MP-GO investiga desvios de verbas para obras em hospital na cidade de Itaberaí

Grupo é suspeito de atrasar reforma do hospital municipal. Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão, ação também aconteceu na Capital e em Aparecida de Goiânia | Foto: Divulgação.

Postado em: 08-10-2020 às 10h00
Por: Nielton Soares
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Grupo é suspeito de atrasar reforma do hospital municipal. Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão, ação também aconteceu na Capital e em Aparecida de Goiânia | Foto: Divulgação.

Ravi Gavassi 

O Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) executou na
manhã de quarta-feira (7) 15 mandados de prisão contra esquema alvo de operação que
investigava suspeita de desvio de verba de obras públicas, utilizada para
beneficiar uma clínica privada em Itaberaí. Segundo o órgão, foram 13 mandados
de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão. Goiânia e Aparecida de
Goiânia fazem parte das investigações.

Segundo informações preliminares do MP, o objetivo da
operação era desarticular organizações criminosas instaladas na cidade. O
grupo, conforme citado pelo MP, é suspeito de atrasar excessivamente a reforma
e ampliação do hospital municipal Dr. Gilberto da Silva Caldas.

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(GAECO), afirma que um dos prédios investigados na Capital é a prefeitura da
cidade. Os outros endereços nas demais cidades citadas não foram divulgados. A
operação foi batizada de Esculápio.

Crimes investigados

Também são investigados crimes que vão desde as fraudes nas
licitações das mencionadas obras, até o desvio de verbas públicas municipais e
a lavagem de capitais. Além dos mandados de busca e apreensão e prisão
temporária, foi determinado o bloqueio de bens dos supostos integrantes do
grupo.

Situação precária

Relatório técnico da Secretaria de Vigilância Sanitária do
Estado de Goiás (Suvisa) mostrou que mesmo após o início do projeto, o hospital
continuou bastante precário em condições instáveis. Além da estrutura física
incompatível com as atividades desenvolvidas na instituição, também há
pacientes graves aguardando na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sem as
condições mínimas exigidas pelo Ministério da Saúde.

Para a Suvisa, “o estabelecimento não possui condições estruturais
e funcionais para a realização de um serviço de saúde”, o que se agravou, ainda
mais, com a pandemia do novo Coronavírus, afirma a entidade.

Apuração do Ministério Público

Conforme apurado pelo MP, um dos possíveis motivos para o
atraso nas obras hospitalares é a entrega direta de raios-X, ultrassom e
mamografia a uma clínica particular da cidade. De janeiro de 2016 a janeiro de
2018 a prefeitura efetuou pagamento no valor de R$ 1,8 milhão para esses
exames, além de R$ 453 mil envolvendo quatro técnicos de enfermagem. Os valores
são superiores ao da própria obra, orçada inicialmente em R$ 2.187.970. (Especial para o Jornal O Hoje)

 

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