Acidentes com jamelões vão se repetir mais um ano

Há anos a Prefeitura de Goiânia promete retirada das árvores, mas muitas delas ainda permanecem nas ruas - Foto: Wesley Costa

Postado em: 09-10-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Há anos a Prefeitura de Goiânia promete retirada das árvores, mas muitas delas ainda permanecem nas ruas - Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

Com a proximidade da temporada de chuvas regulares, que deve começar no próximo dia 13, um problema recorrente causado pelos temporais merecem atenção da administração municipal. Um dos maiores inimigos de motociclistas neste período do ano, os jamelões, causam acidentes recorrentes nas ruas da Capital. A Prefeitura de Goiânia já havia prometido a retirada total das árvores, mas muitas delas ainda permanecem nas ruas, inclusive em vias com limite de velocidade de 60 quilômetros por hora.

A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) começou a poda e retirada de árvores doentes ou com risco de queda que também oferece riscos à população. Goiânia tem mais de 10 mil pés de jamelão que passaram pela vistoria do órgão. No entanto, as árvores não serão arrancadas todas de uma vez. Elas serão extirpadas de forma gradual, ano a ano com replantio de outras espécies para que prejuízos ambientais sejam minimizados. Por isso o órgão deve continuar a realizar apenas as podas dos pés de jamelão para que suas frutas não cheguem ao asfalto.

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Milhares de árvores da espécie do jamelão foram plantados há mais de 20 anos em Goiânia. A árvore contribui para manutenção de microclimas, fazem sombra e são frondosas. No entanto, quando seu fruto cai no asfalto e é esmagada pelos pneus dos veículos, solta uma substância semelhante a uma graxa que faz vários motociclistas irem ao chão, aumentando o risco de transitar por ruas em que essas árvores foram plantadas no canteiro central de avenidas.

Uma longa avenida na Capital, a Avenida Juscelino Kubitscheck, tem centenas dessa espécie de árvore plantadas no canteiro central. Ela é uma avenida que tem limite de velocidade de 60 quilômetros por hora. Muitas dessas árvores ainda estão sem poda e seus galhos se estendem até o asfalto. Depois do dia 13 de outubro, na época das chuvas, o trajeto por essas ruas pode se tornar extremamente perigoso para motociclistas.

Ocupações

Outro assunto que preocupa e vira problema quando começa o período chuvoso são as ocupações irregulares. Algumas ocupações aparecem em Áreas de Proteção Ambiental (APPs) no período de estiagem, mas quando a água começar a cair, essas pessoas sofrem risco de vida por causa das enchentes e alagamentos, comuns nesta época do ano. No entanto, a retirada de famílias que já edificaram suas casas em locais de risco tem uma complexidade maior por envolver medidas judiciais. A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) deve direcionar essas famílias para se cadastrarem em programas assistenciais de habitação.

A equipe do jornal O Hoje entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Goiânia para questionar sobre as ações que estão sendo feitas por diversos órgãos da Administração municipal para garantir mais segurança do cidadão na época das chuvas. Foi questionado sobre as ações que devem ser feitas para prevenção de acidentes nas vias onde a espécie ainda permanece no canteiro central de avenidas com grande fluxo de veículos. A Secom Goiânia não respondeu aos questionamentos até o fechamento da matéria.

Chuvas devem começar no fim de semana 

A massa de ar quente e seca que abate estados da região Centro-Oeste e eleva as temperaturas da capital goiana nas últimas semanas deve começar a perder força neste fim de semana. De acordo com previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há grande quantidade de nuvens que cobrirá o céu da Capital no sábado (10), o que dá possibilidade de chuvas isoladas.

Já no domingo (11) e na segunda-feira (12), a previsão é de pancadas de chuvas e trovoadas em alguns pontos de Goiânia. Apesar do retorno das chuvas, o calor intenso deve continuar pelo menos até a próxima segunda-feira. Até lá as temperaturas máximas dos termômetros vão variar de 40ºC a 38ºC. Na segunda-feira a temperatura máxima será de 32ºC e mínima de 28ºC. Em Anápolis, na região central do Estado, a previsão também é de chuva no fim de semana, com queda de temperatura dos atuais 36ºC para 28ºC, com mínima de 18ºC.

Na região sul, no município de Itumbiara os termômetros ultrapassaram 40ºC ontem (8). Há previsão de 40% para possibilidade de chuva no domingo (11). No entanto, as temperaturas ainda vão seguir altas. Na região Sudoeste de Goiás o clima será parecido. A previsão é de chuva, mas o índice dos termômetros vai ser mantido acima dos 30ºC nas máximas.

Em Porangatu, na região norte de Goiás, a precipitação deve causar uma queda de 5ºC na máxima de domingo para segunda-feira. Já em São Miguel do Araguaia, no Noroeste, a chuva deve chegar só na segunda-feira, depois de vários dias seguidos com termômetros ultrapassando os 40ºC.

Risco de Morte

O Inmet emitiu alerta de grande perigo e risco de morte por causa da onda de calor parte da região Centro-Oeste do País e no estado de Tocantins. De acordo com previsões do Instituto, a onda de calor que deve durar até hoje (9), começou pouco depois do meio-dia de segunda-feira (5). Há risco de morte por hipertermia.

As previsões do Instituto apontam que durante este período as temperaturas registraram 5ºC acima da média da região. O alerta vermelho registra alerta para as seguintes áreas: Distrito Federal, centro-sul, nordeste, norte,  sudeste e sudoeste mato-grossense, centro, leste, sul, norte e noroeste goiano, sudeste, sul e oeste tocantinense.

Em caso de emergência é recomendado que a população faça contato com a Defesa Civil (telefone 199). A ingestão de líquidos deve aumentar e a prática de atividades físicas ao ar livre entre as 10h e 17h deve ser evitada. O uso de protetor solar é extremamente recomendável. (Especial para O Hoje)

 

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