Dois a cada 10 alunos de Aparecida estão sem aulas remotas

A inclusão digital para estes estudantes ainda depende do tipo e da velocidade de conexão | Foto: Reprodução

Postado em: 12-04-2021 às 08h15
Por: Augusto Sobrinho
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A inclusão digital para estes estudantes ainda depende do tipo e da velocidade de conexão | Foto: Reprodução

Daniell Alves

Pelo menos 25% dos alunos da rede municipal de Aparecida de Goiânia não têm acesso às aulas remotas, de acordo com a Secretaria de Educação do município. Isto porque o tipo e a velocidade de conexão à internet podem não ser suficientes para que os alunos consigam ter acesso ao ensino à distância. As informações são referentes ao ano de 2020.

Mesmo com internet em casa, parte dos alunos não participam das aulas. Uma das alternativas encontradas pelas unidades de ensino, conforme explica a professora Idelma Oliveira, superintendente de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Aparecida, é que os pais dos alunos que não conseguem acesso às aulas on-line recolham atividades impressas nas escolas.

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Segundo ela, para estes alunos, são entregues as devolutivas de atividades com avaliação diferenciada. De acordo com formulários preenchidos por pais de alunos matriculados, 25% de toda rede optou pela retirada de atividades impressas em 2020.

Dentro desse universo de estudantes, há crianças que não possuem acesso à internet e pessoas que optaram pelas atividades por outros motivos. Entre eles está o de que o acesso a pacotes de dados de rede de internet móvel não é suficiente para assistir aulas on-line. O levantamento para o ano letivo de 2021 ainda não foi concluído.

Inclusão

A inclusão digital para todos estes alunos ainda depende do tipo e da velocidade de conexão. Além disso, aqueles que não possuem a conexão Wi-Fi dentro de casa precisam utilizar os dados móveis, que dependendo da plataforma, acabam bastante rápido. Contudo, a educação a distância se tornou uma aliada durante a pandemia da Covid-19 em todo o Estado e consegue contemplar a maioria dos alunos.

De acordo com dados da pesquisa TIC Domicílios 2019, desenvolvida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), 58% dos domicílios na Região Centro-Oeste, possuem acesso à internet Banda Larga e 31% possuem conexão via modem ou chip 3G e 4G.

A mesma pesquisa aponta que 30% dos domicílios na Região Centro-Oeste não possuem acesso à internet.

O estudo ainda aponta os principais motivos para falta de internet nos domicílios da Região Centro-Oeste e indica que a exclusão digital está relacionada com renda e educação da população. Entre os principais motivos alegados nos domicílios da região é porque acham caro (28%) ou não sabem usá-la (24%).

Retorno das aulas

Em Aparecida, as aulas tiveram início seguindo a mesma dinâmica estabelecida pelo Regime de Aulas Não Presenciais, com atividades planejadas e executadas por meio de aplicativos como WhatsApp. No início deste ano, o secretário municipal de Educação, professor Divino Gustavo informou que o retorno das aulas presenciais já possuía pareceres favoráveis do Centro de Operações Emergenciais (COE) e do Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19. No entanto, a pandemia se agravou de lá para cá.

“De princípio, acreditamos que o retorno presencial será de forma gradual com percentual médio de 30% dos alunos matriculados em cada escola e Cmei de acordo com a Portaria n° 090 publicada no Diário Oficial do dia 10 de novembro de 2020 que estabelece as regras para essa retomada”, explicou o secretário, adiantando que a pasta já criou uma comissão específica para planejar as aulas presenciais com os protocolos sanitários que incluem, entre outras coisas, a aquisição de EPIs.

Capital

Em Goiânia, o último decreto não permitiu a volta às aulas de maneira presencial na rede pública da Capital. Por outro lado, as unidades particulares puderam ter o retorno das atividades obedecendo aos critérios para evitar o contágio da Covid-19.

O secretário de Saúde Durval Fonseca adiantou que a possibilidade de retorno presencial às aulas era discutido. “Existem propostas para o funcionamento de escolas, tudo isso está sendo avaliado do ponto de vista de garantir a segurança no fechamento e no acesso às pessoas”. Ainda não há previsão para um retorno. (Especial para O Hoje)

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