Esperança de voltar ao velho normal está na vacina

A vacinação no Estado de Goiás deve começar no dia 10 de fevereiro. Estado já adquiriu agulhas e seringas para a campanha

Postado em: 01-01-2021 às 08h20
Por: Carlos Nathan Sampaio
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A vacinação no Estado de Goiás deve começar no dia 10 de fevereiro. Estado já adquiriu agulhas e seringas para a campanha

Manoela Messias

Uma pesquisa da Grupon mostrou que mais da metade da população de Goiânia irá tomar a vacina contra a Covid-19. O levantamento registrou que 67,5% dos goianienses estão decididos a tomarem o imunizante. Isso revela que ainda há esperança de voltar a vida ao normal com a chegada da vacina no Estado. Recentemente, o governador Ronaldo Caiado anunciou que a vacina contra o Coronavírus vai ser distribuída para o estado goiano a partir de 10 de fevereiro, de forma gratuita.

De acordo com o governador, os primeiros a serem vacinados serão os profissionais da saúde e aqueles que fazem parte do grupo de risco. Caiado reforçou que a data está prevista no Plano Nacional de Imunização e prevê que grupos considerados prioritários, por estarem mais expostos à doença ou serem mais vulneráveis, sejam os primeiros a serem imunizados.

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“Nós vamos priorizar as pessoas que têm maiores complicações da doença. Se nós diminuirmos a contaminação dessas pessoas, diminuiremos a ocupação nos hospitais”, disse Caiado. Ele explicou que a partir do dia 10 a Pfizer deve entregar 600 mil doses, sendo que em 20 de janeiro o Butantã deve entregar 6 milhões de doses e no dia 10 de fevereiro a Fio Cruz deverá entregar 15 milhões de doses. A data agrega o Plano Nacional de Vacinação e será a mesma para todos os estados.

Desafios

Para o secretário de saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, 2020 foi um ano de desafios para a área da saúde em Goiás. “Ninguém esperava por uma pandemia e, despreparados, estados e municípios tiveram que se reinventar e criar soluções urgentes para conseguir atender toda a demanda gerada pelo Coronavírus. Fizemos a montagem de hospitais de campanha, compra de equipamentos de UTI e contratação de médicos em caráter emergencial”, conta.

Dentre os maiores desafios enfrentados pela saúde estadual, Ismael acredita que tenha sido toda a incerteza gerada pela Covid-19. “Trabalhar na pandemia com a incerteza do comportamento do vírus talvez tenha sido o maior desafio e continua sendo. A falta de padrão no comportamento do vírus no Brasil e no mundo foi o maior desafio”, revela.

Medo da segunda onda

Sobre a possibilidade de uma segunda onda em Goiás, o secretário acredita que, hoje, estamos preparados para enfrenta-la sem grandes impactos, como aconteceu na primeira onda. “Hoje, além da estrutura mais adequada e ampla, temos profissionais mais capacitados. Por uma conjunção de fatores neste momento, além da expectativa da chegada da vacina, conseguiremos enfrentar a segunda onda com menos impacto que a primeira”.

Atraso

No último dia 30, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a autorização para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere o uso emergencial de vacinas em até 72 horas após o pedido. A liberação vale para imunizantes aprovados por ao menos uma de quatro agências reguladoras: Estados Unidos, China, Japão ou Europa.

Mesmo com a vacina cada vez mais próxima de nós e gerando a cada dia mais expectativa na população, na visão do médico infectologista Marcelo Daher, mais uma vez o Brasil está atrasado em relação aos demais. “Já estamos em janeiro o Brasil ainda não começou uma vacinação em massa, quando muitos países já iniciaram a imunização e outros já vão até pra segunda dose. Isso é muito ruim, porque o número de diagnósticos só cresce e não podemos fazer nada para conter, uma vez que a população está nas ruas e não temos uma perspectiva de vacinação. Estamos mais uma vez perdendo e corremos o risco de virar o ano com a mesma catástrofe que vimos em 2020”, afirma em entrevista ao O Hoje.

O especialista acredita que no Brasil deveriam ser feitos mais testes para identificação dos casos de Coronavírus. “A gente precisa testar mais, estamos testando muito pouco, fazer sequenciamentos virais para saber quais os vírus estão circulando no Brasil. Temos feitos poucos sequenciamentos e eles são necessários”, explica. (Especial para O Hoje)

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