Grandes obras ficam para a próxima gestão

Obras viárias, CMEIs e unidades de saúde devem ser concluídas somente na próxima gestão - Foto: Wesley Costa

Postado em: 02-12-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Obras viárias, CMEIs e unidades de saúde devem ser concluídas somente na próxima gestão - Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

Ficará sob responsabilidade do próximo prefeito eleito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), dar prosseguimento às obras que não forem concluídas pela gestão de Iris Rezende. Pelo menos quatro grandes empreitadas da Prefeitura de Goiânia que estão em andamento serão concluídas apenas no próximo ano. Isso porque, ao contrário do que foi prometido pela atual gestão, não há tempo hábil para a conclusão de importantes estruturas na Capital. 

Além de quatro obras viárias – Terminal Isidória, trecho do BRT e o trecho da Avenida Leste-Oeste e Complexo Viário da Avenida Jamel Cecílio – 11 CMEIs e sete unidades de saúde também ficaram para a próxima gestão.

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Enquanto o prefeito eleito está sendo tratado da Covid-19 no Hospital Albert Einstein, a transição do governo é liderada por seu filho e presidente do MDB Goiânia, Daniel Vilela. Junto com o grupo de Maguito, a atual gestão da prefeitura já iniciou os acertos para a instrução normativa do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) número 6/2016. O documento estabelece diretrizes para a transição de governos nas prefeituras.

Promessas

O último programa eleitoral gratuito veiculado no dia 27 de novembro, a campanha de Maguito destacou que vai dar continuidade às obras que ficaram para trás na gestão de Iris Rezende. Além de citar as obras viárias, o programa eleitoral contabilizou 11 CMEIs e sete unidades de saúde que ainda não foram concluídas. O secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Dolzonan Mattos, alega que grande parte do que foi iniciado na atual gestão, será concluído e o que ficar para a próxima terá verba garantida para conclusão.

A obra do Terminal Isidória, no Setor Pedro Ludovico, começou em setembro de 2019 e deveria ter sido entregue em agosto deste ano, mas ficará para 2021. A Seinfra informa que o terminal está com todo o pavimento concluído e os pilares em concreto da cobertura estão em fase de conclusão.

No entanto, a construção dos prédios administrativos ainda está em andamento. O maior empecilho para conclusão da obra é a falta de material. Mattos afirma que a empresa responsável pelo serviço já solicitou as placas para cobertura do terminal, mas os fornecedores pediram mais dias para entregar o material.

Leste-Oeste

A conclusão da Avenida Leste-Oeste também vai ficar para a próxima gestão da Prefeitura de Goiânia. As obras dos trechos da avenida caminham de forma diferente. A ponte sobre a Marginal Botafogo está em fase quase finalizada com a liberação do tráfego da Marginal Botafogo.

Já o tramo Leste, que conecta o município de Senador Canedo à Praça do Trabalhador, passa por um entrave burocrático. A execução do túnel que passaria embaixo da BR-153 depende de aprovação da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Desvios foram criados para garantir acesso ao motorista que vem de Senador Canedo até que a aprovação da execução do túnel seja confirmada. No entanto, é o próximo gestor que deve continuar a obra.

Parte do BRT deve ser entregue ainda este ano, mas outro trecho ficará para 2021. O trajeto entre o Terminal Isidória e a Avenida Transbrasiliana será entregue com arborização nova e iluminação.

A prefeitura tenta finalizar o trecho 2, entre o Terminal do Recanto do Bosque até o Terminal Cruzeiro desde 2015. No entanto, as obras sofreram uma paralisação que durou oito meses e foram retomadas apenas em março de 2018, após assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) mediado pelo Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com o TAC, o prazo para conclusão deveria ser cumprido até outubro deste ano, mas houve mais uma interferência, desta vez do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) envolvendo a continuidade das obras na Avenida Goiás e o prazo foi alongado. 

Atrasos prejudicam trânsito e comércios locais  

Empresários que possuem negócios nas imediações da Avenida Jamel Cecílio estão indignados com os sucessivos prazos de adiamento da conclusão. Mais de uma dezena de lojas fecharam as portas após o início das obras em setembro de 2019. A família Haidar possui uma loja de decoração e design de interiores ao lado de onde o viaduto está sendo levantado. Pai e filho, Mohamad e Ahmad estão indignados com as prorrogações da conclusão da obra.

Ahmad afirma que o último prazo prometido para a entrega da obra foi em outubro deste ano, mas em uma conversa recente com um dos engenheiros da obra foi dito a ele que o novo prazo é para daqui seis meses. “O que mais me deixa indignado é que a gente não vê mais aquele movimento de trabalhadores que víamos antes e quando a gente pergunta, dão várias justificativas”, declara. De acordo com Ahmad, mais de 12 lojas saíram do local. “A maior parte dos lojistas que estão aqui são novos. Dos antigos restaram poucos”, afirma.

O empresário Ricardo Reis tem uma loja de colchões ao lado da loja da família Haidar. Ele afirma que faltou diálogo da Prefeitura de Goiânia com os lojistas. “A gente fica totalmente refém dos adiamentos insistentes para a conclusão da obra, mas a única vez que a prefeitura se reuniu conosco foi no início e disseram que obra terminaria em seis meses. Passou mais de um ano e nada”, lamenta. Ricardo afirma que perdeu 80% dos seus clientes. “As pessoas sempre acham que o tráfego aqui está fechado e optam em ir comprar em outros lugares”.

A previsão da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos é de que a trincheira seja entregue no fim do primeiro trimestre de 2021, mas o prazo vai depender da próxima gestão da Prefeitura de Goiânia. De acordo com o secretário de Obras do município, Dolzonan Mattos, o motivo para o novo atraso na conclusão do serviço é uma alteração no projeto que objetiva garantir a durabilidade do complexo viário.

Segundo Dolzonan, as características da terra da região onde o viaduto e a trincheira do Complexo Viário da Jamel Cecílio estão sendo construídos demanda uma intervenção para reforçar o solo para que ele fique mais resistente.  Os empresários que têm negócios próximos à obra da Jamel Cecílio receberam a notícia do adiamento da entrega com desgosto. (Especial para O Hoje) 

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