Tempo de espera por UTI aumenta para 12 horas em Goiânia

Sobrecarga no transporte de pacientes, demora por vaga e pedidos de transferências estão entre os principais problemas enfrentados | Foto: Reprodução

Postado em: 09-03-2021 às 08h15
Por: Augusto Sobrinho
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Sobrecarga no transporte de pacientes, demora por vaga e pedidos de transferências estão entre os principais problemas enfrentados | Foto: Reprodução

Daniell Alves

As pessoas que precisam de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisam esperar por cerca de 12 horas para uma vaga. Anteriormente o período máximo era de seis horas, conforme explica o titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Durval Pedroso. A espera é devido ao aumento de casos positivos para o Coronavírus aliado à escassez de leitos de UTI para atender toda a população. Ontem (8) a taxa de ocupação na rede municipal atingiu 99,53%. 

Segundo o secretário, a Capital caminha para um colapso. Entre os principais problemas da Saúde estão a demora no tempo de espera, sobrecarga no transporte de pacientes e pedidos de transferências de pessoas da rede particular para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Em janeiro, tínhamos 140 leitos de UTI abertos e uma taxa de ocupação em torno de 60%. Depois que passou para 70% fomos programando novas aberturas. Ainda assim, há uma dificuldade não só de equipamentos, mas de recursos humanos”, alerta. 

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Durval Pedroso reforça que a população de maneira geral precisa entender que estamos frente a uma doença de transmissão altamente infecciosa, porém acreditava-se que ela atingiria somente os pulmões, mas não é. “Ela é, na verdade, uma doença inflamatória imunológica”. A taxa de ocupação da Rede Municipal de Saúde está, neste momento, em 99% de ocupação dos leitos de UTI e 99% dos leitos de enfermaria.

A única maneira de lidar com esse tipo de doença é com a prevenção da infecção, diz ele. “No caso da Covid-19, a prevenção pode ser feita de duas formas: a primeira é a prevenção primária com vacina, que é o item fundamental para proteger a população, e a segunda é conter a disseminação da doença usando máscaras, higienizando as mãos frequentemente e restringindo as aglomerações”, explicou.

Falha do Ministério da Saúde 

A Saúde de Goiânia aponta que houve uma falha muito importante por parte do Ministério da Saúde (MS) na aquisição e distribuição das vacinas. “Essa demora propiciou a mutação do vírus, que é de maior contágio, e tem atingido as pessoas mais novas entre 20 a 49 anos. O cenário de hoje é preocupante e nós não conseguimos imunizar a população”, comenta. 

Quanto mais leitos de UTI existirem e mais pessoas necessitarem de tal internação, infelizmente o número de óbitos só tende aumentar, porque a taxa de letalidade das pessoas que são internadas em leito de UTI ainda é de 50%, afirma Durval. Por isso é fundamental que eu reafirme isso, precisamos diminuir a circulação das pessoas que ainda é grande em Goiânia”.  A realidade da capital goiana também demonstra hoje uma taxa de 20% de positividade em pessoas assintomáticas, o que justifica a adoção de medidas rígidas de distanciamento social.

Rede estadual 

Na rede estadual, a taxa de ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 está também em quase 100%. A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Flúvia Amorim, fez projeções ainda mais severas em relação à pandemia ao afirmar que não há previsão boa para os próximos dias. 

Segundo ela, dois fatores têm contribuído para acelerar a transmissão do vírus: as aglomerações e as novas variantes já detectadas no Estado (a de Manaus e do Reino Unido), que se propagam com mais intensidade e rapidez. Flúvia Amorim enfatizou que enquanto as pessoas não tiverem plena consciência do tamanho do problema e fizerem sua parte no cumprimento dos protocolos de distanciamento social, de uso de máscara de higienização de mãos, não será possível conter o problema. “O que se percebe é que muitas pessoas banalizam as medidas sanitárias, mas elas são fundamentais. (Especial para O Hoje)

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