Morre voluntário brasileiro que participou dos testes de Oxford

O médico tinha 28 anos e era voluntário nos estudos clínicos da Oxfor. Comitê autorizou o prosseguimento dos estudos. - Foto: Reprodução

Postado em: 21-10-2020 às 16h45
Por: Raphael Bezerra
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O médico tinha 28 anos e era voluntário nos estudos clínicos da Oxfor. Comitê autorizou o prosseguimento dos estudos. - Foto: Reprodução

Ana Julia Borba

Um médico brasileiro voluntário que participava dos testes clínicos da vacina da Universidade Oxfor, morreu devido a complicações da Covid-19 ne última quinta-feira (15). A Agência Nacional de Vigilância Sanitaria (Anvisa) foi informada na última segunda –feira (19). O voluntário tinha 28 anos e era estudante na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

De acordo com a Anvisa, os desenvolvedores da vacina já compartilharam com a agência os dados da investigação realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança sobre o caso. A Anvisa informou ao jornal O Globo que o caso está sob avaliação.

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Mão se sabe se o médico recebeu a vacina ou a subtancia usada como placebo. Após avaliações de comitê independente, os testes clínicos não foram suspensos. Os laboratórios responsáveis pelos testes, AstraZeneca e Oxford alegaram clausulas de sigilo sobre o caso.

Em nota, o responsável pelos testes no Rio de Janeiro, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), informa que “seguindo normas internacionais de pesquisa clínica e respeitando os critérios de confidencialidade dos dados médicos, não podemos confirmar publicamente a participação de nenhum voluntário no estudo clínico com a vacina de Oxford” .

O instituto ressalta, ainda, que “após a inclusão de mais de 20 mil participantes nos testes ao redor do mundo, todas as condições médicas registradas foram cuidadosamente avaliadas pelo comitê independente de segurança, pelas equipes de investigadores e autoridades regulatórias locais e internacionais. A análise rigorosa dos dados colhidos até o momento não trouxe qualquer dúvida com relação à segurança do estudo, recomenda-se sua continuidade. Vale lembrar que se trata de um estudo randomizado e cego, no qual 50% dos voluntários recebem o imunizante produzido por Oxford. No Brasil, até o presente momento, já foram vacinados aproximadamente 8.000 voluntários”.

Nota da Anvisa sobre o caso:

“Em relação ao falecimento do voluntário dos testes da vacina de Oxford, a Anvisa foi formalmente informada desse fato em 19 de outubro de 2020. Foram compartilhados com a Agência os dados referentes à investigação realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança. É importante ressaltar que, com base nos compromissos de confidencialidade ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comitê, que sugeriu pelo prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação.

Portanto, a Anvisa reitera que, segundo regulamentos nacionais e internacionais de Boas Práticas Clínicas, os dados sobre voluntários de pesquisas clínicas devem ser mantidos em sigilo, em conformidade com princípios de confidencialidade, dignidade humana e proteção dos participantes.

A Anvisa está comprometida a cumprir esses regulamentos, de forma a assegurar a privacidade dos voluntários e também a confiabilidade do país para a execução de estudos de tamanha relevância.

A Agência cumpriu, cumpre e cumprirá a sua missão institucional de proteger a saúde da população brasileira.”

  

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