Pessoas que contrariam covid-19 podem doar sangue após 30 dias

Não há evidência de contaminação por transfusão de sangue, diz médica/ Foto: reprodução

Postado em: 25-11-2020 às 15h56
Por: Jyeniffer Taveira Silva
Imagem Ilustrando a Notícia: Pessoas que contrariam covid-19 podem doar sangue após 30 dias
Não há evidência de contaminação por transfusão de sangue, diz médica/ Foto: reprodução

Pessoas
que contraíram covid-19 podem doar sangue, se respeitarem um período mínimo
após a melhora completa de sintomas. Para que estejam habilitadas a doar, é
necessário que aguardem 30 dias depois que todos os indicativos da doença
tenham desaparecido, conforme explica a médica hemoterapeuta Roberta Fachini,
do Hospital Sírio-Libanês.

Em
entrevista concedida à Agência
Brasil, a profissional destacou que, até o momento, não houve evidências
científicas de que o Sars-CoV-2 possa ser transmitido através de transfusões de
sangue. Mesmo assim, ressalta, os bancos de sangue e hemocentros têm tido
cautela em relação ao assunto, como prevenção.

“Felizmente,
esse vírus, apesar de ser detectado, por exames de biologia molecular, também
na corrente sanguínea, não existe nenhuma comprovação científica de que essa
quantidade de vírus seja capaz de infectar um paciente pela via transfusional.
Mas, de qualquer forma, o critério de 30 dias após plena recuperação dos
sintomas tem sido bastante aceito, é o praticado mundialmente, como critério de
segurança adicional”, afirma.

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“Considero
que a medicina leva um tempo de amadurecimento. Assim como ocorre com as
vacinas, só o tempo irá nos dizer se transmite ou não por transfusão. Nesse
momento, se existir uma transmissão transfusional, tem sido muito incipiente,
muito reduzida, porque não tem sido evidenciado isso por toda essa vigilância
que a comunidade médica tem feito”, acrescenta, assinalando que,
atualmente, o que se verifica é que o contágio está relacionado à interação com
mucosas e a uma série de fatores imunológicos.

Por
esse motivo, perguntas relacionadas à covid-19 tornaram-se praxe, sendo
adicionadas ao questionário que já era feito anteriormente pelas equipes de
triagem dos bancos de sangue. Durante a entrevista, os profissionais de saúde
buscam saber se o potencial doador teve contato recente com alguém que teve o
diagnóstico de covid-19 confirmado, ou seja, que testou positivo para a doença,
o que pode, inclusive, identificar candidatos que possam ser assintomáticos.
Para averiguar, indagam também se o voluntário apresentou febre nos últimos 14
dias, sintomas gripais, como falta de ar, tosse e coriza, perda de paladar ou
paladar distorcido, perda de olfato e cefaleia.

“É
diferente do risco de transporte ou do supermercado, que a gente não sabe se
entrou ou não em contato com o vírus. Mas se teve alguém que trabalha com a
gente ou da mesma casa, com diagnóstico recente, a gente pede que esse doador
não doe nesse momento e aguarde um período de quarentena, para ver se vai
manifestar algum sintoma ou não, que são os 14 dias de quarentena”,
explica Roberta.

“E
nesse momento, a gente orienta também que, caso nos dias pós doação, apresente
qualquer sintoma de Covid-19, com diagnóstico ou não, com sintoma suspeito, que
avise imediatamente ao banco de sangue, porque muitas vezes a gente tem
condição de bloquear algum hemocomponente produzido a partir da doação que
ainda esteja em estoque”, disse.

Agência Brasil

 

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