Mulher denuncia caso de racismo em bar de Goiânia

Proprietário do estabelecimento teria abordado a vítima e falado "Vim ver se era gente ou se era uma raposa na sua cabeça" se referindo ao cabelo dela - Foto: Reprodução

Postado em: 04-11-2020 às 09h20
Por: Raphael Bezerra
Imagem Ilustrando a Notícia: Mulher denuncia caso de racismo em bar de Goiânia
Proprietário do estabelecimento teria abordado a vítima e falado "Vim ver se era gente ou se era uma raposa na sua cabeça" se referindo ao cabelo dela - Foto: Reprodução

Luan Monteiro

A produtora
cultural, Sarah Silva, denunciou que foi vítima de racismo dentro do Buteko do
Changuinha, em Goiânia. De acordo com ela, o proprietário do estabelecimento
teria a abordado e falado “Vim ver se era gente ou se era uma raposa na
sua cabeça” ao se referir ao cabelo da vítima.

O caso ocorreu no
último sábado (31). Segundo a vítima, tudo aconteceu assim que ela, uma amiga
e a irmã chegaram ao local. “Nós nos sentamos e pedimos algo para
bebermos. Assim que nosso pedido chegou, um homem branco apareceu falando isso
com um tom de deboche”, pontua.

Continua após a publicidade

Sarah disse que após o comentário o homem falou que se
referia ao cabelo dela e teria gargalhado da situação. “Minha única reação foi
pedir para ele se afastar de mim. Fiquei muito assustada que não consegui falar
nada na hora. Logo depois do ocorrido, nós saímos do local”, relata.

A vítima fez um desabafo sobre o ocorrido em seu Instagram.
Rapidamente, muitas pessoas se sensibilizaram e foram até a página do bar cobrar
uma posição, que emitiu uma nota. 

Leia na íntegra:

“NOTA DE ESCLARECIMENTO

Sobre o incidente que ocorreu no dia 31/10/2020, o Buteko do Chaguinha, vem em nota se manifestar para afastar qualquer mal-entendido e afirmar que é veementemente contra todos os tipos de discriminação e especialmente contra a discriminação racial, repudiando atos desta natureza.

É necessário esclarecer que, a despeito das recentes manifestações nas redes sociais, tomamos verdadeiras e constantes ações pela inclusão e igualdade social, em todos os níveis.Temos um quadro de funcionários diverso e inclusivo em todas as nossas 3 unidades. Contamos com mulheres e negros em cargos de gerência e na gestão de pessoas. Em nossos salões atendem em todos os turnos garçons e garçonetes com diferentes cores de pele, crenças religiosas e condição social. Nossos clientes são igualmente recebidos e bem tratados durante os quase 50 anos de existência do Buteko do Chaguinha.

Nossa equipe se constitui de um time plural, com colaboradores de todas as crenças, cores, gêneros e condição socia, e somos assim porque cultivamos diariamente uma cultura efetiva de inclusão e de igualdade.

Em 1972 iniciamos a nossa história, a qual, ao longo destes anos se misturou à história de Goiânia. Assim como nossa amada cidade estamos caminhando pelo desenvolvimento e evolução. Neste episódio isolado não poderia ser diferente e para isso viemos a público para prestar os devidos esclarecimentos, em respeito a todos os nossos clientes.

Sabemos que o racismo é um problema social estrutural e generalizado em nosso país e, portanto, não nos isentamos de nossa responsabilidade como organização social em agir e combater efetivamente o racismo em nossa sociedade.”


Veja Também