Em 1 ano, obras do Corredor da T-7 avançam 20%

Nova reunião ocorreu ontem para discutir maneiras para que as obras ganhem celeridade | Foto: Wesley Costa

Postado em: 23-04-2021 às 07h45
Por: Sheyla Sousa
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Nova reunião ocorreu ontem para discutir maneiras para que as obras ganhem celeridade | Foto: Wesley Costa

João Paulo Alexandre

As obras do Corredor da Avenida T-7 pouco avançaram em mais um ano. Em matéria publicada pelo O Hoje em janeiro de 2020, mostrava que a frente concluída era de 40%. Já no mês de abril de 2021, esse índice passou para 60%. Ou seja, apenas 20% das obras andaram em 15 meses. Os trabalhos já se arrastam por seis anos desde o início, em fevereiro de 2015, e a previsão de término também ganhou novo prazo: em meados de 2022.

O contrato inicial era de R$ 30.475.085,25, mas o custo subiu 17% e, em novembro do ano passado, o valor ultrapassava os R$ 35 milhões. Esse valor passará por uma nova revisão devido a alterações que foram realizadas no projeto. Nesta quinta-feira (22), uma reunião no Paço Municipal discutiu exatamente como está o andamento das frentes de serviço no local.

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Estiveram presentes na reunião os secretários de Infraestrutura (Seinfra), Fausto Sarmento, de Governo, Arthur Bernardes de Miranda, de Finanças, Geraldo Lourenço, de Planejamento Urbano e Habitação, Michel Afif Magul, a controladora-geral do município, Aline Espírito Santo Ribeiro, Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, Domingos Sávio Afonso e representantes da empresa Jofege Pavimentação e Construção.

Segundo Fausto Sarmento, o objetivo da reunião era sanar as dificuldades encontradas para que as obras ganhassem celeridade e pudessem ser entregues o mais rápido possível. Porém, não houve uma batida de martelo sobre quando isso realmente vai acontecer. “Um dos problemas é sobre a tecnologia utilizada nos semáforos que já está ultrapassada, precisamos atualizar isso para entregar um ótimo serviço”, explicou.

Além do corredor exclusivo para os veículos do transporte coletivo, o projeto prevê ainda a implantação de ciclovias no canteiro central, ciclofaixa no leito das vias e ciclorrotas, também no leito das vias, onde os carros também podem circular. A extensão do projeto é de 10,5 quilômetros e passa por 11 bairros de Goiânia – Vila Alpes, Vila União, Vila Lucy, Jardim Ana Lúcia, Setor Sudoeste, Jardim América, Setor Bueno, Setor Oeste, Setor Sul, Setor Central e Jardim Europa.

Melhorias

Apesar de não haver uma definição de prazo, algumas melhorias foram discutidas no encontro. Segundo a prefeitura, o corredor contará com um sistema semafórico inteligente que tem objetivo de proporcionar maior fluidez ao tráfego de veículos e locomoção de pessoas. Para isso, já houve a instalação dos dutos onde passarão a fibra óptica que fará a conexão do sistema de monitoramento da via com os sinaleiros. A expectativa é que os semáforos consigam detectar os veículos a 200 metros e, quando passar pelo sensor, os dados serão enviados automaticamente para a controladora que monitora os intervalos que o sinaleiro deverá tomar.

Além disso, o trajeto contou com a instalação de rampas de acesso a cadeirantes, piso tátil para o direcionamento de pessoas com deficiência visual, além da instalação de 30 dos 57 novos abrigos de ônibus previstos para todo o projeto. As novas coberturas, segundo a prefeitura, trarão mais segurança ao usuário do transporte coletivo e trarão a eles informações sobre os trajetos de linhas, horários de viagem e localização dos veículos em tempo real.

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), disse no encontro que tem como objetivo encontrar todas as obras iniciadas na gestão do seu antecessor, Iris Rezende. “O foco está no Corredor T-7 e vamos concluir rapidamente, garantindo um trânsito melhor em toda a cidade, com um transporte público funcionando com agilidade”, explanou.

Atualmente, a cidade conta com três corredores preferenciais finalizados: o da Avenida 85, que conta com demarcação de corredor e fiscalização por radar; o da Avenida T-63, com demarcação para o ônibus, ciclovias e fiscalização e o Corredor Universitário, na Rua 10, com demarcação para ônibus, fiscalização, ciclovia e calçadas acessíveis. 

Plano Diretor tem 15 corredores exclusivos 

O texto do Plano Diretor de Goiânia prevê 30 quilômetros de novos corredores para o transporte coletivo, entre exclusivos, preferenciais e estratégicos, de acordo com a minuta do projeto. As obras previstas no Plano Diretor funcionam como uma orientação para o futuro da cidade e pretendem beneficiar os usuários do transporte público coletivo.

Os 15 corredores exclusivos serão construídos no Campus UFG; Anhanguera; Goiás BRT Norte-Sul; Leste – Oeste; Marginal Leste; Mutirão; Noroeste; Perimetral Oeste; Pio XII; Santa Maria; Avenida T-7; Avenida T-8; Avenida T-9; Avenida T-63; e corredor da Avenida 85. Cinco já foram construídos nas Avenidas Anhanguera, Goiás, Goiás Norte, Avenida 84 e Rua 90.

Quanto aos corredores preferenciais para ônibus, estão previstos no Parque Atheneu; Castelo Branco; Setor Universitário; Avenida Independência; Segunda Radial; Rua C-104; Avenida Veneza e 24 de Outubro; Setores Pedro Ludovico, Central e São Francisco; um na BR-060; nas GOs-060 e 0-70; e um na Gyn-24.

Na minuta do projeto constam sete corredores estratégicos, na Avenida Perimetral Norte; Marginal Barreiro e seu prolongamento; Marginal Botafogo, na Capim Puba; Marginal Cascavel; corredor Marginal Leste; corredor Perimetral Oeste e na Avenida T-8.

O Plano Diretor de 2007 orientou a ocupação urbana ao longo dos corredores de transporte, com a ideia de o cidadão ter fácil acesso à moradia, ao comércio local e estar próximo de serviços públicos.

Histórico

O lançamento das obras na Avenida T-7, em fevereiro de 2015, foi marcado por vaias e aplausos principalmente por parte dos comerciantes. Na época, eles alegaram que ela impactaria o fim do estacionamento na região. A justificativa foi a potencial perda de clientes, em detrimento à construção do corredor preferencial do transporte coletivo. A equipe de reportagem foi ao local ontem verificar o temor deles, porém o problema persiste.

Os comerciantes, que já haviam sidos recebidos pelos técnicos da Prefeitura na Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), afirmaram não terem sido atendidos nas suas reivindicações, que seria a mudança de projeto. Eles citaram problemas com comércio nas Avenidas 85 e T-63 depois da implantação dos corredores e queriam que fosse transferido para a Avenida Itália. Projeto do então prefeito Paulo Garcia (PT).

Na época, os comerciantes ainda alegaram que o volume de tráfego de automóveis era maior que o dos ônibus, o que não justificaria o corredor. A construtora que venceu as licitações foi a Jofege Pavimentação e Construção. (Especial para O Hoje) 

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