Dois a cada 10 alunos de Aparecida estão sem aulas remotas
A inclusão digital para estes estudantes ainda depende do tipo e da velocidade de conexão | Foto: Reprodução
Por: Augusto Sobrinho
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Daniell Alves
Pelo menos 25% dos alunos da rede municipal de Aparecida de Goiânia não têm acesso às aulas remotas, de acordo com a Secretaria de Educação do município. Isto porque o tipo e a velocidade de conexão à internet podem não ser suficientes para que os alunos consigam ter acesso ao ensino à distância. As informações são referentes ao ano de 2020.
Mesmo com internet em casa, parte dos alunos não participam das aulas. Uma das alternativas encontradas pelas unidades de ensino, conforme explica a professora Idelma Oliveira, superintendente de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Aparecida, é que os pais dos alunos que não conseguem acesso às aulas on-line recolham atividades impressas nas escolas.
Segundo ela, para estes alunos, são entregues as devolutivas de atividades com avaliação diferenciada. De acordo com formulários preenchidos por pais de alunos matriculados, 25% de toda rede optou pela retirada de atividades impressas em 2020.
Dentro desse universo de estudantes, há crianças que não possuem acesso à internet e pessoas que optaram pelas atividades por outros motivos. Entre eles está o de que o acesso a pacotes de dados de rede de internet móvel não é suficiente para assistir aulas on-line. O levantamento para o ano letivo de 2021 ainda não foi concluído.
Inclusão
A inclusão digital para todos estes alunos ainda depende do tipo e da velocidade de conexão. Além disso, aqueles que não possuem a conexão Wi-Fi dentro de casa precisam utilizar os dados móveis, que dependendo da plataforma, acabam bastante rápido. Contudo, a educação a distância se tornou uma aliada durante a pandemia da Covid-19 em todo o Estado e consegue contemplar a maioria dos alunos.
De acordo com dados da pesquisa TIC Domicílios 2019, desenvolvida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), 58% dos domicílios na Região Centro-Oeste, possuem acesso à internet Banda Larga e 31% possuem conexão via modem ou chip 3G e 4G.
A mesma pesquisa aponta que 30% dos domicílios na Região Centro-Oeste não possuem acesso à internet.
O estudo ainda aponta os principais motivos para falta de internet nos domicílios da Região Centro-Oeste e indica que a exclusão digital está relacionada com renda e educação da população. Entre os principais motivos alegados nos domicílios da região é porque acham caro (28%) ou não sabem usá-la (24%).
Retorno das aulas
Em Aparecida, as aulas tiveram início seguindo a mesma dinâmica estabelecida pelo Regime de Aulas Não Presenciais, com atividades planejadas e executadas por meio de aplicativos como WhatsApp. No início deste ano, o secretário municipal de Educação, professor Divino Gustavo informou que o retorno das aulas presenciais já possuía pareceres favoráveis do Centro de Operações Emergenciais (COE) e do Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19. No entanto, a pandemia se agravou de lá para cá.
“De princípio, acreditamos que o retorno presencial será de forma gradual com percentual médio de 30% dos alunos matriculados em cada escola e Cmei de acordo com a Portaria n° 090 publicada no Diário Oficial do dia 10 de novembro de 2020 que estabelece as regras para essa retomada”, explicou o secretário, adiantando que a pasta já criou uma comissão específica para planejar as aulas presenciais com os protocolos sanitários que incluem, entre outras coisas, a aquisição de EPIs.
Capital
Em Goiânia, o último decreto não permitiu a volta às aulas de maneira presencial na rede pública da Capital. Por outro lado, as unidades particulares puderam ter o retorno das atividades obedecendo aos critérios para evitar o contágio da Covid-19.
O secretário de Saúde Durval Fonseca adiantou que a possibilidade de retorno presencial às aulas era discutido. “Existem propostas para o funcionamento de escolas, tudo isso está sendo avaliado do ponto de vista de garantir a segurança no fechamento e no acesso às pessoas”. Ainda não há previsão para um retorno. (Especial para O Hoje)