Venda de máscaras caem em farmácias, ambulantes resistem, em Goiânia

Farmácias não são proibidas de vender máscaras de tecido. A recomendação é que os produtos tenham certificação | Foto: Wesley Costa

Postado em: 30-12-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Farmácias não são proibidas de vender máscaras de tecido. A recomendação é que os produtos tenham certificação | Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

Mesmo com a obrigatoriedade do uso de máscaras na Capital, houve considerável queda na venda desses produtos nas farmácias desde o início da pandemia. No entanto, vendedores ambulantes ainda apostam na venda do item de proteção confeccionado em tecido como fonte de renda. De acordo com representante do comércio varejista das farmácias em Goiânia, a recomendação é que neste tipo de estabelecimento sejam vendidas apenas máscaras descartáveis.

“Houve uma pequena queda na venda de máscaras de proteção vendidas nas farmácias em relação aos primeiros meses de pandemia. Acredito que o motivo é que grande parte das pessoas já possuem sua máscara de pano reutilizável”, opina João Aguiar, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Goiás (Sincofarma). João ressalta que as farmácias não são proibidas de vender máscaras feitas de tecido. No entanto, a recomendação é que os produtos tenham certificação adequada.

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João Aguiar também opina sobre a preferência de máscaras de tecido. “Com certeza, o modelo reutilizável é mais econômico, mas há estudos que demonstram que o modelo descartável tem um fator maior de proteção”, declara. Outro fator que, na opinião do presidente do Sincofarma, faz com que os consumidores optem pelo modelo de tecido, é a facilidade da compra. “Talvez a facilidade de encontrar o modelo de tecido vendido nas ruas, com proximidade entre cliente e vendedor, contribua com a preferência pela máscara de tecido”, conclui o João.

Ambulantes

O comerciante Divino Basílio vive com a renda levantada do comércio de máscaras de proteção facial confeccionadas em tecido. Ele vende o item como ambulante nas ruas do Centro de Goiânia. “É o único produto que comercializo. Em dias ruins, eu consigo vender cerca de R$ 60 em máscaras”, diz. Ele afirma que não sentiu diminuição nas vendas do item de proteção no fim de 2020.

O vendedor ambulante acredita que os clientes preferem comprar nas ruas porque querem averiguar o produto antes da compra. “A maioria das máscaras que você compra em estabelecimentos vêm empacotadas em um saco plástico lacrado. As pessoas querem pegar no material para averiguar o que estão comprando realmente”, diz. O preço de cada máscara vendida por Divino é R$ 5.

Divino ainda diz que os modelos de equipamentos de proteção faciais mais vendidos são as máscaras “3D” da cor preta. “As mais simples e básicas são as preferidas dos clientes, mas tenho máscaras para todos os gostos”, declara. O comerciante ainda diz que seus clientes costumam voltar para comprar mais máscaras. “Uma pessoa que compra acaba voltando para comprar para o restante da família”, conclui Divino.

Lei

O uso obrigatório de máscara na Capital está previsto em lei sancionada em novembro. Segundo o documento, o equipamento deve ser usado por todos os moradores ao deixarem suas casas. A lei ainda prevê multa no valor de R$ 110 para qualquer que descumprir a medida. 

Estudos de agências alertam para tipos de máscaras 

Desde o início da pandemia, máscaras faciais de diversos materiais estão sendo usadas para proteção da Covid-19. A Agência governamental americana Americana Food and Drug Administration (FDA), equivalente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) brasileira nos Estados Unidos, está alertando as pessoas sobre o uso de algumas máscaras que não tem eficácia na proteção contra o vírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou recentemente as recomendações de máscaras faciais foram atualizadas em 1º de dezembro. De acordo com a OMS, a eficácia de protetores faciais é inferior às máscaras porque eles não bloqueiam as gotículas exaladas pelo usuário e também não impedem a inalação de gotículas.

De acordo com a agência americana, evidências apontam que seja necessário pelo menos três camadas de tecido em uma máscara facial para estar totalmente protegido. O estudo mais recente sobre o tema foi conduzido por pesquisadores da Virginia Tech University.

O experimento testou 11 tipos diferentes de máscaras faciais, incluindo nove máscaras de tecido feitas de materiais como filtros de café, uma camiseta de algodão e outros tipos de tecidos.  Uma proteção facial e uma máscara cirúrgica também foram testadas. As máscaras com três camadas foram as que se mostraram mais protetoras.

Estudos de pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), nos Estados Unidos, revelaram recentemente que as máscaras com válvulas de ventilação ajudam a espalhar o Coronavírus. Os cientistas concluíram que as máscaras N95 normais conseguem barrar completamente a passagem das gotículas. No entanto, as máscaras N95 equipadas com uma válvula de ventilação não ajudam a impedir a propagação do vírus.

Sujeira

Mesmo se a máscara de proteção facial atender a todos os critérios de proteção, os equipamentos não são eficientes contra a propagação do Coronavírus se estiverem sujas. Um estudo demonstrou que máscaras de pano sujas aumentam o risco de contaminação pelo Coronavírus. Se a máscara de proteção facial estiver sendo usada por dias seguidos sem higienização, a proteção do objeto contra o Coronavírus se torna ineficiente.

Além do risco de aumentar as chances de ser contaminado e propagar o Coronavírus, a máscara suja ou mal higienizada pode também eleva o risco de doenças como pneumonia, gripe e outras infecções respiratórias. Vários infectologistas também afirmam que a falta de higienização do equipamento de proteção também causa mal hálito. Porque as bactérias da boca acabam se proliferando e causam o mau odor.

Umidade

Máscaras faciais podem ficar úmidas por causa da transpiração e de suor, principalmente no verão. Ao fazer uma atividade física, o suor pode molhar a proteção causando a perda de sua eficácia. Por essa razão, a troca da máscara em dias quentes deve ser mais frequente. (Especial para O Hoje) 

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