Após um mês, embarque prioritário não resolveu superlotação

O fluxo de passageiros caiu 21% após a iniciativa | Foto: Reprodução

Postado em: 23-04-2021 às 08h30
Por: Augusto Sobrinho
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O fluxo de passageiros caiu 21% após a iniciativa | Foto: Reprodução

Daniell Alves

Após um mês de funcionamento, o embarque prioritário no transporte público de Goiânia não resolveu o problema das aglomerações dentro dos ônibus e terminais. Conforme apurado pela reportagem diariamente, os ônibus têm circulado com usuários acima da capacidade permitida pelo decreto, que é de 50% com todos os passageiros sentados. O especialista em trânsito, Marcos Rothen, afirma que, a cada dia, os problemas no transporte se agravam.

Foram verificadas superlotações nos principais terminais de Goiânia em horários de pico, a exemplo do Terminal Praça A, Terminal Vera Cruz e do Recanto do Bosque. Atualmente, de acordo com a Companhia Metropolitana de Transporte Público (CMTC), cerca de 100 mil pessoas estão cadastradas no embarque prioritário. A RedeMob informa que o fluxo de passageiros caiu 21% após a iniciativa.

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O presidente da CMTC, Domingos Sávio Afonso, explica que o que tem ocorrido nos terminais e ônibus está permitido de acordo com o decreto. “Podemos transportar os passageiros com 50% da capacidade do veículo. Nós estabelecemos que 85 pessoas é a quantidade máxima. Pelo decreto é possível ter 32 pessoas sentadas e 12 pessoas em pé”, diz. Contudo, o decreto estabelece que “o transporte de passageiros, público ou privado, urbano e rural” não deve exceder 50% e não deve exceder a capacidade de passageiros sentados.

Mesmo com estes critérios, a própria CMTC esclarece que não há frota suficiente para atender toda a população dentro da capacidade permitida. “Nós temos uma grande demanda no horário de pico, mas não temos frota suficiente para que só transporte os passageiros sentados.

Desde que o embarque prioritário começou a valer, os passageiros não sentiram mudança. “Não mudou nada. Vamos em pé do mesmo jeito e temos que nos arriscar porque ficamos um do lado do outro. Não há espaço para todos”, diz uma passageira. Segundo o Estado, a medida do embarque prioritário foi adotada com intuito de evitar aglomeração, que é ambiente propício para a disseminação da Covid-19. O texto estabelece que as concessionárias do serviço público de transporte coletivo urbano devem adotar as medidas necessárias para garantir o cumprimento do decreto. Mas, não é isso que os usuários têm acompanhado diariamente.

Frota insuficiente

Estudos técnicos da CMTC apontam que para que a Metrobus possa operar com apenas passageiros sentados na realidade atual seriam necessários mais 200 ônibus para rodar apenas no Eixo Anhanguera para conseguir atender a demanda no horário de pico. Hoje são 99 ônibus entre articulados e biarticulados em operação. Portanto, seriam necessários quase 300 ônibus no total para atender ao transporte de apenas passageiros sentados no Eixo. Uma frota duas vezes maior do que a que a Metrobus já teve em toda sua história e na história do Eixo Anhanguera.

No último mês, as empresas concessionárias da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), soltaram toda frota que está em condições de rodar: a frota programada, a frota extra e mais a reserva técnica em condições de conservação para rodar. “Importante informar que alguns veículos podem apresentar algumas pequenas imperfeições, uma vez que parte das manutenções corretivas precisara ser adiada para que toda a frota esteja em operação”, explicou Leomar Avelino, diretor executivo do RedeMob Consórcio.

Exceções

Para aprimorar a ação, que possibilitou a redução do fluxo de pessoas nos períodos de maior aglomeração, a Secretaria-Geral da Governadoria (SGG) articulou a implementação de três medidas adicionais. Por meio do cruzamento do CPF dos usuários, aqueles que tiverem tomado a segunda dose da vacina contra a Covid-19 estarão liberados automaticamente, 15 dias após a imunização, para entrar em terminais e ônibus em qualquer horário.

 Já as pessoas que testarem positivo terão o cartão de acesso totalmente bloqueado, em qualquer horário, pelo período de 15 dias. Tanto a liberação quanto o bloqueio serão possíveis por meio do cruzamento do banco de dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) como o do sistema do Cartão Fácil/Sitpass, adotado pelas empresas de transporte na Região Metropolitana de Goiânia. (Especial para O Hoje)

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