Preço da gasolina chega a R$ 5,79 em Goiânia

Maiara Dal Bosco

O
aumento de preços da gasolina e do diesel nas refinarias anunciado na
segunda-feira (01) pela Petrobras já pode ser sentido pelo consumidores
goianienses. Em Goiânia, o preço da gasolina chegou a R$ 5,79. O preço médio de
venda do combustível passou a ser de R$ 2,60 por litro, o que representa alta
de 4,8% (R$ 0,12). Já no caso do diesel, o preço médio passou a ser de R$ 2,71,
o que significa um aumento de 5% (R$ 0,13). Em dezembro do ano passado, o litro
da gasolina custava em média R$ 1,84, enquanto o do diesel saía a R$ 2,02.

O
Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás
(Sindiposto) recebeu com preocupação a notícia do novo aumento. Segundo o
presidente do Sindicato, Márcio Martins Andrade, a situação também está difícil
para os empresários. “As vendas já estão aquém do que deveriam estar
normalmente. O produto está menos acessível, pelo preço, e pela pandemia que
tem influenciado. É muito ruim para o empresário, para o consumidor final e
para a sociedade em geral, já que mesmo quem não utiliza os postos também sofre
as consequências nos demais produtos que consome.”, afirmou.

De
acordo com Márcio, o cenário é preocupante porque em meio a recessão, as
pessoas estão perdendo a renda, então nem consumidor e nem empresários
conseguirão conviver com esse aumento. “Ele [o aumento] é desproporcional, em
um período curto e fora de qualquer expectativa. Muitos empresários gastaram
suas reservas durante o ano passado, e agora precisam de mais capital para
comprar o combustível com preço maior. E, muitas vezes, não têm onde buscar
esse recurso”, pontuou.

Para
ele, quanto mais acessível o combustível estiver para o consumidor, mais o
posto vai vender. “A escalada de preço faz com que as margens fiquem menores,
porque o repasse não consegue ser feito e o comércio é prejudicado.”, disse.
 O consumidor, por sua vez, deve continuar pesquisando onde abastecer.
“Neste momento temos variações muito grande de preços entre um posto e outro,
até porque alguns ainda não repassaram o reajuste, então o consumidor deve
pesquisar buscando o melhor preço, mas sem esquecer da qualidade.”, finalizou.

Em nota,
a Petrobras ressalta que os valores praticados nas refinarias pela empresa são
diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. “Até chegar ao
consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição
e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da
gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e
dos revendedores de combustíveis”, diz o comunicado.

Novo comando

O atual
presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco será substituído pelo general
Joaquim Silva e Luna no comando da estatal. O mandato de Roberto se encerra no
dia 20 de março. Segundo o presidente Jair Bolsonaro, o novo gestor da empresa
não interferirá nos preços da companhia. “Ele [Castello Branco] só
sai depois do dia 20, não quer dizer que o outro (Silva e Luna) vai
interferir. Para evitar que o pessoal do mercado fale um montão de besteira, ou
melhor, o pessoal especular no mercado”, afirmou, manifestando
contrariedade com a reação dos investidores à saída de Castello Branco,
comportamento que levou a uma forte queda nas ações da companhia. (Especial para O Hoje)