Vans escolares transportarão funcionários da indústria em Goiânia

Acordo foi realizado durante reunião dos líderes do Fórum Empresarial do Estado para aliviar o transporte público | Foto: Wesley Costa

Postado em: 12-03-2021 às 08h00
Por: Sheyla Sousa
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Acordo foi realizado durante reunião dos líderes do Fórum Empresarial do Estado para aliviar o transporte público | Foto: Wesley Costa

Maiara Dal Bosco 

Cerca de 200 vans de transporte escolar deverão atuar no deslocamento de trabalhadores da indústria e do comércio da Grande Goiânia a partir dos próximos dias. 200 também seriam os ônibus necessários rodando, somente no Eixo Anhanguera, para que a demanda no horário de pico fosse atendida, considerando o transporte de apenas passageiros sentados, de acordo com estudos técnicos da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC). 

Com as vans, um dos objetivos é reduzir a pressão sobre o transporte público e atender um segmento que está há um ano sem poder trabalhar. Os detalhes foram acertados na reunião dos líderes do Fórum Empresarial do Estado, organizada pelo Sistema OCB/GO, com a Cooperativa de Transporte Escolar e Turismo de Goiás (Cooperteg). Inicialmente, as vans escolares devem atender as empresas instaladas em polos industriais de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, em negociações intermediadas pelas entidades do Fórum Empresarial.

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Gladson Frederico Vieira é empresário do transporte escolar em Goiânia e atua no segmento há oito anos, na Capital. Para ele, o acordo é uma salvação para a categoria. “Já estamos há um ano parados, sendo que tem centenas de vans paradas nas garagens, podendo desafogar o transporte público. Esse acordo vai ajudar tanto a nós, quanto os funcionários, e os empresários, já que, no caso dos funcionários, poderão chegar descansados e em segurança, e os empresários, que terão as equipes comparecendo ao trabalho. Vai ajudar a todo mundo.”, destacou.

No caso de Gladson, a renda da família vem integralmente do transporte escolar. Desde a suspensão das aulas, ele e a esposa buscaram outras alternativas para conseguir o sustento “Minha esposa fez artesanato, eu comecei a fazer alguns serviços que recebia por dia. Vi outros colegas do segmento trabalhando como pedreiros, vendendo frutas e verduras – que inclusive compramos dele. Um ajudando o outro”, ressaltou. 

O acordo firmado ontem (11), é uma luz no fim do túnel para Gladson e tantos outros trabalhadores do transporte escolar. Ele pontua, que além de trazer o sustento para muitas famílias, esse transporte também ajuda na mobilidade urbana. “Se eu carregar 40 crianças por dia, vários carros deixam de circular.” E faz um alerta sobre os transportes não regularizados. “Durante a pandemia os boletos de ISS nunca pararam de chegar. E nós impossibilitados de trabalhar. Muitos colegas estão saindo da área por falta de condições, então quando a situação voltar à normalidade, vai faltar transporte escolar regularizado, o que é um risco muito grande para a população.”, finaliza. 

Exigências 

Para que o serviço seja realizado alguns procedimentos precisam ser obedecidos pelas vans escolares, como: transportar no máximo 20 passageiros, todos sentados; os veículos têm de ser higienizados antes e depois do transporte; é obrigatória a medição de temperatura dos passageiros e o uso de máscaras. Além da oferta de álcool em gel dentro dos veículos, é necessário a contratação de seguro pelas vans; e as viagens devem ser restritas ao trajeto casa-empresa-casa dos trabalhadores, sem passar por pontos ou terminais de ônibus.

Com relação ao valor tarifário, a negociação será direta entre a Cooperteg e as empresas, uma vez que depende de cálculos como quilometragem percorrida e consumo de combustível. A Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), via o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), informou que vai avaliar a possibilidade de oferecer diesel a um custo menor para as vans escolares que realizarem o fretamento dos trabalhadores, para reduzir o custo do transporte e o valor da tarifa.

“Tendo regras claras e tarifas competitivas, a Fecomércio vai participar também para que maior número de lojistas participe do convênio. Temos de oferecer alternativas para reduzir o contágio pela Covid-19 e garantir maior segurança aos comerciários”, frisou Marcelo Baiochi, presidente da Fecomércio. Além dos presidentes da OCB/GO, da Fieg, da Fecomércio, da FCDL, da Facieg e da Adial Goiás, também participaram da reunião representantes da Acieg e da CDL Goiânia.

O Presidente da Cooperteg, Adilson Humberto de Lellis agradeceu a ajuda do Fórum Empresarial de Goiás. “Não vamos concorrer com o transporte público convencional, mas oferecer uma alternativa para as empresas garantirem o transporte de seus trabalhadores com maior segurança e conforto durante a pandemia da Covid-19. Com a ampliação da vacinação da população e retorno gradual das aulas presenciais na Grande Goiânia, retornaremos à nossa atividade principal”, disse. 

Transporte Coletivo 

Por determinação judicial, empresas de transporte coletivo de Goiânia devem operar somente com passageiros sentados, conforme prevê o mais recente decreto municipal. Em caso de descumprimento, cada uma delas deverá pagar multa de R$ 5 mil por dia. Cabe recurso, mas este terá de ser pago, de forma isolada, pela CMTC, a Prefeitura de Goiânia e as quatro concessionárias privadas que operam o serviço. 

Em nota, o RedeMob Consórcio afirmou que ontem (11), as empresas concessionárias da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), soltaram toda frota que está em condições de rodar: a programada, a frota extra e mais a reserva técnica em condições de conservação para rodar “Importante informar que alguns veículos podem apresentar algumas pequenas imperfeições, uma vez que parte das manutenções corretivas precisaram ser adiadas para que toda a frota esteja em operação”, afirmou Leomar Avelino, diretor executivo do RedeMob Consórcio. Ele também fez um apelo. “ORedeMob e os mais de quatro mil profissionais do sistema de transporte coletivo fazem um apelo pela autopreservação, o auto cuidado e a urgente necessidade de as pessoas permanecerem em casa.”, ressaltou. (Especial para O Hoje)

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