Audiência Pública encaminha abertura de Comissão Especial de Inquérito para investigar Enel

Os terceirizados da Enel fizeram uma paralisação de alerta pedindo melhores condições de trabalho | Foto: reprodução

Postado em: 19-02-2021 às 17h05
Por: Redação
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Os terceirizados da Enel fizeram uma paralisação de alerta pedindo melhores condições de trabalho | Foto: reprodução

Da Redação 

O vereador Mauro Rubem (PT) está recolhendo assinaturas de outros vereadores, junto ao grupo de trabalho criado em audiência pública de ontem (18/02), para a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) destinada a apurar irregularidades na Enel Distribuição Goiás. Segundo o Regimento da Câmara, é necessário que um terço dos parlamentares assinem o documento. 

A decisão foi tomada após audiência pública presidida por Mauro Rubem (PT), na última quinta-feira , para discutir as responsabilidades da Enel junto aos prestadores de serviço, que fizeram fortes denúncias de exploração, precarização do trabalho, perseguição e humilhação. Os terceirizados da  Enel também fizeram uma paralisação de alerta nesta quinta-feira (18) pedindo melhores condições de trabalho, como pagamento de horas extras, isonomia salarial e valorização da mão-de-obra,e relataram em audiência as dificuldades que estão enfrentando. 

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O vereador petista lembra que “desde que a Enel comprou a Companhia Energética de Goiás (Celg) a empresa só aumentou seus lucros, diminuiu os investimentos, elevou o valor da tarifa de energia e piorou o serviço, ou seja, um quadro que só traz prejuízo ao consumidor goiano”. Aliado a tais problemas, lembra Mauro Rubem, a Enel vem realizando sucessivas demissões de trabalhadores sob a alegação de que não estariam cumprindo as metas estabelecidas.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas de Goiás (Stiueg), que tem prestado solidariedade e apoio ao grupo de eletricitários, também participou da Audiência. O advogado do sindicato, Welton Marden de Almeida, presente na mesa de discussão, pontuou os prejuízos que a população goiana levou e continua levando com a privatização da CELG. 

“A Celg, no ato de sua privatização, devia cerca de 6 bilhões. A primeira proposta de privatização era por quase esse valor, mas foi formado um cartel de empresas afirmando que não pagariam o preço proposto, já que a dívida era alta”, explica. Após a compra da estatal brasileira pela italiana Enel, a empresa estrangeira ganhou 100 milhões de isenção de ICMS por ano e foi criada uma associação para suportar a dívida da Celg. “Aqueles 6 bilhões que baixaram o preço da CELG está sendo pago pelo povo goiano”, enfatiza o advogado do Stiueg. 

A audiência contou ainda com a participação de outros sete vereadores; eletricistas, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg); Federação Regional dos Eletricitários e Saneamento e a Agência Goiana de Regulação e Associação das Donas de Casa de Goiás. A Enel não compareceu à audiência ou mandou um representante para prestar esclarecimento ao grupo representante dos mais de 8 mil da categoria de eletricistas. 

O eletricista Alex, que subiu à tribuna durante a audiência pública, para reforçar a importância daquele momento, já que a Enel não abriu portas para negociação. “Este grupo está aqui enquanto nossos colegas estão lá fora, na chuva, tem mais trabalhadores no interior do estado esperando nossa resposta também”, alertou. 

Para o vereador Mauro Rubem, que tem acompanhado a organização dos eletricitários da Enel em prol de seus direitos, a Câmara não pode se furtar aos graves problemas que enfrentam os trabalhadores terceirizados da companhia. “A Enel foi contratada para explorar o serviço público de distribuição de energia elétrica em Goiás e não para explorar o trabalhador goiano e, em especial, o goianiense”, arrematou o vereador Mauro Rubem. 

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