Mercado imobiliário tem crescimento supreendente em Goiás

Mercado recupera ritmo de crescimento e encerra primeiro semestre com alta de 395% em junho - Foto: Wesley Costa

Postado em: 17-11-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Mercado recupera ritmo de crescimento e encerra primeiro semestre com alta de 395% em junho - Foto: Wesley Costa

Eduardo Marques

O mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida de Goiânia encerrou o primeiro semestre de 2020 com chave de ouro e iniciou o segundo período com o pé no acelerador. Junho registrou um recorde no número de vendas, com uma alta expressiva de 66,8% e aumento de 50% do Valor Geral de Vendas (VGV) em comparação com junho de 2019. Em relação a maio deste ano, o crescimento foi de 395%. 

Já o mês de julho também contabiliza uma alta de 41,7% em unidades vendidas quando comparado ao mesmo período do ano anterior, com uma alta do VGV de 83,4%. Os dados são de pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), realizada pela Brain Inteligência Estratégica. 

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Segundo o levantamento, os meses de abril e maio tiveram desempenho ruim nas vendas em função da insegurança do consumidor no início da pandemia e, principalmente, em função dos decretos do governo do Estado que obrigaram a paralisação das obras e fechamento dos stands de vendas. Enquanto abril somou 279 unidades vendidas e VGV de R$ 87 milhões, o mês de maio contabilizou a comercialização de 235 unidades vendidas e VGV de R$ 121 milhões.

“Confiamos que a queda nas vendas, como ocorreu no mês de abril e maio, foi momentânea e os números históricos de junho e julho são uma demonstração consistente de que o mercado soube se adaptar ao novo cenário, que se transformou com o uso do que há de mais moderno em tecnologia para impulsionar as vendas online, como assinaturas digitais, maquetes eletrônicas, visitas por agendamento, tour 360º e meetings virtuais, entre outros”, destaca o presidente da Ademi-GO, Fernando Razuk.

Em junho e julho o mercado de Goiânia acompanhou o aquecimento do mercado imobiliário nacional e os resultados das vendas foram excepcionais. Em junho último, foram 904 unidades vendidas, com um VGV de R$ 285 milhões, contra 542 unidades vendidas e VGV de R$ 190 milhões em junho de 2019. Já julho deste ano registra 629 unidades comercializadas e VGV de R$ 266 milhões contra 444 unidades de julho do ano passado e VGV de R$ 145 milhões.

Fatores

De acordo com o presidente da entidade, a grande alta nas vendas do mercado imobiliário nacional é consequência de diversos motivos, como a queda da taxa de juros, que reduziu a taxa dos financiamentos imobiliários, gerando grande aumento de demanda, ou seja, mais pessoas passam a ter condições de comprar imóveis. “As condições de pagamento dos imóveis estão muitofacilitadas, inclusive para o pagamento até as chaves. Além disso, o imóvel é um ativo resiliente a crises, o que proporciona a segurança que as pessoas buscam nesse momento. E, com a queda da taxa Selic, o investimento em imóveis para aluguel, além de seguro, passou a ser muito rentável, uma vez que as aplicações financeiras de baixo risco passaram a ter rendimento real (quando se desconta a inflação) negativo”, aponta.

Com a pandemia, explica Razuk, as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa, o que impulsionou as vendas de upgrade, para aqueles que perceberam que necessitam de mais espaço para oferecer conforto à família. “O mercado também viveu uma queda histórica da taxa de juros, que veio colaborar para aumento da capacidade de consumo e da retomada vigorosa dos lançamentos pelas incorporadoras. Neste cenário, os consumidores encontraram novas opções de compra, aliadas à tecnologia, com parcelas que cabem no orçamento familiar e desburocratização, o que impacta na manutenção de alta nas vendas. Essa conjuntura, associada a um estoque baixo, deve impulsionar ainda a valorização dos imóveis”, adianta.

Sócio de uma incorporadora em Goiânia, Karol Wojtyla acredita que o crescimento nas vendas na empresa que trabalha ocorreu devido às orientações sanitárias de prevenção ao coronavírus para as pessoas ficarem em casa e a queda da taxa de juros. “O crescimento ocorreu porque as pessoas ficaram mais em casa e perceberam a necessidade de ter mais espaço de convivência, com cômodos maiores. O que contribuiu também foi a taxa de juros, favorecendo a compra de imóveis, com isso as parcelas reduziram”, disse. 

Com o fim dos decretos que paralisaram as atividades econômicas, os empresários do setor ganharam confiança, o que refletiu no volume expressivo de lançamento em junho: 1.226 unidades, 10% maior quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O VGV lançado em junho de 2020 foi de 233 milhões, sendo 47% menor diante de junho de 2019. Em julho, a situação se manteve: foram lançadas 160 unidades, gerando um VGV de 52 milhões, enquanto no mesmo período de 2019 não ocorreram lançamentos, o que também não costumava ocorrer nos anos anteriores. O gerente de marketing e comercial de outra incorporadora em Goiás, Ademar Moura, afirma que os meses de junho a agosto foram os melhores para as vendas. “Começa sinais de recuperação e temos os meses de junho, julho e agosto de um pico de vendas muito bom, onde comparado com o mesmo período de 2019 houve um registro de 30%”. Ele atribui essa alta pelo cenário de investimentos que o setor proporciona. 

Custo da construção também sobre no Estado  

Outro fator que vem colaborar para o cenário de valorização é o aumento significativo do custo de construção em todo o país. “Nos últimos dias, os insumos da construção estão tendo uma grande elevação de preço. Com o mercado imobiliário aquecido em função do aumento da demanda por apartamentos e com a alta do custo de construção, o reajuste do preço dos imóveis será inevitável. Quem comprar agora vai ganhar com a valorização dos próximos meses”, aponta o presidente da Ademi-GO, Fernando Razuk.

Ele destaca ainda que Goiânia, mesmo acompanhando o ritmo aquecido do mercado imobiliário com as vendas em alta em todo o País, possui um diferencial que deixa a Capital acima da média: o agronegócio. “Aqui temos uma participação expressiva deste segmento no PIB do Estado, o que vem fortalecer ainda mais o mercado imobiliário”, observa.

O mercado goiano dispõe de um bom estoque de imóveis prontos ou em lançamento, o preço continua bastante atraente, principalmente quando comparado às demais capitais do País, e as alternativas de financiamento aumentaram, com novas modalidades de financiamento. 

“Quem adquire hoje pode fazer um financiamento de 30 anos com taxa fixa de juros, sem correção. Um conforto para quem está comprando algo e que saberá hoje quanto irá pagar ao final do contrato. Sem surpresas”, observa. O Itaú anunciou recentemente mais uma modalidade de financiamento imobiliário, atrelado ao rendimento da caderneta de poupança.  Já para o período pós-pandemia, o incorporador Karol Wojtyla prevê que as vendas continuarão em alta. “A tendência é contínua, porque muitas pessoas não tomaram a decisão, ainda estão em planejamento. Com a retomada dos empregos, continuará a crescente no mercado imobiliário”, salienta. 

O gerente de marketing Ademar Moura também está confiante com esse momento. “As perspectivas pós-pandemia são todas muito positivas, na verdade durante a pandemia já é, inclusive o mercado já teve um salto, e nós temos hoje um cenário imobiliário em Goiânia com alto volume de lançamentos”, diz com esperança. (Especial para O Hoje)

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