Sem data para ouvir padre Robson, MP-GO aguarda perícia de objetos apreendidos

Segundo investigadores até uma caneta espiã foi apreendida na casa do pároco, como também documentos, computadores, pen drives, telefones celulares. Dez pessoas já foram ouvidas | Foto: Reprodução.

Postado em: 10-09-2020 às 18h00
Por: Nielton Soares
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Segundo investigadores até uma caneta espiã foi apreendida na casa do pároco, como também documentos, computadores, pen drives, telefones celulares. Dez pessoas já foram ouvidas | Foto: Reprodução.

Nielton Soares

O Ministério Público de Goiás
(MP-GO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), informou que os próximos passos da atuação será espelhar os bens
apreendidos durante a Operação Vendilhões, deflagrada no fim de agosto, tendo
como um dos alvos a residência de padre Robson de Oliveira, de 46 anos, que
ainda não tem data para ser ouvido.

Segundo o promotor de Justiça
Sandro Henrique Silva Halfeld Barros, que atua na investigação, dentre as
apreensões foram encontrados até uma caneta espiã, na casa do pároco. Além de recolhimentos
de documentos, computadores, pen drives, telefones celulares.

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De acordo com os investigadores,
os objetos estão aguardando passar pelo procedimento de espelhamento pela Polícia
Técnico-Científica (SPTC). “Somente depois de concluído este trabalho é que as
informações serão analisadas. A investigação, no entanto, segue com depoimentos
de envolvidos e testemunhas – já foram ouvidas pelo menos dez pessoas”, disse Sandro
Halfeld, citando que todo o conteúdo de equipamentos eletrônicos tem de ser
espelhado antes do manuseio, para garantir a integridade da prova.

Segundo o promotor de Justiça, a
análise inicial dos documentos revelou que a Afipe pagou R$ 17 milhões pelo
sino que estava previsto para ser instalado na nova Basílica do Divino Pai
Eterno, em Trindade, sendo o valor muito maior do que o divulgado antes pela
imprensa. Os outros indícios são relacionadas às transferência de dinheiro para
terceiros, que teriam atuado como “laranjas” na aquisição de bens.

Improbidade

Já a promotora de Justiça Fabiana
Lemes Zamalloa do Prado, coordenadora da Área de Atuação do Patrimônio Público
e Terceiro Setor do Centro de Apoio Operacional do MP-GO, afirmou que está
sendo apurado, na área cível, se houve prática de ato de improbidade
administrativa por parte dos dirigentes da Afipe.

Ela afirmou que as atividades
sociais estatutárias da Afipe permitiram que ela obtivesse benefícios públicos
para alcançar as finalidades, em assuntos de natureza social, assistencial e
educacional. “Vamos verificar se estas finalidades foram cumpridas, inclusive
com a aplicação correta de eventuais recursos públicos recebidos. Se houver
comprovação de que não foram aplicados nas finalidades estatutárias, é possível
haver intervenção na diretoria ou dissolução da associação”, explicou.

A destinação correta dos recursos
tem de ser comprovada pela Afipe, por intermédio da prestação de contas e
documentação contábil. Caso fique demonstrado que houve má-gestão ou desvio de
finalidade, os gestores podem ser responsabilizados com base na Lei de
Improbidade Administrativa.

 

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