Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Mais de 50% dos pacientes que passaram por UTI morreram em Goiás

Desde o início da pandemia em Goiás, cerca de 25 mil pacientes foram hospitalizadas | Foto: Reprodução

Postado em: 15-03-2021 às 09h00
Por: Augusto Sobrinho
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Desde o início da pandemia em Goiás, cerca de 25 mil pacientes foram hospitalizadas | Foto: Reprodução

Daniell Alves

Conseguir uma vaga em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não garante a cura para a Covid-19. Em Goiás, das 10.173 hospitalizações que necessitaram de internação em UTI, 5.561 evoluíram a óbito. Outros 3.937 pacientes receberam alta por cura e 675 foram hospitalizados, mas não possuem registro de alta ou morte. Os dados foram fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) a pedido do O Hoje. 

Desde o início da pandemia em Goiás foram hospitalizadas 25.640 pessoas. Esses números são referentes às unidades de saúde estaduais, municipais, privadas e filantrópicas. Diante do cenário, a superintendente em Vigilância de Saúde da SES, Flúvia Amorim, alerta que o momento é crítico para os hospitais do Estado. 

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“Vai chegar o momento em que a gente não conseguirá ampliar mais leitos e isso precisa ficar bem claro para todo mundo. E só a ampliação não resolve porque a taxa de letalidade em UTIs está em 50%. Mesmo tendo leito, a gente sabe que muitas pessoas irão a óbito”, pontuou Amorim.

A estimativa é que, até o início de abril, os números da Covid-19 no Estado ainda serão muito altos. Isto vale para novos pacientes infectados e mortes. “De acordo com as curvas crescentes, até abril teremos muitos problemas em relação a casos, mortes e taxa de internação. Os hospitais têm relatado aumento de internações de jovens e em estado grave da doença necessitando de entubação e UTI”, avalia. 

Tratamento

O tratamento em pacientes diagnosticados com a doença é feito após a realização da anamnese, que é a coleta de todas as informações sobre sintomas dos pacientes, informa a SES-GO. Em casos simples, com sintomas mais leves e que não exija internação, o paciente recebe alta e faz o tratamento e a quarentena em casa. A expectativa é que o atendimento seja feito entre 15 e 18 minutos, para evitar que pessoas com nível menor de infecção fiquem na unidade de saúde, mas que possam retornar logo para suas casas.

A Secretaria explica que, caso o paciente necessite da realização de exames para a conclusão do diagnóstico, isso é feito dentro da própria unidade de saúde. No entanto, informa, não existe tratamento específico para infecções causadas pelo Coronavírus. É indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como, por exemplo: uso de medicamento para dor e febre e umidificador no quarto e banhos quentes.

Flexibilizações 

Em um cenário de aumento de casos e faltas de vagas em UTIs, a situação preocupa já que parte do segmento considerado não essencial foi fechado. Empresários têm demonstrado suas insatisfações nos últimos dias por meio de manifestações. O objetivo é fazer com que a Prefeitura autorize a reabertura do comércio.

Questionada sobre o assunto, a prefeitura informou, em nota ao O Hoje, que as medidas mais restritivas que constam no recente decreto da são “temporárias e extremamente necessárias dado o momento crítico vivenciado pelo sistema de saúde na Capital nesta pandemia de Covid-19. Mais do que isso: são imprescindíveis para salvar vidas”. 

A Prefeitura ressalta que é preciso contar com o apoio dos cidadãos para fazer cumprir as medidas de distanciamento social, especialmente aqueles que têm condições de prestar seus serviços em regime de home office. Contudo, os dados do serviço de fiscalização têm comprovado que muitas pessoas não têm tido esse engajamento. “A Prefeitura de Goiânia aproveita o espaço para fazer mais um apelo à sociedade: quanto mais conseguirmos evitar a propagação do vírus neste momento, mais rapidamente sairemos desta situação de excepcionalidade e mais vidas serão preservadas”, diz o comunicado. (Especial para O Hoje)

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