Demanda por leitos de UTI diminui com relação a março

No comparativo, o saldo é positivo. No entanto, taxa de ocupação de UTIs na rede estadual é de 95% | Foto: Reprodução

Postado em: 13-04-2021 às 08h15
Por: Augusto Sobrinho
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No comparativo, o saldo é positivo. No entanto, taxa de ocupação de UTIs na rede estadual é de 95% | Foto: Reprodução

Maiara Dal Bosco

De acordo com dados divulgados ontem (12), o quantitativo de solicitações de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria destinados ao tratamento da Covid-19 em Goiás mostram redução na fila de espera. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), 74 pessoas esperam uma vaga em um leito de UTI Adulto e 3 em UTI Pediátrica. Com relação à enfermaria, 77 pessoas aguardam por uma vaga em Enfermaria Adulto e 3 em Enfermaria Pediátrica. Apesar de ainda significativos, os números apresentados demonstram uma redução na demanda, quando comparados ao mês anterior.

Para se ter uma ideia, há quase um mês, no dia 18 de Março, o quantitativo de solicitações de leitos demandava 375 pessoas para UTI Adulto. Na Enfermaria Adulto, 270 pessoas aguardavam por uma vaga. Na Pediátrica, sete esperavam por tratamento. Ontem, a taxa de ocupação dos leitos de UTI na rede pública estadual para tratamento da Covid-19 era de 95,18%, o que representa somente 27 leitos disponíveis. Na enfermaria, a situação é um pouco mais amena. A taxa de ocupação marcou 69,6% na tarde de ontem, o que significa 234 leitos disponíveis para tratamento.

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Em Goiânia, até ontem não havia pacientes aguardando por vagas em UTIs nas unidades de urgência da Capital. Mesmo assim, a taxa de ocupação dos leitos da rede municipal segue alta e é de 90%, o que significa que, dos 311 leitos de UTIs disponíveis para internação, 280 estão ocupados. Na enfermaria, a taxa de ocupação está em 89%, ou seja, das 218 vagas disponíveis para tratamento de Covid-19 na rede municipal de saúde, 194 estão ocupadas.

Cenário previsto

À ocasião da reabertura das atividades econômicas não essenciais, o Secretário Estadual de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, afirmou que o cenário, do ponto de vista sanitário, causava certa apreensão, mas estava dentro de um planejamento, em um contexto não somente sanitário, mas também populacional. Ele destacou ainda que a estabilização alcançada até então já era fruto do período de restrição das atividades. Nesta semana, a expectativa é de que, após 14 dias em funcionamento, as atividades não essenciais, ao menos em Goiânia, voltem a fechar, em cumprimento ao decreto que prevê o revezamento 14×14.

Mesmo diante de um cenário já previsto pelas autoridades de Saúde, o médico sanitarista e professor de Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo, Sérgio Zanetta, lembra que, apesar de a estabilização dos leitos de UTI ser um bom sinal, ainda não é a solução para o momento em que vivemos. “A conta é simples porque os casos que estamos vendo hoje, são casos de pessoas que contraíram a doença há pouco mais de 10, 14 dias. Isso significa que os óbitos e a ocupação de leitos de UTI são referentes a casos que se contaminaram cerca de 30 dias atrás, já que se leva em conta a contaminação, o aparecimento da doença e mais três a quatro semanas de internação”, pontou o médico.

O especialista reforça ainda que para que seja efetivo, o lockdown precisa ter um período superior ao que leva para as pessoas contraírem e manifestarem a doença. “Isso leva de 3 a 4 semanas. Não existe lockdown para Covid-19 sem que seja no mínimo, de 30 dias. Em 15 dias, podemos ter uma estabilização breve, mas os casos vão continuar resultando em novas internações e em óbitos daqui a mais 15 a 30 dias. É preciso que haja um bloqueio rigoroso de circulação de pessoas”, afirmou. 

 Até o momento, Goiás já vacinou 611.695 pessoas com a primeira dose de vacina contra a Covid-19. Com relação a segunda dose, já foram imunizadas 172.388 goianos. O estado já recebeu 1.370.130 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 1.110.680 da CoronaVac e 259.450 da AstraZeneca. (Especial para O Hoje)

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