Enfermeira que não injetou vacina pode ter registro cassado

A profissional sob suspeita já foi afastada das funções pela Secretaria de Saúde | Foto: Reprodução

Postado em: 18-02-2021 às 08h45
Por: Augusto Sobrinho
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A profissional sob suspeita já foi afastada das funções pela Secretaria de Saúde | Foto: Reprodução

Maiara Dal Bosco

Um procedimento ético-disciplinar foi instaurado pelo Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) para investigar a conduta da enfermeira que, apesar de ter injetado a agulha no braço de uma idosa, não aplicou a dose da vacina contra Covid-19 contida na seringa. O caso, que viralizou nas redes sociais e gerou revolta após ser filmado pela filha da paciente de 88 anos, aconteceu há duas semanas no posto de vacinação localizado em um campus da PUC, no Setor Universitário, em Goiânia.

A profissional sob suspeita, que já foi afastada das funções pela Secretaria de Saúde, também é investigada pelo Ministério Público de Goiás. De acordo com Marlene Nunes Bueno, promotora de Justiça que investiga o caso, em um primeiro momento, os elementos do vídeo se mostraram bastante sérios. No entanto, apenas a apuração poderá identificar se houve ou não intenção da enfermeira em guardar a vacina para uso posterior, para venda ou aplicação em outras pessoas, por exemplo. Segundo a promotora, a enfermeira admitiu não ter aplicado a dose no primeiro momento. No entanto, não revelou mais detalhes da oitiva dela. 

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“[Vamos] designar perícia naquelas imagens, ou seja, no sentido de profissionais da área descreverem aquela circunstância. Ora, sabemos pelas imagens o que se passou, mas é importante que enfermeiros descrevam aquela sequência de conduta. Naturalmente, iremos buscar de forma muito objetiva se há registro na prática da enfermagem de situações assim, de não ser injetado o líquido”, afirmou a promotora sobre o objetivo da perícia.

Erro involuntário 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia informou que, a exemplo do que foi divulgado pelo MP-GO, tudo indica que a enfermeira cometeu um erro involuntário, mas, mesmo assim, solicitou o afastamento da profissional da equipe de vacinação. Segundo a SMS, diante da inexistência de vínculo, já que a enfermeira não é servidora do município, tem sido acompanhada a apuração realizada pelo Ministério Público, o qual recebeu da SMS, todas as informações solicitadas. 

 A Secretaria afirma ainda que segue todos os protocolos de vacinação preconizados pelo Ministério da Saúde e que tem se empenhado na vacinação da população contra Covid-19. Segundo a pasta, até o momento mais de 63 mil pessoas, entre profissionais de saúde e idosos, foram vacinados. Ontem (17), começou a vacinação dos idosos com 84 anos, reforçando que há vacinas suficientes para todos os idosos acamados com mais de 60 anos e para maiores de 85 anos, grupos que compuseram a etapa de imunização iniciada no último dia 09 de fevereiro. (Especial para O Hoje)

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