Mesmo com a pandemia, comércio está otimista para o dia das crianças

Apesar da diminuição de compras presenciais, o uso da internet fortalece setor dos brinquedos - Foto: Wesley Costa

Postado em: 08-10-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Apesar da diminuição de compras presenciais, o uso da internet fortalece setor dos brinquedos - Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

Goianienses não perdem o ânimo de fazer compras para presentear as crianças no dia 12 de outubro. Pesquisas feitas por entidades representativas de lojistas revelam que grande parte dos goianienses deve gastar mais com os presentes nesta data do que no último ano. Apesar da diminuição de compras presenciais, o uso da internet fortaleceu o setor dos brinquedos. Além disso, lojistas apontam que as vendas no ramo aumentaram no contexto da pandemia porque as crianças estão passando mais tempo em casa. 

A aposentada Maria da Graça Dias Coelho e sua filha Ana Luíza Dias foram às compras em uma loja especializada em brinquedos na tarde da última terça-feira (6) em Goiânia. Com ajuda da filha, Maria da Graça estava escolhendo os presentes para seus cinco netos. “Todos os anos eu presenteio meus netos no Dia das Crianças, eles tem entre 6 e 15 anos”, afirma. Além de agraciar os netinhos na data comemorativa, Maria da Graça também presenteia seu filho de 52 anos. “Ele é portador de necessidades especiais e tem uma eterna alma de criança, recebe presente todos os anos”, revela.

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Uma pesquisa feita pela A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Goiânia) mostrou que 93% dos entrevistados planejam ir às compras no Dia das Crianças. O levantamento apontou que a previsão de gasto médio com presentes será de R$ 209 no cenário nacional e na enquete municipal, os goianienses devem gastar de R$ 50 a R$100. A previsão de gasto foi bem próxima ao valor que Maria da Graça pretende gastar para presentear os netos, que separou cerca de R$ 500 na compra dos presentes para seus cinco netos.

Já Ana Luíza estava comprando o presente de sua filha de quatro anos, uma das netas de Maria da Graça. Por coincidência, a filha de Ana nasceu no dia 2 de outubro e ela compra apenas um presente neste mês. “Ela recebe apenas um presente por que o aniversário é muito perto da data comemorativa e por enquanto ela ainda não faz a cobrança de dois presentes”, comemora.

Pandemia

A gerente da loja de brinquedos, Daiara Marcos, afirma que o movimento de clientes no estabelecimento aumentou este mês como já ocorre todos os anos. “Mesmo com a pandemia, os clientes continuam vindo, mas o número de compras presenciais não foi o mesmo do que nos outros anos”, disse. No entanto, Daiara disse que o volume de vendas não diminuiu porque a loja trabalha com transações online.

A enquete realizada pela CDL na Capital revela que os consumidores estão mais confiantes nesta retomada da economia durante a pandemia do novo Coronavírus. Na pesquisa 38% dos consumidores entrevistados querem gastar um valor maior do que no último ano, 25% pretendem gastar o mesmo valor, 17% dizem que querer gastar um valor menor e outros 20% não souberam responder.

A gerente de loja afirma que apesar da pandemia, as vendas de brinquedo não caíram. Ao contrário do que aconteceu em muitos outros ramos de negócios, segundo a funcionária, o volume de brinquedos na loja aumentou. “Acredito que o motivo seja porque as crianças estão passando mais tempo em casa e os pais têm necessidade de investir em algum brinquedo para mantê-los entretidos”, declara. Ela lembra que na primeira semana de isolamento social, os brinquedos de jogos de tabuleiro e quebra-cabeças acabaram em sete dias. 

Os mais procurados

A enquete feita pela CDL Goiânia ainda revela que o consumidor goianiense estará atento aos preços, por que 91% dos consultados vão pesquisar antes de fazer compras. Os produtos mais visados nacionalmente neste Dia das Crianças estão no segmento de roupas e calçados (38%), bonecos/bonecas (33%) e os jogos de tabuleiro/educativos (28%). Já em Goiânia, os preferidos são brinquedos (55%) e videogames (24%). A pesquisa feita na Capital demonstra também que 41% dos consumidores de Goiânia preferem pagar com cartão de crédito, 27% vão pagar no dinheiro, 26% pretendem pagar no cartão de débito e 6% não sabem. 

Cenário Nacional

Outra pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pela Offer Wise em todas as capitais mostra que o cenário de incertezas trazido pela pandemia da Covid-19 não deverá atrapalhar o Dia das Crianças deste ano. Mesmo com cenário econômico retraído, o levantamento aponta que 72% dos consumidores brasileiros devem ir às compras. A expectativa de movimentação financeira no varejo para a data comemorativa é de aproximadamente R$ 10,87 bilhões. (Especial para O Hoje)

 

No cenário nacional, CNC projeta queda de 4,8% nas vendas  

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta uma retração de 4,8% nas vendas para o Dia das Crianças, comemorado na próxima segunda-feira, dia 12 de outubro. Segundo os dados da pesquisa divulgada pela entidade, esta é a primeira retração depois de quatro anos, mas não é a pior já registrada, pois a queda em 2016 foi de 8,1%.

De acordo com a CNC, a data é a terceira mais importante para o varejo nacional, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. A expectativa é movimentar R$ 6,2 bilhões neste ano. Em maio, a entidade projetou queda de 60% nas vendas para o Dia das Mães, momento em que as curvas de contágios por Covid-19 estavam em crescimento acelerado no País e o comércio estava fechado por causa das medidas de isolamento social para conter a pandemia.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho, que registra desemprego em alta, aumento da informalidade e subutilização da força de trabalho, prejudicam as vendas deste ano. “Este é um desafio para o setor não apenas para esta data comemorativa, mas também para as demais que estão por vir. A redução do valor do auxílio emergencial também deverá dificultar a retomada das vendas, mesmo em um cenário de inflação e juros baixos.”

Hiper e supermercados

O único setor com expectativa de crescimento para a data é o de hiper e supermercados, na comparação com o mesmo período de 2019, e devem movimentar R$ 4,4 bilhões, uma alta 3,2%. O segmento de brinquedo e eletroeletrônicos devem registrar queda de 2,5% ou R$ 1,3 bilhão; as livrarias e papelarias devem diminuir as vendas em 9,9% ou R$ 48,1 milhões; e lojas de vestuário e calçados esperam ter uma perda de 22,1% ou R$ 489 milhões.

A pesquisa da CNC aponta que dos 11 itens relacionados ao Dia das Crianças avaliados, cinco devem estar mais baratos do que no ano passado: os brinquedos (-7,5%), sapato infantil (-5,8%), tênis (-3,1%), roupa infantil (-2,6%) e cinema, teatro e concertos (-0,2%). Já os serviços de lanches deverão estar 10,2% mais caros que em 2019 e os livros 7%. Na média, os itens relacionados à data estão 3,4% mais caros. (ABr)

 

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