Feirantes querem funcionamento nos fins de semana em Goiânia

Feirantes relatam desespero diante do novo Decreto | Foto: Reprodução

Postado em: 15-04-2021 às 08h25
Por: Augusto Sobrinho
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Feirantes relatam desespero diante do novo Decreto | Foto: Reprodução

Maiara Dal Bosco

Entre as medidas do novo decreto para evitar a disseminação da Covid-19 em Goiânia, está a proibição das atividades não essenciais aos finais de semana. O documento, que entrou em vigência ontem (14) na Capital, vem causando não só descontentamento, mas desespero aos feirantes que, não incluídos como atividades essenciais, estão impossibilitados de trabalhar nestes dias.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Feirante (Sindifeirante), entidade que representa as feiras especiais e livres também, Wellington Mendanha, afirma que no caso das feiras de hortifrutigranjeiro, é muito complicado que os feirantes não trabalhem aos sábados e domingos. “Principalmente nesses dias, os mercados estão lotados com pessoas comprando verduras e frutas, e, enquanto isso, os feirantes, muitos deles pais de família, estão impossibilitados de trabalhar. Somos muito prejudicados”, afirmou.

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Segundo Wellington, na maioria dos casos somente uma pessoa fica tomando conta da própria banca nas feiras, o que também não seria uma questão sobre aglomeração. “Além de depender da feira para sobreviver, o funcionamento das feiras também vai auxiliar na diminuição do fluxo dos mercados. À feira, geralmente as pessoas vão rápido, além de ser um local arejado, também há o cumprimento das exigências sanitárias, como uso de máscara e álcool em gel”, pontua.

Para o presidente do Sindifeirante, a situação não pode ficar como está, e por isso, a entidade já está em busca de soluções. “A solução hoje é vacinar a população. Mas, enquanto isso, nós seguimos dispostos a cumprir as exigências para que o vírus não se propague, já que, sem trabalho, a fome é quem mata”, disse. Segundo ele, um projeto foi apresentado com relação ao assunto. “Apresentamos um projeto para ser votado na Câmara para incluir as feiras como atividades essenciais. Está para ser votado”, afirmou. 

Feira Hippie

Para os feirantes de uma das maiores feiras da América Latina, a Feira Hippie, a situação não é muito diferente. A vice-presidente da Associação de Feirantes da Feira Hippie, Letícia Mariani Pereira da Silva, conta que os feirantes estão desesperados com o novo decreto e a impossibilidade de trabalhar. “Desesperados, não tem outra palavra. Eu escuto feirantes questionando como farão a partir deste momento para sobreviver e para pagar as contas”, afirma.

Sobre a questão, Letícia faz um apelo às autoridades e ao prefeito de Goiânia, Rogério Cruz. “Pedimos que olhem para a Feira Hippie como a menina dos olhos, porque a gente gera mais de 30 mil empregos dentro de Goiânia, e fora. Que o prefeito olhe com sensibilidade para nós, feirantes, que somos pessoas trabalhadoras, honestas e que dependem do trabalho. Não ficamos embaixo da lona, no sol quente por diversão. Nós queremos e precisamos trabalhar”, ressalta.

Ela também frisou que os feirantes seguem os protocolos de segurança estabelecidos “Orientamos os feirantes quanto a isso. Além de álcool em gel e máscara, há muitos feirantes que usam luvas, e que colocam até mesmo barreiras para atender o cliente com mais distanciamento. Essa questão não seria um impeditivo para que possamos trabalhar”, pontua.

A expectativa da vice-presidente é de que a proibição seja negociada com o prefeito ao longo da semana. “Nós temos a semana para produzir e o final de semana para vender, então se ficarmos sem o sábado e o domingo, passaremos necessidade”, destaca. Para ela, a situação poderia ser amenizada com a liberação para que a Feira Hippie possa acontecer em algum dia da semana ou que haja alguma emenda para que ela possa funcionar aos finais de semana, já que os feirantes já contabilizam mais de 6 meses sem poder trabalhar, desde o início da pandemia que já vitimou mais de 13 mil goianos, em março de 2020. (Especial para O Hoje)

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