Em 1 ano, obras do Corredor da T-7 avançam 20%
Nova reunião ocorreu ontem para discutir maneiras para que as obras ganhem celeridade | Foto: Wesley Costa
Por: Sheyla Sousa
João Paulo Alexandre
As obras do Corredor da Avenida T-7 pouco avançaram em mais um ano. Em matéria publicada pelo O Hoje em janeiro de 2020, mostrava que a frente concluída era de 40%. Já no mês de abril de 2021, esse índice passou para 60%. Ou seja, apenas 20% das obras andaram em 15 meses. Os trabalhos já se arrastam por seis anos desde o início, em fevereiro de 2015, e a previsão de término também ganhou novo prazo: em meados de 2022.
O contrato inicial era de R$ 30.475.085,25, mas o custo subiu 17% e, em novembro do ano passado, o valor ultrapassava os R$ 35 milhões. Esse valor passará por uma nova revisão devido a alterações que foram realizadas no projeto. Nesta quinta-feira (22), uma reunião no Paço Municipal discutiu exatamente como está o andamento das frentes de serviço no local.
Estiveram presentes na reunião os secretários de Infraestrutura (Seinfra), Fausto Sarmento, de Governo, Arthur Bernardes de Miranda, de Finanças, Geraldo Lourenço, de Planejamento Urbano e Habitação, Michel Afif Magul, a controladora-geral do município, Aline Espírito Santo Ribeiro, Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, Domingos Sávio Afonso e representantes da empresa Jofege Pavimentação e Construção.
Segundo Fausto Sarmento, o objetivo da reunião era sanar as dificuldades encontradas para que as obras ganhassem celeridade e pudessem ser entregues o mais rápido possível. Porém, não houve uma batida de martelo sobre quando isso realmente vai acontecer. “Um dos problemas é sobre a tecnologia utilizada nos semáforos que já está ultrapassada, precisamos atualizar isso para entregar um ótimo serviço”, explicou.
Além do corredor exclusivo para os veículos do transporte coletivo, o projeto prevê ainda a implantação de ciclovias no canteiro central, ciclofaixa no leito das vias e ciclorrotas, também no leito das vias, onde os carros também podem circular. A extensão do projeto é de 10,5 quilômetros e passa por 11 bairros de Goiânia – Vila Alpes, Vila União, Vila Lucy, Jardim Ana Lúcia, Setor Sudoeste, Jardim América, Setor Bueno, Setor Oeste, Setor Sul, Setor Central e Jardim Europa.
Melhorias
Apesar de não haver uma definição de prazo, algumas melhorias foram discutidas no encontro. Segundo a prefeitura, o corredor contará com um sistema semafórico inteligente que tem objetivo de proporcionar maior fluidez ao tráfego de veículos e locomoção de pessoas. Para isso, já houve a instalação dos dutos onde passarão a fibra óptica que fará a conexão do sistema de monitoramento da via com os sinaleiros. A expectativa é que os semáforos consigam detectar os veículos a 200 metros e, quando passar pelo sensor, os dados serão enviados automaticamente para a controladora que monitora os intervalos que o sinaleiro deverá tomar.
Além disso, o trajeto contou com a instalação de rampas de acesso a cadeirantes, piso tátil para o direcionamento de pessoas com deficiência visual, além da instalação de 30 dos 57 novos abrigos de ônibus previstos para todo o projeto. As novas coberturas, segundo a prefeitura, trarão mais segurança ao usuário do transporte coletivo e trarão a eles informações sobre os trajetos de linhas, horários de viagem e localização dos veículos em tempo real.
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), disse no encontro que tem como objetivo encontrar todas as obras iniciadas na gestão do seu antecessor, Iris Rezende. “O foco está no Corredor T-7 e vamos concluir rapidamente, garantindo um trânsito melhor em toda a cidade, com um transporte público funcionando com agilidade”, explanou.
Atualmente, a cidade conta com três corredores preferenciais finalizados: o da Avenida 85, que conta com demarcação de corredor e fiscalização por radar; o da Avenida T-63, com demarcação para o ônibus, ciclovias e fiscalização e o Corredor Universitário, na Rua 10, com demarcação para ônibus, fiscalização, ciclovia e calçadas acessíveis.
Plano Diretor tem 15 corredores exclusivos
O texto do Plano Diretor de Goiânia prevê 30 quilômetros de novos corredores para o transporte coletivo, entre exclusivos, preferenciais e estratégicos, de acordo com a minuta do projeto. As obras previstas no Plano Diretor funcionam como uma orientação para o futuro da cidade e pretendem beneficiar os usuários do transporte público coletivo.
Os 15 corredores exclusivos serão construídos no Campus UFG; Anhanguera; Goiás BRT Norte-Sul; Leste – Oeste; Marginal Leste; Mutirão; Noroeste; Perimetral Oeste; Pio XII; Santa Maria; Avenida T-7; Avenida T-8; Avenida T-9; Avenida T-63; e corredor da Avenida 85. Cinco já foram construídos nas Avenidas Anhanguera, Goiás, Goiás Norte, Avenida 84 e Rua 90.
Quanto aos corredores preferenciais para ônibus, estão previstos no Parque Atheneu; Castelo Branco; Setor Universitário; Avenida Independência; Segunda Radial; Rua C-104; Avenida Veneza e 24 de Outubro; Setores Pedro Ludovico, Central e São Francisco; um na BR-060; nas GOs-060 e 0-70; e um na Gyn-24.
Na minuta do projeto constam sete corredores estratégicos, na Avenida Perimetral Norte; Marginal Barreiro e seu prolongamento; Marginal Botafogo, na Capim Puba; Marginal Cascavel; corredor Marginal Leste; corredor Perimetral Oeste e na Avenida T-8.
O Plano Diretor de 2007 orientou a ocupação urbana ao longo dos corredores de transporte, com a ideia de o cidadão ter fácil acesso à moradia, ao comércio local e estar próximo de serviços públicos.
Histórico
O lançamento das obras na Avenida T-7, em fevereiro de 2015, foi marcado por vaias e aplausos principalmente por parte dos comerciantes. Na época, eles alegaram que ela impactaria o fim do estacionamento na região. A justificativa foi a potencial perda de clientes, em detrimento à construção do corredor preferencial do transporte coletivo. A equipe de reportagem foi ao local ontem verificar o temor deles, porém o problema persiste.
Os comerciantes, que já haviam sidos recebidos pelos técnicos da Prefeitura na Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), afirmaram não terem sido atendidos nas suas reivindicações, que seria a mudança de projeto. Eles citaram problemas com comércio nas Avenidas 85 e T-63 depois da implantação dos corredores e queriam que fosse transferido para a Avenida Itália. Projeto do então prefeito Paulo Garcia (PT).
Na época, os comerciantes ainda alegaram que o volume de tráfego de automóveis era maior que o dos ônibus, o que não justificaria o corredor. A construtora que venceu as licitações foi a Jofege Pavimentação e Construção. (Especial para O Hoje)