Obra do Terminal Isidória só será concluída em 2021

Com pouco menos de dois meses para o fim do ano, plataforma não terá prazo para ser inaugurada em 2020 | Foto: Reprodução/Wesley Costa

Postado em: 13-11-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Obra do Terminal Isidória só será concluída em 2021
Com pouco menos de dois meses para o fim do ano, plataforma não terá prazo para ser inaugurada em 2020 | Foto: Reprodução/Wesley Costa

Eduardo Marques

Orçada em R$ 12 milhões, de acordo com a Prefeitura de Goiânia, a conclusão das obras do Terminal Isidória, componente do BRT Norte-Sul, na Capital, não ficará para este ano. O titular da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Dolzonan da Cunha Mattos, prevê que a Prefeitura de Goiânia vai entregar as obras entre fevereiro e março de 2021. 

“Até no máximo março conseguimos entregar as obras do Terminal Isidória”, afirma. O secretário alega que a empresa que executa o serviço solicitou as placas para cobertura do terminal há 40 dias, mas os fornecedores pediram 90 dias para a entrega. Ele diz que faltam apenas os “arremates finais” para a conclusão das obras. 

Continua após a publicidade

Previsto para terminar em agosto de 2020, a Seinfra informou que o local está com todo o pavimento finalizado e na fase de conclusão dos pilares em concreto da cobertura, além dos sanitários, bilheterias e estações. A execução dos prédios administrativos está em andamento, mas o problema principal é a falta de material para continuidade.

“Veio o problema da pandemia e o pessoal perdeu grande parte do efetivo. E muitos ficaram em sistema home office e na construção civil essa modalidade não funciona, né? Na questão de material houve uma retomada da construção civil e as empresas não tinham estoque regulador”, diz Mattos.

O titular da Seinfra explica que o consórcio executor das obras do Terminal Isidória pagou pelos materiais, porém não recebeu. “Estamos lá com todos os pilares de sustentação da estrutura. O prazo de entrega dos materiais era de 60 dias, mas até hoje eles não conseguiram receber toda a estrutura e a mesma é grande, porque ocupa uma grande área”. 

Para Dolzonan, houve uma aceleração da construção civil de uma maneira geral e um não cumprimento por parte dos fornecedores em razão da pandemia do novo coronavírus para atender as demandas. “Não só os empreendedores e incorporadoras, o próprio volume de obras que estamos fazendo durante esse governo, estamos tendo dificuldades por conta disso”. 

Localizado numa área de 16.500 m², o novo Terminal Isidória será três vezes maior do que o atual, passando de 2.167 m² de área construída para 7.947 m² e contará com plataformas para atender o BRT e os ônibus comuns, que fazem a integração das linhas, de acordo com a Prefeitura de Goiânia. Contará também com quiosques de alimentação e utilidades.

Novo Isidória

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), iniciou a partir de final de setembro a operação das 19 linhas do Terminal Isidória no novo endereço, localizado na Alameda João Elias da Silva Caldas, no Setor Pedro Ludovico. O terminal provisório fica a 500 metros do atual e funcionará até a conclusão do outro. A demanda média e diária dessas linhas do Isidória é de 45 mil passageiros.

Com 160 metros de comprimento e cobertura de 8 metros, o terminal provisório Isidória tem a capacidade para receber 10 ônibus simultaneamente. Além das plataformas para embarque e desembarque, a estrutura tem bilheteria, sanitários e prédio da administração. A operação provisória provoca alteração em pequenos trechos e de algumas linhas que passam pelas avenidas T-63, 1ª Radial, 2ª Radial, 3ª Radial e 4ª Radial. 

As alterações foram compartilhadas com o usuário pela CMTC e pelo consórcio RedeMob, por meio de panfletos, banners, cartazes, com a orientação de fiscais, além da imprensa local. A Prefeitura de Goiânia compartilhou os informes nos terminais Isidória, Bandeiras, Cruzeiro do Sul, Praça da Bíblia, Garavelo e Padre Pelágio. Cem mil panfletos foram impressos para esse trabalho de orientação.

Alterações em pontos

Cinco pontos de embarque e desembarque foram desativados em decorrência da mudança de trajetos: três na Avenida 2ª Radial (números 1316, 1353 e 1315) e dois na 3ª Radial (números 1476 e 1461). Segundo o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Dolzonan da Cunha Mattos, “o funcionamento das linhas no espaço provisório foi minuciosamente estudado, não só pelas empresas que operam as linhas, como também pela CMTC, SMT e Metrobus, a fim de prevenir quaisquer problemas, quando os serviços forem transferidos”, informa.

Dolzonan explicou na época do lançamento ainda que, finalizada a transferência das linhas, o terminal atual seria demolido para o início das obras de construção de uma estação moderna e remodelada, atendendo ao projeto do BRT, que sairá da Rua 90 e entrará diretamente na estação para o embarque e desembarque dos passageiros. 

BRT Norte-Sul também não será concluído no prazo  

O BRT Norte-Sul tem uma extensão de 21,7 km, saindo do terminal Recanto do Bosque, na região Norte da Capital, até o terminal Cruzeiro do Sul, em Aparecida de Goiânia. É composto por duas trincheiras, seis terminais de integração aos ônibus comuns e 30 estações de embarque e desembarque. A prefeitura está trabalhando no edital para a construção do trecho de 5 km, entre os terminais Isidória e Cruzeiro do Sul. O prazo para conclusão total da obra era outubro deste ano.

O titular da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Dolzonan da Cunha Mattos explica que a atual gestão irá concluir todas as pistas de concreto rígido que são para o BRT e as de asfalto. “Nós detectamos que a Rua 84 não comportava uma rede e tivemos que abrir outra paralela, entre a Praça Cívica e a Praça do Cruzeiro e estamos partindo para a finalização dentro dessa administração. O que começamos na Avenida Goiás teve um problema em razão das exigências do Iphan e não pudemos concluir”. 

O secretário afirma que a atual gestão entregará a conclusão do Terminal Recanto do Bosque, o Terminal Rodoviário e calçadas, a parte florística e as estações. “90% das estações de embarque e desembarque serão concluídas também. A pista da 84 até a Praça do Cruzeiro até o Terminal do Cruzeiro já estão totalmente concluídas. Do Terminal Recanto do Bosque a Avenida Anhanguera está em fase de conclusão. Aí vai ficar faltando do trecho da Anhanguera até a Praça Cívica que dependemos ali de uma liberação por parte do Iphan, mas vai ficar transitável”. 

Para não causar transtornos à população, o secretário afirma que não vai começar novas obras nesta administração, deixando a conclusão de toda obra do BRT Norte-Sul para a próxima. “Não vamos deixar nenhuma ‘fratura exposta’. Obras que abre, impede o trânsito e não tem como passar. Em relação a 4ª Radial, já orientei ao consórcio executor que termine toda a obra até uma determinada rua e que esteja totalmente pronta. Não vamos abrir outros trechos no sentido da Trasnbraziliana, Rio Verde e deixar isso aberto”.

Todo o sistema está orçado em R$ 217 milhões, em valores iniciais, sendo R$ 140 milhões de recursos do FGTS e R$ 77 milhões de contrapartida da Prefeitura de Goiânia. Em valores atualizados já chega a R$ 400 milhões: sendo R$ 270 milhões do FGTS e R$ 130 milhões da prefeitura.

As obras começaram em março de 2015, mas, por divergências entre a prefeitura, a Caixa Econômica Federal e órgãos de controle, sofreram uma paralisação de oito meses, sendo retomadas em março do ano passado pela atual administração municipal. (Especial para O Hoje)

 

Veja Também