontou que religioso movimentou sozinho R$ 1,9 bilhões e teria pago por extorsões, com dinheiro de fiéis para a construção de nova Basílica em Trindade | Foto: Reprodução.

Nielton Soares

O escândalo envolvendo a Igreja
Católica em Trindade ganha novos capítulos. Segundo as investigações da
força-tarefa, que deflagrou a Operação Vendilhões, formada exclusivamente para
apurar os supostos crimes financeiros do padre Robson de Oliveira, de 46 anos,
a frente de entidades religiosas que recebiam doações para a construção da nova
Basílica do Divino Pai Eterno no município da região Metropolitana de Goiânia,
o religioso teria paga a servidores públicos para que destruíssem arquivos que
comprometiam a reputação dele.

Isso é referente à extorsão de R$
2,9 bilhões de hackers, que teria fotos de supostos casos amorosos do padre, e
que não seriam revelados. De acordo com a defesa do religioso, essas
informações foram descartadas pela Justiça. No entanto, seguem em investigações
a suspeita de desvio dos recursos das Afipes, associações criadas por ele, de
R$ 120 milhões – dinheiro doados por fiéis. O padre nega o uso indevido desse
dinheiro.

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O Ministério Público de Goiás
(MP-GO) aponta que padre Robson realizou ainda transações milionários no setor
imobiliário, via Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) nos últimos anos. As
propriedades adquiridas serão de parentes de políticos do município. Essas
negociações de compras estão sendo analisadas pelo MP-GO para se saber se houve
desvio de dinheiro.

De acordo com padre Robson, as
associações, conhecidas como Afipes, foram criadas com nomes similares a partir
de 2004, com o intuito de propagar a devoção ao Divino Pai Eterno. O Grupo de
Combate à Corrupção do Ministério Público (MP-GO) informou, após as apreensões,
de que as operações da Afipe não são necessariamente criminosas. Porém, há indícios,
sendo muitas transações e de valores altos, por isso, precisam ser apuradas
para provar se de fato não houve irregularidades.

“As Afipes fizeram mais de
1,2 mil negociações imobiliárias. Não é o fato [adquirir ou vender um imóvel]
que a torna suspeita, mas chama a atenção os valores altos e a
quantidade”, informou o MP. A movimentação das instituições chegam a quase
R$ 2 bilhões no últimos 15 anos, o que chamou a atenção de representantes do
Vaticano em Goiás, que comparam os valores muito alto com o que é arrecadado na
Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, segundo o secretário de
Segurança Público, Rodney Miranda.

Defesa

Em relação aos pagamentos de
servidores públicos para destruírem arquivos, a defesa de padre Robson negou
essas suspeitas. Porém, os documentos do MP-GO indicam que o religioso efetuou
os pagamentos de propinas também com dinheiro da Afipe. A peça da força-tarefa,
mostra que ao todo, o pároco teria movimento, sozinho, cerca de R$ 1,9 bilhão, utilizando
duas filias da Afipe.

 

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