Com nova onda de calor, previsão para o fim de semana é de 34°C em Goiânia e região

A onda de calor deve se intensificar neste fim de semana em algumas regiões do Estado| Foto: Wesley Costa

Postado em: 11-09-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A onda de calor deve se intensificar neste fim de semana em algumas regiões do Estado| Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

Com alívio das chuvas previstas apenas para a segunda quinzena de outubro, Goiânia deve continuar a arder com temperaturas altas. De acordo com as previsões do Clima Tempo, as máximas da Capital não devem ficar inferiores à 34ºC nos próximos 15 dias. A onda de calor deve se intensificar neste fim de semana e algumas regiões do Estado, como a Oeste que já atingiu máximas de 40ºC, devem chegar a 41ºC.

De acordo com o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, a permanência da massa de ar quente e seco que paira sobre o Estado deve se intensificar. Segundo ele, não há previsão de precipitação em Goiás para os próximos 10 dias. “O período chuvoso deve começar na segunda quinzena de outubro. Até lá, vamos continuar a enfrentar o paredão de calor”, brinca.

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André declara que as temperaturas máximas da Capital devem atingir 36ºC facilmente. Ele ainda diz que há uma pequena possibilidade de que uma massa de ar fria mais densa consiga quebrar a forte onda de calor no fim deste mês e gere pancadas de chuvas isoladas em Goiás. No entanto, alerta para que a população não se apegue a esse prognóstico. “Há uma pequena possibilidade, mas é melhor guardar as expectativas de chuva para a segunda quinzena de outubro”, admite.

Confusão

O gerente do Cimehgo fala sobre a sensação de confusão que a forte onda de calor causa em todos. “Depois que passa dos 36ºC, a gente já não sabe nem o que está fazendo porque a sensação não é muito diferente do que se estivesse a 40ºC”. 

Ficar exposto ao calor excessivo realmente pode prejudicar a cognição. Um estudo feito por cientistas da Universidade de Copenhague, publicado pela revista Scientific Reports em maio deste ano, aponta que a exposição prolongada ao sol prejudica o desempenho do corpo e da mente.

De acordo com os autores do trabalho, os efeitos causados pela exposição ao sol estavam sendo subestimados pelas pesquisas anteriores sobre o tema. No estudo, eles afirmam que os trabalhos feitos anteriormente foram realizados em laboratório e não levaram em conta os efeitos que a radiação solar pode ter quando a cabeça é exposta a essa radiação por um período prolongado.

A pesquisa analisou oito homens considerados com bom estado de saúde e fisicamente ativos, com idade entre 27 e 41 anos. Eles foram orientados a se manterem hidratados durante o período do experimento e não praticar exercícios extenuantes ou ingerir álcool em 24 horas antes da realização do estudo. 

Três exames motores cognitivos foram aplicados nos alvos da pesquisa. Os exercícios consistiam em quatro tarefas lógicas e matemáticas de computador que dependiam da precisão da parte motora. Durante a realização desses exames, quatro lâmpadas foram posicionadas para irradiar na parte inferior do corpo ou na cabeça.

O estudo revelou que a exposição prolongada ao calor radiante da cabeça prejudicou o desempenho cognitivo motor dos participantes. Além disso, trouxe pequenos prejuízos, porém significativos, no desempenho da tarefa motora simples e reduções elevadas de desempenho no motor complexo e na tarefa cognitiva motora complexa. De acordo com o estudo, essas deficiências não foram causadas quando a iluminação foi direcionada para a parte inferior do corpo, mesmo quando a elevação da temperatura foi semelhante.

INCA estima casos de câncer de pele em Goiás para 2020

O câncer de pele é o tumor mais comum em Goiás e a exposição prolongada aos raios solares sem uso de filtro solar pode elevar o risco de contrair a doença. Segundo estimativa de novos casos de câncer para o ano de 2020, feita pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), Goiás terá uma taxa bruta de incidência de novos casos de câncer de pele não melanoma de 88,82 por cada 100 mil habitantes. É necessário ficar atento às medidas preventivas e sempre usar o filtro solar na pele exposta aos raios ultravioletas do Sol.

Com incidência maior em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles que já possuem doenças cutâneas. No entanto, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes que contraem a doença está diminuindo. Pessoas de pele clara, mais sensíveis à ação dos raios solares, com histórico pessoal ou familiar deste tipo de câncer ou com doenças de pele prévias são as mais atingidas.

O câncer de pele não melanoma representa aproximadamente 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. Este tipo de câncer tem altas chances de ser curável, se for detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, é o mais frequente e menos mortal, porém, se não tratado adequadamente pode deixar mutilações.

O câncer de pele não melanoma apresenta diferentes tipos de tumores. O carcinoma basocelular (o mais comum e também o menos agressivo) e o carcinoma epidermoide são os que aparecem com maior frequência. O aparecimento desses tumores está relacionado a alguns fatores de risco, principalmente, à exposição aos raios ultravioletas do Sol. Pessoas que trabalham sob a exposição direta aos raios solares são mais vulneráveis ao câncer de pele não melanoma. Outros fatores de risco incluem indivíduos com sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial. Ter pele clara, ser ruivo e albino também são fatores de risco.

De acordo com o INCA, em todo país, estima-se que para cada ano do triênio 2020-2022 ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma). O câncer de pele não melanoma será o de maior incidência (177 mil), seguido pelos cânceres de mama e próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil). (Especial para O Hoje)

Prevenção 

Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h

Procurar lugares com sombra 

Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas 

Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 15, no mínimo 

Usar filtro solar próprio para os lábios

Fonte: INCA 

  

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