Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Cresce procura por sanitização de ambientes corporativos

Medida é necessária para garantir saúde de colaboradores e clientes com a reabertura do comércio | Foto: Wesley Costa

Postado em: 05-04-2021 às 08h10
Por: Sheyla Sousa
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Medida é necessária para garantir saúde de colaboradores e clientes com a reabertura do comércio | Foto: Wesley Costa

Daniell Alves

A preocupação em evitar o contágio da Covid-19 fez crescer a procura por sanitização em ambientes corporativos. Prestadoras de serviço como a Empresa Brasileira de Serviços Gerais (Embrasg), com sede em Aparecida de Goiânia, registrou aumento de 40% desde o início da pandemia. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a desinfecção de ambientes e superfícies previne e elimina possíveis focos do coronavírus e, se feita de forma constante, a proteção se intensifica contra a proliferação da covid-19.

Por isso, durante a pandemia, a limpeza por desinfecção está entre as soluções mais viáveis para empresas e residências que querem uma higienização máxima e segura. Além disso, por se tratar de um método de limpeza eficaz e útil, mantém o ambiente livre de microrganismos que podem comprometer a saúde, assim como se caracteriza por ser econômica e conta com tecnologia avançada para limpeza de diferentes superfícies como exemplo, pisos, espelhos, pias, ou locais públicos com grande circulação de pessoas.

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Em entrevista ao O Hoje, José Raimundo Pereira, gerente comercial da Embrasg, explica que o processo de desinfecção ocorre de acordo com o tipo de local, a exemplo de condomínios residenciais (área comum do prédio); condomínios comerciais, onde tem empresas e lojas. Segundo ele, o serviço é feito principalmente em ambientes que pessoas testaram positivo para o coronavírus. “Se, por exemplo, em uma empresa há um caso positivo, desinfectamos toda ela e as pessoas voltam a trabalhar no próximo dia. Estas retornam na segurança de que o ambiente está completamente livre do vírus. Mas, se no retorno dos funcionários, mais uma pessoa está com Covid-19, aquela desinfecção já passou”, explica.

Isto porque ela mata o vírus que está presente, porém não previne algo. “Eu acabei de desinfectar uma mesa e após isso uma pessoa com Covid coloca a mão em cima, o vírus continua na local. Não tem uma periodicidade de quanto em quanto tempo é ideal realizar a desinfecção”, ressalta. A recomendação é realizar o processo sempre onde há casos positivos para o coronavírus. “Em um prédio residencial, se for identificado que um morador tem a doença, é realizada a desinfecção nas garagens, elevadores, nas entradas, maçanetas e em qualquer lugar possível que aquela pessoa passou e tocou. Ou seja, o prédio fica 100% livre do vírus”, diz.

José explica que a desinfecção é um conjunto de procedimentos higiênico-sanitários visando garantir a obtenção de superfícies, equipamentos e ambientes com características adequadas de limpeza e baixa carga microbiana residual, evitando a recontaminação de ambientes produtos e superfícies. “É um processo de higienização e eliminação de agentes causadores de infecções, alergias, patógenos que causam bronquite, asma, renite dentre outros desconfortos provenientes de fungos ou mofos.

Produtos e equipamentos

Para realizar a limpeza, são utilizados produtos como álcool 70%, hipoclorito de sódio, sabão neutro e quaternário de amônia. Todos eles são certificados pela Anvisa. Entre os equipamentos usados estão: pulverizadora Stihl gasolina SR-420 capacidades de 10 litros, pulverizador bateria LYNUS-PL 18 LITROS e pulverizador manual de 2 litros. O preço do serviço pode variar entre R$ 500 a R$ 5 mil, dependendo do local.

Em Goiânia, a empresa LarClean também realiza o serviço de sanitização de ambientes públicos e particulares. O procedimento utiliza um nebulizador a frio com quaternário de amônio que proporciona a liberação de micropartículas. “Estas formam uma película protetora deixando os ambientes protegidos contra a proliferação de microrganismos”, informa a administração.

Medida previne doenças

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam para as doenças respiratórias, alergias, pneumonias, juntamente com infecções cirúrgicas, sepses e infecções urinárias, estão entre os quatro tipos de infecções mais frequentes. Na sua maioria, tem como responsáveis, bactérias e ambientes com algum tipo de insalubridade ou falta de cuidados pessoais de higiene.

Mesmo assim, o serviço não substitui as formas de prevenção individual definidas pelo Ministério da Saúde (MS): lavar as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas. 

Sanitização pode ser obrigatória 

Embora as empresas tenham se atentado a este método de prevenção só agora, a importância dessa limpeza em lugares coletivos já havia sido discutida pelo poder público desde o último ano. Tramita na Câmara de Deputados o projeto de lei nº 4.763 que determina a obrigatoriedade da limpeza e sanitização de ambientes fechados com acesso coletivo, públicos ou privados para evitar a transmissão de doenças infectocontagiosas.

Define-se como sanitização o processo de aplicação de agente ou produto capaz de reduzir o número de microrganismos patogênicos a níveis seguros de acordo com as normas de saúde pública. O projeto de lei prevê que os produtos saneantes utilizados devem ser seguros para a saúde humana e animal, ter eficácia comprovada contra microrganismos patogênicos e registro para essa finalidade no órgão competente. 

O Poder Público será responsável por regulamentar os padrões mínimos de limpeza, a periodicidade dos processos de higienização e a relação de produtos que poder ser utilizados. O texto diz que deve ser considerada a atividade antimicrobiana, os riscos presentes no ambiente, o efeito residual e a toxicidade às pessoas, aos animais e ao meio ambiente.

Problema de saúde pública

A iniciativa do projeto é do deputado Eros Biondini (Pros). Na justificativa, ele destaca que as doenças infecciosas são um dos mais graves problemas de saúde pública, afetando milhares de pessoas. “Apesar de todos os esforços para educar a população, verifica-se o descuido com procedimentos básicos de higiene no convívio coletivo, ignorando medidas recomendadas pelas autoridades de saúde”, salienta.

Segundo ele, em ambientes com grande circulação de pessoas, aumenta-se os riscos de contaminação, especialmente devido ao contato com superfícies que acumulam resíduos e microrganismos, e das doenças de transmissão direta por via aérea ou contato. “Quem não se lembra do consumo de álcool gel que em determinado momento, teve seu fornecimento prejudicado em prateleiras de supermercados?”, questionou ele no documento, situação que se reflete ao que está acontecendo nos dias atuais. 

Eros destaca, ainda, que a limpeza habitual, geralmente limita-se ao chão, móveis e outras superfícies, mas seu efeito persiste por apenas algumas horas, com eficácia reduzida para neutralizar agentes nocivos à saúde. Por outro lado, explica, o processo de sanitização de ambientes é reconhecido como um método de desinfecção e redução da transmissão de infecções, promovendo o controle da quantidade de microrganismos presentes, mantendo-os em nível seguro. (Especial para O Hoje) 

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