Compras de última hora movimentam o comércio

Igor Caldas

A alta procura de última hora por presentes de Natal na Região da 44 trouxe alívio aos empresários que atuam no setor, mas resultou em aglomerações, congestionamento de veículos e lixo espalhado nas vias. De acordo com representantes dos comerciantes da Região, o local recebeu aproximadamente 250 mil pessoas nesta semana. Apesar do movimento ainda ter sido menor do que no último ano, fluxo superou as expectativas do setor e trouxe esperança aos empresários.

Luzemar Parreira e sua mãe, Antônia Francisca deixaram para comprar os presentes de Natal sempre de última hora. “Todos os anos gostamos de comprar aqui na Região da 44 porque os preços são bem mais em conta”, afirma. Ela diz que os presentes sempre são comprados de última hora e a Região “ferve” nos dias que antecedem o Natal.

O polo de moda de Goiânia é conhecido por atrair multidões de outros lugares em busca de fornecedores para seus negócios fora da Capital. Tom Gomes chegou a Goiânia na última terça-feira (22). “A partir de janeiro eu e minha família vamos começar a gerir um negócio no Maranhão, viemos em busca de fornecedores e aproveitamos para comprar os presentes de Natal para a família”, afirma.

Presidente de honra da Associação Empresarial da Região 44 (AER44), Jairo Gomes, afirma que apesar da forte movimentação na Região, os protocolos de saúde estão sendo seguidos de forma rígida dentro dos shoppings. “Uma prova disso foi o baixo indicativo de pessoas que testaram positivo na Região da 44 em comparação com a testagem de outras regiões da Capital”, afirma. A testagem da Região da 44 foi feita há 26 dias.

Jairo ainda diz que o movimento da Região da 44 está menor do que em 2019, mas trouxe alívio aos empresários.  “Depois de praticamente nove meses de recessão por causa da pandemia, com uma demanda reprimida de vendas, conseguimos ter um respiro”, declara.

Ele afirma que houve redução de 30% no público da Região da 44 na semana que antecede o Natal, em comparação com o último ano. “Mesmo com o número menor, percebemos a movimentação é forte porque a Região da 44 é pequena e acaba atraindo muita gente”, diz.

Vendas online

O presidente de honra da AER44 declara que alguns empresários durante os piores meses de vendas da pandemia, poucos foram os empresários que conseguiram investir em vendas on-line. “Grande parte não tinha esse trabalho preparado e não conseguiram nenhuma venda. O fim de ano trouxe alívio enorme, principalmente depois do acordo com a prefeitura de liberarmos 60% da vinda de excursões”, diz.

Jairo declara que o grande movimento de fim de ano para a compra de presentes de Natal é a comprovação do que ele sempre defendeu nas épocas de maior recessão. “Eu falava que quando nosso segmento voltasse, seria com muita força e rapidez”. Ele ressalta que o único ponto negativo na volta ao trabalho foi a questão da falta de insumos no segmento.

“A pandemia afetou os insumos de diversos setores da economia e conosco não foi diferente. Os fornecedores demoraram a enviar produtos porque trabalhamos com muita coisa que vem da China e alimenta o chão de fábrica do setor”.

Outro ponto destacado pelo presidente de honra da AER44 para o aquecimento nas vendas é o fator psicológico do isolamento social na compra de presentes de Natal. “Parece que as pessoas que ficaram sem ver suas famílias ou que terão um Natal mais afastado, ficaram mais motivadas a comprar presentes. Não vai poder abraçar, mas vai poder dar presente”, conclui. 

Na pandemia, consumidor mira compras on-line 

Estudo da empresa francesa de consultoria e tecnologia Capgemini revela que um total de 38% das pessoas que participaram revelaram que estão gastando menos, em comparação ao mesmo período de 2019. A pesquisa, feita entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, ouviu mais de 7.543 mil. Apesar da diminuição nas despesas para esta época, os dados apontam para uma perspectiva positiva no cenário do varejo, após a pandemia.

A diminuição dos gastos é decepcionante para os varejistas, já que 45% deles esperavam que as vendas aumentassem neste período. Apesar disso, muitos admitiram que estavam menos confiantes para prever, com precisão, os padrões de venda desta temporada. A confiança nesse aspecto caiu para 39%, em relação aos 55% do ano passado. Os dados compõem a segunda parte de um estudo que aponta as perspectivas para a temporada de festas de fim de ano. A primeira foi realizada em outubro, com consumidores e gerentes do varejo.

Vários fatores levaram à queda dos gastos, segundo os dados da pesquisa. No caso de 24% das pessoas, o motivo foi a diminuição da renda disponível, enquanto 20% delas estão comprando uma quantidade menor de presentes porque estão vendo menos membros da família. Ao mesmo tempo, as restrições do comércio ainda em curso, por causa da Covid-19, impedem que 22% dos consumidores frequentem em lojas físicas.

Da mesma forma que estão diminuindo as compras, estes mesmos fatores interferiram nos tipos de produtos que os consumidores estão adquirindo: os itens essenciais para a temporada de festas de fim de ano representam 48% do total. Para alguns, a prioridade reside no vestuário (36%). Produtos de beleza e cuidados pessoais (21%) e itens elétricos (21%) vêm atrás.

Os consumidores seguem mais prudentes, mas isso não quer dizer que não estejam comprando. Um em cada três entrevistados na pesquisa (32%) revelou que os descontos são o fator mais decisivo ao obter algum produto. Cerca de 35% ativeram-se apenas ao necessário, enquanto 29% adquiriram algo fora do planejado, para aproveitar um desconto. Do total de entrevistados, 20% ainda esperam o melhor momento para comprar algo. Já as opções com frete grátis fizeram sucesso entre 58% dos entrevistados, que aproveitaram ao máximo. (com agências)