Aumento na exportação deve manter alta da cotação do milho em 2021

O ano de 2020 finalmente chegou ao fim. Embora tenha apresentado certos desafios para diversos setores da economia nacional, a agricultura brasileira registrou bons resultados. Um deles foi o milho, que teve o preço da saca supervalorizado.

Para dar uma ideia, o valor da saca começou cotado a R$ 51, registrou um aumento de 57% até novembro e fechou o ano cotado a R$ 74. A variação se refletiu diretamente no comércio rural. Da busca por maquinários até insumos agrícolas à venda pela internet, a procura foi alta.

A forte escalada do dólar e o aumento da demanda elevaram o preço do milho a patamares históricos. O levantamento feito pela consultoria Agrifatto também revela que essa alta se refletiu nos mercados interno e externo.

De acordo com a consultoria, “essa evolução nas cotações vem sendo observada na produção brasileira de milho, que ultrapassou novamente os 100 milhões de toneladas”. As sementes de milho se desenvolveram bem e não apresentaram complicações no seu crescimento, gerando boas safras.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam uma média diária de 286,2 mil toneladas nas exportações de milho registradas na primeira semana de dezembro. O número representa um aumento de 44,3% sobre a média de dezembro de 2019, que foi de 198,3 mil toneladas no mês cheio.

Mas o desempenho do milho não foi o mesmo no mercado americano. A cotação do produto recuou 16% em maio passado, em relação ao desempenho do início do ano nos Estados Unidos. Mesmo assim, o cenário melhorou, e agora a cotação do milho nos EUA está 10% maior do que a de janeiro de 2020.

Como a agricultura do cereal norte-americano está intimamente ligada ao etanol de milho, a redução da circulação das pessoas no país, provocada pelo isolamento social para tentar impedir a propagação do coronavírus, dificultou a evolução do cereal.

Cenário para o milho em 2021

As cotações de milho no Brasil devem se manter elevadas em 2021. Isso, porque há uma perspectiva de forte pressão sobre o preço do cereal produzido no Brasil, a despeito de a safra ser renovada anualmente e poder sofrer a influência de fatos novos. O cenário econômico e o valor do real em relação ao dólar devem ser agentes fundamentais nesse processo.